
Estado calamitoso
A cidade está abandonada, dominada pela bandidagem. O Estado vive uma calamidade permanente, há anos.
A cidade está abandonada, dominada pela bandidagem. O Estado vive uma calamidade permanente, há anos.
A autonomia formal do Banco Central, anunciada ontem pelo presidente Bolsonaro como parte das comemorações dos cem dias do governo é assunto que provoca polêmicas sempre que abordado, e nenhum governo recente teve vontade de implementá-la, embora fossem todos favoráveis à independência de atuação. Ponto para Bolsonaro.
Nos cem primeiros dias do governo Bolsonaro já dá para ver que temos dois governos, um que funciona, outro que parece uma seita religiosa sem um líder ou, pior, com líderes atrapalhados, que às vezes pode ser o próprio presidente, outras é o guru dele, o professor online Olavo de Carvalho, que vem acumulando poder na mesma proporção que provoca confusão.
No momento em que se discutem reformas estruturais na economia, um artigo do economista José Roberto Afonso, um dos maiores especialistas em finanças públicas do país, publicado na Revista do BNDES que circula a partir de hoje trata de uma questão colateral à reforma da Previdência que se tornará crucial para nosso desenvolvimento.
A crença era de que só as outras ditaduras, a da Argentina e a do Chile, principalmente, haviam sequestrado e levado para adoção clandestina filhos pequenos de militantes políticos presos ou mortos.
O ministro Paulo Guedes considera que as desavenças entre o presidente da Câmara Rodrigo Maia e o presidente Bolsonaro são consequências de um “choque de acomodação” resultante da nova composição de forças políticas vitoriosas nas eleições de outubro, com a centro-direita tomando o lugar da centro-esquerda que governou o pais nos últimos 30 anos.
O economista Gustavo Franco, especialista em Shakespeare, considera que os personagens que compõem o universo da dramaturgia do chamando “bardo de Avon” refletem a natureza humana com incrível atualidade.
Cinquenta e cinco anos passam depressa. A memória se vai, mas ficam recordações. No dia 13 de março de 1964 eu estava no Rio, em casa de meu pai.
O economista Gustavo Franco, figura de relevo na execução do Plano Real, ex-presidente do Banco Central, é, e não apenas nas horas vagas, um Shakespeariano reconhecido por seus trabalhos que ligam o bardo de Avon à economia, e gosta de fazer paralelos das situações que retrata com os tempos atuais, e dos seus personagens com os nossos da política.
Depois que me afastei da vida partidária e do Congresso Nacional (em 2014), gradativamente as informações sobre os bastidores da política foram escasseando, e previsões e análises corretas sobre partidos e pessoas, sem vivência e convivência diária, é impossível.
Não foi por acaso que o presidente Bolsonaro levou para o live que faz todas as quintas-feiras o ministro da Justiça e da Segurança Pública Sérgio Moro.
Mais do que uma solenidade auto-elogiativa, o que aconteceu ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) foi uma demonstração do estado de ânimo que domina seus membros, e também os políticos, diante da divisão do plenário que joga a opinião pública ora para um lado, ora para o outro, sempre com críticas agressivas, quando não criminosas.
No meu tempo de criança se dizia que há pessoas que “procuram sarna pra se coçar”.
O presidente Bolsonaro vai encontrar na sua volta de Israel um ambiente político conturbado, com uma Câmara dos Deputados disposta a criar embaraços e limites à atuação do governo.