
O Brexit e o plebiscito do caos
Já vai a mais de 3 milhões a subscrição por novo plebiscito, que corrigiria o que se vê como catastrófico para a Inglaterra.
Já vai a mais de 3 milhões a subscrição por novo plebiscito, que corrigiria o que se vê como catastrófico para a Inglaterra.
Foram duas as grandes paixões de Sábato Magaldi. A primeira delas pela esposa, a também escritora Edla Van Steen. A segunda, sem dúvida, pelo teatro. Entre seus mitos, tinha uma especial predileção pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, a quem aprendeu a admirar a partir da estreia de “Vestido de Noiva”.
Comparar a tentativa de golpe militar na Turquia com seu impeachment no Brasil é uma interpretação rudimentar da história, e só traz desfavores para a presidente afastada Dilma Rousseff. Se houvesse povo nas ruas, ela não seria golpeada, infere-se de seu raciocínio. Não é nada disso, mas mesmo que fosse, faltam povo e votos no Congresso para mantê-la no poder. Além do mais, um golpe militar é uma ruptura constitucional, enquanto o impeachment é um instrumento legal do presidencialismo.
Perdoem o latim, mas a frase é bem conhecida, está inscrita na porta dos principais cemitérios do mundo. Foi usada em vernáculo mesmo, pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Lembrou que o calvário que está atravessando mais cedo ou mais tarde pode ser atingido por todos. Até certo ponto foi mais uma ameaça do que uma defesa de sua desconfortável situação política. Expressou sua revolta contra a vingança que está sofrendo pela presidente Dilma Rousseff e sua confusa base aliada.
Uma prova de obstáculos. Assim o ministro da Defesa Raul Jungman define a situação da segurança pública no Rio de Janeiro para as Olimpíadas, num país em crise econômica e política e num Estado oficialmente em estado de calamidade.
Quem lê as críticas que, com frequência, faço aqui a Lula, Dilma e ao petismo em geral, pode deduzir que pertenço a algum partido político que se opõe ao PT. Estará enganado, já que não pertenço a nenhum partido e, se critico o PT, o mesmo faria com qualquer outro partido que praticasse os erros que ele praticou nesses 14 anos de governo.
A organização da nova correlação de forças no Congresso exigirá do presidente interino Michel Temer mais habilidade que normalmente, pois se é certo que o centrão já não tem uma liderança que o coloque em posição de disputar o poder parlamentar, o espírito que o gerou, a vontade de ser partícipe desse novo núcleo político majoritário, existe nos diversos partidos que o compõem.
O impeachment divide opiniões, enquanto a cassação do ex-presidente da Câmara as une numa unanimidade nunca vista — a favor.
Estamos no momento mais agudo da crise. População triste, pessimista, desencantada. Cair na real cobra o preço da angústia.
A vitória do deputado do DEM Rodrigo Maia para a presidência da Câmara, sobretudo da maneira como aconteceu, reforça a mudança na tendência política do Congresso, reflexo do que já havia sido detectado no eleitorado na própria eleição presidencial, vencida por Dilma por menos de 3% de diferença.
Há equívocos enormes na fiscalização da Lei Rouanet
‘Por fora bela viola, por dentro pão bolorento.”O ditado se aplica muito bem às intenções da famosa Lei Rouanet. O seu autor, hoje, quando instado a comentar o instrumento legal se protege no silêncio: “Não quero mais falar nisso.” Assim Sérgio Rouanet, que frequenta assiduamente as sessões da Academia Brasileira de Letras, evita falar da sua hoje polêmica lei.
O resultado do primeiro turno da eleição para presidência da Câmara mostrou o fortalecimento do governo Temer, que teve apoio dos dois finalistas, e a derrota de Lula, marcando que o PT está mesmo em minoria no Congresso.
A eleição do novo presidente da Câmara ganhou ontem uma definição mais clara, apesar de nada menos que 16 candidatos terem se apresentado. O surgimento da candidatura de Marcelo Castro pelo PMDB, ex-ministro de Dilma, numa manobra articulada pelo ex-presidente Lula, o torna o único a ser batido pelas forças aliadas do governo interino de Temer.
Há quem diga que Paes está olhando para a próxima eleição ao criticar tão duramente o governo do estado. Daí querer distância dos antigos aliados, em queda nas pesquisas.
Não é uma questão ideológica que está em jogo na eleição do novo presidente da Câmara, mas a resistência de um espírito minimamente civilizado de fazer política. Eleger um candidato ligado politicamente a Eduardo Cunha é reafirmar diante da opinião pública um método que está condenado pela História e que, se prevalecer, apenas prorrogará a agonia da Câmara como instituição, e dos deputados como instrumentos de uma velha política que precisa ser superada por fatos concretos, e não por palavras.