
A lei do retorno
Lula recorreu a Cortes internacionais legítimas, enquanto Bolsonaro provocou um estrago econômico no país incentivando a intervenção de um governo estrangeiro.
Lula recorreu a Cortes internacionais legítimas, enquanto Bolsonaro provocou um estrago econômico no país incentivando a intervenção de um governo estrangeiro.
Imortalizadas nos computadores dos acusados, expressões transformaram-se em provas quando confrontadas com a realidade.
Quando o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em seu primeiro mandato, lançou o conceito de “verdade alternativa”, estava aberta a temporada que seria identificada como a da “pós-verdade”, termo que já fora usado anteriormente, mas tornou-se oficial quando assessores do recém-eleito presidente afirmaram que o número de pessoas que assistiram à posse presidencial em janeiro de 2017 foi maior do que na de Obama em 2009. Ao serem confrontados com outros dados, eles afirmaram que não estavam mentindo, mas apresentando “fatos alternativos”.
A negociação terá de ser entre ministros e secretários, porque Trump não abandonará a parte política.
Tudo faz crer que Bolsonaro queria que sua prisão fosse decretada, embalado pela suposição de que, vitimizado, ganhará força na disputa com o relator dos processos contra ele, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Bolsonaro fez de propósito, para testar se a pressão dos EUA estava surtindo efeito em cima do ministro Alexandre de Moraes, e até que ponto ele podia ir.
Há um padrão histórico que mostra que presidentes com baixa sustentação no Congresso enfrentam crises graves, incluindo renúncia, impeachment ou queda de poder,
Na visão distorcida de Trump, a ação dos Bolsonaros na tentativa de golpe é uma legítima defesa da democracia, como a dele, que incentivou o ataque ao Capitólio
O presidente americano se considera com poderes de transferir seus problemas e ideias pessoais para negociações internacionais
O conceito de Brasil é “inseparável da diplomacia, da paz, do entendimento com os vizinhos e com o mundo”
A tecnologia americana é fundamental para o Brasil. Diversos sistemas estratégicos como radares, comunicação criptografada, aviões de caça, embarcações e até munições dependem do suporte técnico dos Estados Unidos
Nessa disputa retórica, o Brasil só tem a perder, assim como Bolsonaro, pois os dois são mais frágeis que seus oponentes.
Acredito que Moraes poderia ter esperado um pouco, mas ele também não mede as reações. Tomar esta decisão em cima da carta de Trump para Bolsonaro deixa muito evidente que ele está participando desta disputa com o presidente americano. E se sentindo perseguido, dobra a aposta
Não houve histrionismo, não abusaram do patriotismo como bandeira de campanha política, não ameaçaram romper relações
Nada justifica uma intervenção de Trump: chantagem barata na forma e cara nas consequências.