Familiares, amigos e autoridades se reuniram, na manhã deste domingo (30), para dar o último adeus a Marcos Vinicios Vilaça durante a missa de corpo presente, que aconteceu na Igreja do Cemitério Memorial Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes. A celebração, envolvida por muita emoção e homenagens, foi presidida pelo Monsenhor Luciano Brito, da Paróquia Nossa Senhora das Graças.
O advogado, escritor e professor de direito internacional, Vilaça, faleceu na manhã deste sábado (29), aos 85 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado na Clínica Florença, no Recife.
A celebração da missa foi marcada pela presença de familiares de Vilaça, os filhos Taciana e Rodrigo Vilaça, a prima, Socorro Vilaça, e os netos Ilanna Mendonça, José Mendonça Neto, Vinícius Mendonça e Enrico Vilaça. Participaram também a secretária de Esportes, Ivete Lacerda, o sobrinho e secretário da Casa Civil, Túlio Vilaça e Silvio Meira, um dos fundadores do Porto Digital.
A neta de Vilaça e filha de Taciana e Mendonça Filho, Ilanna Mendonça, destacou as principais memórias que o avô deixará para os familiares e amigos. “Fica os valores, as virtudes deles, porque ele sempre fez muita questão de passar para a gente, para a família, para os amigos que são fiéis. Meu avô sempre foi um intelectual, brilhante, mas acima de tudo ele era um pai, um bisavô recentemente e um amigo fiel. Isso é inatingível e inabalável. Essa é a principal virtude que ele deixa, o senso familiar”.
Para o deputado federal Mendonça Filho (UB), o legado que o sogro deixou para Pernambuco e também para o país é de exaltação da cultura do estado. “Um homem da cultura, dos valores pernambucanos que sempre exaltou e propagou para o Brasil. Um dos grandes pernambucanos, vai deixar muita saudade. Foi um embaixador de Pernambuco onde quer que ele estivesse. Dentro ou fora do Brasil, ele sempre foi aquela pessoa que enalteceu as nossas raízes, os valores culturais do nosso povo, da nossa gente, e um cidadão que também foi um grande gestor público. Um grande pai, um sogro amável e cuidadoso com a família, uma pessoa realmente que vai deixar uma lacuna muito grande. Que Deus o tenha. A saudade estará sempre presente em nossas vidas”, disse.
Mendonça ressaltou ainda que Vilaça deixa como maior aprendizado o diálogo como um instrumento principal da construção de projetos de interesse público e social. “Marcos Vilaça sempre foi um cultivador dos valores culturais, que estão ligados e relacionados diretamente com os fundamentos de qualquer afirmação, de qualquer povo. E o povo pernambucano terá nele a sua memória, na sua história e vida, justamente um homem público que exaltou muito a nossa cultura, as nossas bandeiras, o nosso poder”, finaliza.
Para o sobrinho, Túlio Vilaça, secretário da Casa Civil, o principal legado deixado pelo tio foi levar Pernambuco para o mundo. “Ele conseguiu levar toda essa parte de Pernambuco, não só de arte, mas a cultura popular de uma maneira geral. Não só quando foi ministro, mas enquanto membro da Academia Brasileira de Letras, ele era um apaixonado por Pernambuco. Sempre que ele podia, ele falava de Pernambuco onde estava. Eu me sinto muito honrado de fazer parte da família. Foi um homem que honrou a nossa família a vida inteira e honrou Pernambuco. Nós estamos muito tristes com essa perda, mas é assim, a vida é dessa forma”, finalizou.
O deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos), amigo de longa data de Vilaça, destacou a paixão que ele tinha por Pernambuco. “Marcos foi um grande Pernambucano e, acima de tudo, tem uma característica que é muito importante. Ele tinha um enorme amor à sua terra. Eu me lembro que ele sempre dizia para a gente que quem não é bom pra sua terra, não é bom pra terra de ninguém. Ele foi um pernambucano que viveu intensamente a nossa cultura, que sempre defendeu os interesses do nosso povo e que teve cargos relevantes no Brasil, tanto do ponto de vista político, como também do ponto de vista intelectual. Uma pessoa muito querida que eu tive o prazer de conviver de perto. A gente fica muito entristecido, mas orgulhoso pelo homem e pelo pernambucano que ele foi”.
Após a missa, o corpo de Vilaça foi cremado em um local reservado para a família. Suas cinzas serão jogadas na Praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, assim como as de sua esposa, Maria do Carmo.
O presidente Lula, expressou seus sentimentos em nota.
Confira nota na íntegra:
Quero externar meus sentimentos pelo falecimento de Marcos Villaça, grande defensor da cultura do nosso querido Pernambuco, a quem tive a honra de homenagear com a Medalha de Ouro do Serviço Público em 2009, quando completou 50 anos como servidor. Villaça, com seu talento e dedicação, teve um papel marcante na literatura, no Tribunal de Contas de União e na Academia Brasileira de Letras, entre tantos outros caminhos que trilhou com brilhantismo. Que Deus conforte os corações de seus familiares e amigos.
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
VIDA E OBRA
Natural de Nazaré da Mata, na Mata Sul de Pernambuco, Vilaça nasceu em 30 de junho de 1939. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde lecionou por várias décadas, era defensor do conhecimento e da cultura.
Desde 1985, ocupava a cadeira 26 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na sucessão de Mauro Mota, e presidiu a academia em dois mandatos, de 2006 a 2007 e de 2010 a 2011. Também foi presidente do Tribunal de Contas da União (TCU).
Vilaça foi autor de obras marcantes, como “Nordeste: Secos & Molhados” (1972), “Recife Azul, líquido do céu” (1972) e “O tempo e o sonho” (1984). Ele deixa os filhos Rodrigo Otaviano e Taciana Mendonça.
Matéria na íntegra: https://www.diariodepernambuco.com.br/ultimas/2025/03/ultimo-adeus-a-marcos-vilaca-missa-reune-familiares-e-amigos.html
31/03/2025
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