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ABL na mídia - Na Mira - Sarney nos 125 anos da ABL

 

Sarney apontou ainda que o Brasil precisa unir frente em prol da cultura e da liberdade democrática.

“Infelizmente, não é só a cultura brasileira que precisa, neste momento, ser defendida. Fui o presidente que conduziu a transição democrática, tenho a responsabilidade pessoal de defendê-la. Ela se consolidou pela prática continuada de eleições livres, sob a vigilância segura do Supremo Tribunal Federal”, apontou, sendo ovacionado pela plateia.

“E garantir que o Judiciário exerça em plenitude suas responsabilidades é absolutamente necessário para que a democracia prevaleça. O Brasil precisa se unir em torno deste objetivo”, completou.

Sarney relembrou o avô Assuero

“Quando tomei posse nesta Casa em 1980, sucedendo ao grande escritor e político José Américo de Almeida, lembrei do nosso patrono, Machado de Assis, para repetir sua frase célebre: ‘aqui está a glória que fica, eleva, honra e consola’.

Minha mãe, quando morreu, aos 92 anos, deixou uma carta que começava assim: “Agradeço a Deus a graça da vida que me deu […] alegria de ver o meu José membro da Academia Brasileiras de Letras.” Ela colocou em primeiro lugar esta honraria, antes que todas as outras.

Repito o que contei no meu discurso de posse e tantas vezes tenho repetido: quando fui eleito para a Academia Maranhense de Letras, escrevi ao meu avô comunicando orgulhoso essa vitória aos 23 anos. Ele, lavrador, retirante das secas, ficou feliz e alegre e começou a soltar foguetes defronte de sua casa. Dona Tudinha, sua vizinha, perguntou:

– O que aconteceu, seu Assuéro?

– Meu neto José entrou para a Academia.

– E o que é Academia? – ela perguntou.

– Eu não sei. Eu sei que é coisa grande.

Coisa grande é a eternização dos sentimentos da alma de que nos fala Bergson. O patrimônio cultural da nação. Nenhum país pode ser grande potência se não for grande potência cultural.

Não basta ter poder militar, político, econômico, se não for potência cultural”.

Outras memórias de Sarney

“Faço estes registros pessoais para dizer o quanto eu tenho esta Casa como templo da cultura nacional, como tenho admiração pelos colegas pelo que eles representam para o país como guardiões desses valores espirituais. A soma de todos nós é menor que a Academia. Vivemos dos que por aqui passaram, e os que chegarem viverão dos que aqui estão.

Os 125 anos da fundação da Academia Brasileira de Letras assumem uma expressão maior quando a cultura brasileira enfrenta grandes desafios, entre eles o das contingências históricas, como a terrível pandemia que tanto sofrimento trouxe à nossa sociedade. Mas nossa Casa soube superar os percalços que lhe couberam, entre eles o da perda de tantos membros concentrada num curto espaço de tempo, e o fez com significativa renovação.

Durante esses 125 anos, para celebrar a data, falaram grandes conhecedores de nossa história e grandes nomes de nossas letras. Tudo já foi dito e nos deparamos com a impossibilidade de ser originais”.

Sarney e os fundadores

“Quando o século 19 se fechava, um grupo teve a iniciativa de criar um clube de escritores, foi buscar o emblema e o maior deles, Joaquim Maria Machado de Assis. Foi ele, já idoso nos seus 58 anos – eram outros os tempos e a longevidade, e ele vivera uma vida especialmente difícil –, quem deu solidez e autoridade à iniciativa e plantou no imaginário brasileiro de maneira indelével a Academia Brasileira de Letras.

Outro nome foi fundamental: o de Joaquim Nabuco. Dez anos mais moço, ele abandonara o brilho político para tornar-se escritor e lançava a obra em que, como nenhuma outra, se juntam a memória e a análise política, para resgatar a figura de seu pai: Um estadista do Império, obra-prima em estilo e conteúdo.

A Casa está plena. A plateia, ávida. O velho Graça Aranha sobe a esta tribuna e grita:

– Morra a Academia!

Os jovens aplaudem. O auditório ferve. Entre os que o carregam em triunfo está Alceu Amoroso Lima.

– Morra a Grécia!

E Coelho Neto responde:

– Mas eu serei o último heleno.

Afonso Celso procura Graça Aranha para que retorne à Academia. Sua resposta mostra justamente que a tese de Nabuco permanecia:

De todos os nossos colegas me afastei sem o menor ressentimento pessoal e a todos sou muito grato pelas generosas manifestações em que exprimiram o pesar da nossa separação.

Tive a oportunidade de dizer, quando tomei posse, que os gestos de Graça são sempre políticos e o episódio da Academia fora um gesto de política literária”.

Viva a Academia!

No final do seu discurso, Sarney repetiu o que já havia feito há alguns anos no aniversário da Academia Maranhense de Letras (fundada em 10 de agosto de 1908):

“Vivamos a alegria destes 125 anos, a visão das cadeiras cheias dos meus eminentes confrades, grandes escritores, expressão maior da cultura brasileira em nosso tempo. Somos o futuro de que falava o nosso passado pela boca de Machado e Nabuco.

Vivamos, na passagem fugidia do tempo, aquela glória que Machado dizia ser a “que fica, eleva, honra e consola”.

Minhas Senhoras e meus Senhores:

Peço que se levantem em homenagem a visitantes que fazem parte de nossa grandeza.

Vamos recebê-los de pé, eles estão chegando… abram o caminho para que aqui venham participar dessa sessão, para iluminar com grandes estrelas a Academia que fundaram.

Estão em nossa memória! Se por eles somos imortais, os tornemos por um instante mortais:

– Entre, Machado de Assis!, entre, Capitu!, entre, Bentinho!, tragam o mistério eterno contado no Dom Casmurro!

– Entre, Joaquim Nabuco!, venha com as páginas extraordinárias de Um Estadista do Império!

– A Casa é vossa! Sim, esta é a vossa Casa, que nós outros ocupamos por breves momentos: entrem, tomem assento! Recebam nossa reverência à vossa grandeza!

Ao contrário de Graça Aranha, quero proclamar:

– Viva a Academia!”

Chegar e partir

É do filósofo grego Aristóteles, no século 4 a.C., a frase que mais me diz sobre o valor da amizade: “Nenhum homem escolheria viver sem amigos, ainda que tivesse todos os outros bens ao seu dispor”. O pensamento pode parecer piegas, mas revela em si um princípio essencial da vida humana. Nossa natureza é intrinsecamente ligada à interação com o outro. E, não é exagero dizer, nossas vidas são moldadas pelas relações que estabelecemos.

Para quem prefere a abordagem científica, aqui vai um estudo de Harvard: relacionar-se com o outro não somente é parte essencial da vida, como também está diretamente ligado à felicidade. Ao longo de 75 anos, pesquisadores colheram relatos de um grupo de mais de 700 pessoas. A intenção? Descobrir a chave para sermos felizes. Nesse período, homens e mulheres foram acompanhados e questionados sobre suas escolhas: estilo de vida, alimentação, amizades, entre outros.

A conclusão: o que nos mantém saudáveis e felizes são nossos relacionamentos. Simples assim. Boas relações ajudam a reduzir níveis de estresse e nos mantêm de pé em períodos difíceis.

Energia e preços

A bandeira vermelha na conta de luz e os reajustes de tarifas em cinco capitais pressionaram o bolso do brasileiro em julho, fazendo com que a prévia da inflação ficasse em 0,33%, acima do registrado em junho (0,26%).

Ao mesmo tempo, o preço dos alimentos – vilão da inflação nos últimos meses – caiu pelo segundo mês seguido, ajudando a segurar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).

Altruísmo

Assistindo à maneira como os políticos tratam assuntos importantes para o Brasil, concluímos que o altruísmo que deveria norteá-los foi substituído pelo egoísmo absoluto, que só pensa em “eu... e mais eu”!

É uma triste realidade comportamental humana, mas que, aqui no Brasil, entre os políticos, assumiu proporção descomunal e imensurável!

Se nos beneficiarem – pobres cidadãos comuns –, podem acreditar, será por acaso, um ganho inesperado.

DE RELANCE

Médicos e proteção

Começou a tramitar no Senado proposta que assegura aos médicos a inviolabilidade de consultórios, arquivos, dados, correspondências e comunicações.

O autor do projeto foi o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA).

A ideia, segundo o parlamentar, é garantir direitos essenciais ao médico no exercício da sua profissão, conferindo segurança jurídica, respeito institucional e respaldo ético, prevenindo situações abusivas e arbitrárias.

Direitos da profissão

O projeto prevê três novos direitos aos profissionais da medicina.

O primeiro deles é o de exercer a profissão com liberdade, autonomia e objeção de consciência. Além disso, assegura a inviolabilidade do consultório ou local de trabalho do médico.

Arquivos, dados, correspondência e comunicações, inclusive telefônicas, também devem ser mantidos em sigilo – salvo no caso de busca ou apreensão determinada pela Justiça.

O texto apresentado também prevê a presença de um representante do Conselho Regional de Medicina no caso de prisão em flagrante do profissional, por motivo ligado ao exercício da profissão.

Comida de paraquedas

Depois de uma semana em que as imagens da fome em Gaza horrorizaram o mundo, Israel anunciou uma “pausa tática na atividade militar”, o que permitiu o deslocamento de caminhões com ajuda humanitária e o sobrevoo de aeronaves, despejando comida de paraquedas sobre o território.

Israel nega ser responsável pela catástrofe humanitária e acusa o Hamas de sequestrar a comida que chega.

Ainda que a “pausa tática” possa ser apenas uma resposta momentânea às críticas da comunidade internacional, na infeliz história dessa guerra iniciada em 7 de outubro pelos terroristas, é melhor do que nada.

Comida de paraquedas...2

Já faz muito tempo que todos os lados perderam a razão.

O Hamas, além de roubar comida e remédios, faz a população palestina refém de sua causa. Israel permite que caminhões ingressem em Gaza, mas não o suficiente nem na velocidade necessária para aplacar o caos.

Esses veículos transitam alguns quilômetros e são engolidos pela multidão esfomeada. Não há segurança nas rotas – “é o lobo homem do próprio lobo” em sua versão mais ancestral.

As Forças de Defesa de Israel (FDI), que precisam garantir que não há armas nos carregamentos, acabam atrasando ou negando movimentos regulares coordenados para a entrega. Sem falar que quase 70% das rodovias de Gaza estão danificadas.

Comida de paraquedas...3

A ajuda despejada de aviões normalmente agrada fotógrafos de guerra e dão certo acalento à opinião pública internacional de que algo, finalmente, está sendo feito. São ações que rendem imagens impactantes, mas insuficientes. Isso não vai acabar com a fome em Gaza.

Lá embaixo, os paletes, quando caem, podem ferir ou matar. Se despencam sobre um escombro de residência, provocam mais danos. Crianças correm para muito longe de seus pontos de referência para pegar a carga.

Quando a multidão alcança o lote, há confusão, brigas. Se caem em áreas minadas, o alento se transforma em armadilha.

Lançar comida de paraquedas é considerado o último recurso – o que sugere a que nível pavoroso chegamos neste conflito.

Para escrever na pedra:

“Maturidade tem mais a ver com o tipo de experiência que você teve na vida, do que com quantas velas você apagou”. De William Shakespeare.

TRIVIAL VARIADO

Perde e ganha: sempre que são criadas barreiras econômicas por tarifas, sanções ou obstáculos alfandegários, o comércio encolhe juntamente com os ideais liberais de fronteiras abertas para a livre iniciativa. Mas, quando Donald Trump declara uma guerra tarifária, nem todos saem perdendo.

Perde e ganha...2: como as decisões de Trump em alguns casos equivalem a sanções, ainda que a economia seja afetada de forma geral, a geopolítica move-se na direção de quem se opõe à hegemonia norte-americana.

Quem ganha: quando um país sofre sanções, o líder local se beneficia politicamente, a exemplo de Vladimir Putin e agora de Lula. Como as penalidades atingem a todos, elas são usadas como fator de coesão interna e de justificativa para toda sorte de problemas econômicos, tenham ou não ligação com as sanções.

Revés: em decorrência da rasteira geral de Trump, os EUA sofrem um revés na confiança como parceiro comercial. Os negócios internacionais não sobrevivem no longo prazo sem a solidez de regras com alguma estabilidade. Diante do isolacionismo dos EUA, os países saem em busca de alternativas.

Faltam recursos: sem verba, FAB só tem combustível para jatinhos até 3 de agosto. Sete das dez aeronaves usadas por autoridades já estão fora de serviço.

Aniversário: o Banco Central lança moeda comemorativa de R$ 1 pelos 60 anos do órgão. Mais de 23 milhões entrarão em circulação. Quem colecionar essas moedas vai ganhar dinheiro no futuro.

Tensão comercial: Donald Trump descarta adiar tarifaço; Brasil ainda busca saída diplomática. Ontem, presidente dos EUA também anunciou acordo com a União Europeia, com taxas de 15% para o bloco.

Matéria na íntegra: https://m.imirante.com/entretenimento/sao-luis/amp/2025/07/28/ph-sarney-nos-125-anos-da-abl

29/07/2025