
O bufão amargo
[2]Não é de hoje que os artistas, em geral, são os bobos da corte, ou seja, do poder. E a função dos artistas não é apenas a de distrair os poderosos, pelo contrário -a principal missão deles é criticar e, às vezes, insultar o poder.
Não é de hoje que os artistas, em geral, são os bobos da corte, ou seja, do poder. E a função dos artistas não é apenas a de distrair os poderosos, pelo contrário -a principal missão deles é criticar e, às vezes, insultar o poder.
A editora Nova Fronteira acaba de lançar um novo livro de Joachim Fest, contendo suas conversas com Albert Speer, o arquiteto de Hitler cujas lembranças, como o próprio autor confessa, foram fundamentais para escrever a biografia do ditador, hoje considerada a melhor obra sobre os momentos finais do regime nazista.
Nunca dei muita bola para os prêmios da Academia de Hollywood; raramente assisto a alguns pedaços da cerimônia, que me parece um pouco provinciana, com os premiados agradecendo à mãe, aos filhos, aos parentes até a terceira geração.
Todos temos uma lista de palavras das quais não gostamos ou que não entendemos.
"O Corvo" é um poema oral, Poe o recitava como se tratasse de um "lied" de Schubert, uma fuga de Bach Se me perguntassem qual o livro mais importante que li, eu seria obrigado a citar uns 20 ou 30, sem incluir na lista a Bíblia e o catálogo de telefones.
Não sei se é verdade, mas sempre ouvi dizer que o pessoal da Máfia, para receber um novo membro, obriga o candidato a fazer um furinho no dedo indicador da mão direita e espremer até que saia pelo menos uma gota de sangue.
É raro o dia em que, com ou sem motivo, não lembro do Antonio Callado. Fomos amigos durante anos, companheiros de Redação, de editora e de cela no hediondo quartel da Polícia Militar, na rua Barão de Mesquita.
Deus todo-poderoso é testemunha de que nada tenho contra as baleias, a mata atlântica, a sustentabilidade e a transparência de nossas instituições, os ciclistas, a troca de ministros no governo e o excesso de peso de Ronaldo Fenômeno.
Em crônica da semana passada, na página 2 ("Quem paga o pacto"), toquei perifericamente num assunto que continua a provocar polêmica, inclusive com manifestos de militares da reserva, que são contra, e com o massivo apoio de vários e numerosos setores da sociedade, que são a favor.
Faltam ainda dois anos para a Copa de 2014 e, de minha parte, declaro que já estou de saco cheio de tudo o que está sendo discutido, prometido, negado e negociado a respeito dela.
Impossível não escrever sobre Chico Anysio, apesar da compacta e mais que merecida cobertura que ele recebeu da mídia em geral e de seus admiradores, vale dizer, do Brasil inteiro. Impossível também destacar os comentários feitos por tanta gente entendida em sua vida e obra. Tenho para mim que a melhor observação foi a de Boni, um dos responsáveis pelo sucesso do Chico -evidente que depois do próprio Chico e do advento do videotaipe na TV.
Tudo se explica: Puccini vendeu a alma ao demônio. Foi essa -e não podia ser outra- a explicação de seus rivais e inimigos, roídos e moídos não pelo sucesso popular e financeiro das obras do compositor, mas pela beleza simples, humana, quase cafona, de suas partituras.
O técnico trabalhava desde a manhã no velho computador, um 286, paquiderme eletrônico já naquela época.
Nos domingos de Páscoa, como o de hoje, lá no seminário onde estudei, acordávamos com o coro da "Cavalleria Rusticana", "Inneggiamo il Signore è risorto", um dos mais famosos da lírica de todos os tempos. No rude cenário de uma aldeia siciliana, o povo se reúne e louva o Senhor, que subiu à glória do céu. Mal termina o coro pascal, num duelo por causa de mulher, um homem mata outro.
Deve ser um problema com o nome: "Comissão da Verdade". E também de número: sete pessoas. Não creio que haja sete caras no mundo que tenham o mesmo conceito de e sobre a verdade. Sempre prevaleceu a verdade de cada um, o assim é se lhe parece, de Pirandelo. Daí a dificuldade de dona Dilma nomear os membros que examinarão atos e fatos criminosos do período ditatorial.
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