
O privado e o público
[2]A crise desencadeada pelo vereador Carlos Bolsonaro, desmentindo pelo twitter o ministro–chefe da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno, tem um aspecto que a torna ainda mais perigosa em termos institucionais.
A crise desencadeada pelo vereador Carlos Bolsonaro, desmentindo pelo twitter o ministro–chefe da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno, tem um aspecto que a torna ainda mais perigosa em termos institucionais.
A família Bolsonaro parece gostar de um enfrentamento. Ontem à noite, o presidente avalizou pelo twitter uma afirmação do filho Carlos, que desmentia o ministro da Secretaria-Geral da Presidencia, Gustavo Bebianno, que dissera que mantivera contato com Bolsonaro no hospital.
Como já estão querendo jogar a culpa no acaso e na fatalidade, é importante lembrar o que afirmou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge: “O Brasil passa por uma sucessão de fatos e desastres evitáveis e preveníveis”.
O DEM é o caso mais curioso de empoderamento político dos últimos tempos, pois aparentemente tem o controle das presidências da Câmara e do Senado, e a lideranças do maior bloco na Câmara, mas, na prática, não teve interferência política nessa composição.
Há um consenso no Congresso sobre a necessidade de fazer a reforma da Previdência, o que já é meio caminho andado. Anteriormente, ainda havia quem discutisse se existe mesmo o déficit do sistema. Hoje, alguém que ainda insista nessa discussão bizantina está isolado, como se vivesse em outro mundo.
Tão cedo não vou conseguir apagar de minha memória visual as imagens da tragédia de Brumadinho — aquelas ondas de lama de rejeitos de minério avançando como um monstro sobre o que encontravam, soterrando pessoas, árvores, casas, sítios, veículos, pontes.
Durante o encerramento da série de seminários “Brasil, Brasis”, na Academia Brasileira de Letras, quando foi abordado o tema “Educação: a grande prioridade”, através de uma palestra brilhante do professor Antonio Celso Pereira, tive a oportunidade de fazer algumas colocações sobre o momento atual da educação brasileira.
O luto é um estado de espírito que piora a cada dia quando se aceita que o que aconteceu não é um pesadelo. É o cara a cara com a perda irreparável, é o amanhã do que não poderia ter acontecido. Olhar em volta e só ver a lama.
Não há olhos no Brasil que não tenham tido lágrimas ou vontade de tê-las com a tragédia da barragem de Brumadinho: os mortos sufocados por uma brutal e avassaladora corrente de lama e pó de ferro; a irresponsabilidade daqueles que não foram capazes de pensar que um dia isso poderia acontecer; a burrice e a estupidez das instalações administrativas e refeitórios a jusante da barragem...
O vice-presidente Hamilton Mourão disse com razão que “essa conta” — do rompimento da barragem de Brumadinho — “não pode vir para nós porque assumimos faz 30 dias”.
A impressionante deterioração do prestígio do presidente Jair Bolsonaro, a menos de um mês de ter sido empossado , está provocando um rebuliço no Congresso, onde lideranças que negociam a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado recuam e avançam, na tentativa de entender para que lado o vento do poder está soprando.
A presença de militares, da ativa e da reserva, em postos eminentemente civis chama a atenção no primeiro ministério do presidente Jair Bolsonaro, ele próprio um capitão da reserva do Exército.
Estamos assistindo à situação trágica e triste da Venezuela.
O ministro da Defesa da Venezuela, General Vladimir Padrino Lopez, que, ao lado de sua cúpula militar, classificou de “golpe de Estado” a proclamação do líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino
O caso que começou com uma suspeita de que o motorista Queiroz fosse seu “laranja” para receber parte do salário de seus funcionários da Assembléia Legislativa do Rio chega a um ponto maior de gravidade com o envolvimento de Flávio Bolsonaro com milicianos.
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