
Por um debate fecundo
[2]Com ou sem impeachment, é urgente ter clareza sobre o que é inadiável e prioritário. Não dá para desviar o foco o tempo todo.
Com ou sem impeachment, é urgente ter clareza sobre o que é inadiável e prioritário. Não dá para desviar o foco o tempo todo.
Cenas de depravação e perversidade de documentário, recolhidas em vários países, passaram a ser norma pela frequência em jornais e telas de TV, sem falar na internet.
Até hoje, passados muitos dias da votação na Câmara da aceitação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, ecoam nos debates parlamentares a maneira como alguns deputados justificaram seus votos naquele domingo.
A presidente Dilma anda trocando os pés pelas mãos nesses seus últimos dias de Palácio do Planalto, e já dá mostras de que não tem senso de história, ou o tem tão distorcido que acha que qualquer ação é válida para manter-se no poder, mesmo quando essa possibilidade se torna quase impossível. Nunca a velha regra política de que somente dois fatos são importantes, o fato novo e o fato consumado, foi tão verdadeira.
A recém-terminada conferência das Nações Unidas, em Nova York, sobre ecologia nos situa diante do estado de consciência universal quanto aos avanços do bem-estar ou do dito "bem comum" em nosso tempo.
O provável futuro presidente Michel Temer, cuja trajetória rumo ao Palácio do Planalto já é considerada pela própria (ainda) presidente Dilma irreversível, tem dado alguns sinais importantes de que está sintonizado com o que deve ser feito no seu mandato-tampão para que não seja apenas uma nota de rodapé na história do país.
A eleição ontem do presidente e do relator da Comissão do Impeachment no Senado serviu para confirmar que a oposição tem maioria esmagadora – o senador Antonio Anastasia, do PSDB, foi eleito por 15 a 5 – e que os governistas, à falta do que fazer para evitar o afastamento da presidente Dilma dentro de 15 dias, tentam retardar decisões com expedientes simplesmente ridículos.
Veio a sensação de que o Rio se tornara a bola da vez do azar: câncer do Pezão, crise econômica sem precedentes, greves, falta de grana até para pagar a funcionários.
Se faltam recursos financeiros para viabilizar o Plano Nacional de Educação, com as suas 20 metas, o que dizer do que se disponibiliza para a realização de objetivos culturais? É muito pouco e ainda por cima corre-se o risco de ser menos ainda, se a discussão em tomo da Lei Rouanet concluir que ela deve ser extinta.
O PMDB está próximo de voltar à presidência da República pela terceira vez de maneira indireta. Foi assim com José Sarney e Itamar Franco, vice-presidentes que assumiram o governo na falta do presidente eleito, Sarney devido à morte de Tancredo Neves, e Itamar em decorrência do impeachment de Collor.
Desde a gestão de Machado de Assis (1896 -1908) começou-se a insistir, pela palavra do próprio patrono da ABL, na criação do "dicionário etimológico", a ser futuramente produzido pela Academia. O assunto Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa sempre esteve presente nas discussões da ABL, dada a sua relevância.
Não temos, na nossa história política, momento como o de agora, em que chegamos aos extremos do risco da desestabilização.
O PSDB parece que sofre de Síndrome de Estocolmo, definido por alguns como "estado psicológico em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia por seu agressor". Só isso explica que os tucanos volta e meia tenham uma recaída, como agora, e busquem imitar as atitudes do PT quando na oposição.
Em nome das baleias que circulam impunemente nas águas do nosso imenso litoral e estão em condenável fase de extinção; em nome do formidável rio São Francisco que nunca será desviado para matar a sede dos nossos irmãos nordestinos...
Como a maioria dos brasileiros, assisti, domingo passado, pela televisão, à votação, na Câmara dos Deputados, do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Ao contrário do que, desonestamente, procurara afirmar José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, não se tratava de julgar a presidente e, sim, de admitir ou não o cabimento legal do processo de impeachment contra ela, o que finalmente foi aceito após uma discurseira que começou às 14h daquele dia e terminou depois da meia-noite.
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