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Artigos

  • As uvas da ausência

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/03/2005

    A morte de Guillermo Cabrera Infante, em Londres, na semana passada, após 40 anos de exílio, deveria servir de reflexão sobre as relações dos intelectuais com o regime cubano. Como se sabe à exaustão, há uma tendência de compromisso entre escritores e artistas com o socialismo implantado por Fidel Castro, que logo se tornou comunismo e sobrevive hoje sob a forma, sem dúvida simpática, de castrismo.

  • A bolsa e a vida Severina

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 04/03/2005

    O fracasso da eleição de Greenhalgh, no zênite do poder do PT, só demonstrou, ao mesmo tempo, como as raízes da força de Lula permanecem intactas por fora de qualquer agenda clássica de respostas à expectativa popular. Nos mesmos dias em que o PT foi varrido da Mesa da Câmara, continuam os percentuais do apoio básico ao presidente. Mais ainda, reforça-se a conclusão peremptória: continua imbatível para um segundo turno.

  • Por uma Federação de fato

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/03/2005

    Malgrado o Estado brasileiro ser, como é notório, uma República Federativa, ainda sofre de grande centralismo em torno da União e elevado grau de competitividade entre os Estados, Distrito Federal e municípios.

  • Vá tomar banho!

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/03/2005

    A característica mais forte da sociedade industrial foi a sua capacidade nunca prevista de provocar um êxodo das populações rurais para as cidades. A relação de outrora -de 80% das pessoas vivendo no campo e 20% nas cidades- inverteu-se vertiginosamente para, em média, 10% no campo e 90% nas cidades. O Brasil não ficou atrás e, hoje, é mais ou menos essa a proporção que apresenta.

  • O primeiro golpe contra o golpe

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/03/2005

    Em 31 de março de 1967, inaugurava-se no Brasil um tipo novo e complicado de poder: o marechal Castelo Branco entregava a Presidência da República ao também marechal Costa e Silva. Em cerimônias análogas, nos anos seguintes, o posto hierárquico baixaria para o de general-de-exército. Seguindo o exemplo dos rinocerontes, os marechais entravam em fase de extinção, o próprio Castelo Branco abolira o posto na pirâmide funcional.

  • É preciso autoridade

    Diário do Comércio (São Paulo), em 04/03/2005

    Os comentários sobre a eleição de Severino Cavalcanti para a presidência da Câmara dos Deputados estão fervilhando. O dono, segundo a mídia, do baixo clero, faz lembrar a Revolução Francesa. Entre tantas traições, atitudes desencontradas de outras, na condução dos acontecimentos, o baixo clero não votou com o primeiro Estado, o clero, nem com o segundo, a nobreza, mas com o Terceiro Estado, o povo, entendida a palavra como todos os que não pertenciam a um dos dois outros Estados da representação. Severino Cavalcanti, um dos milhares de Cavalcantis ou Cavalcantes do Nordeste, principalmente de Pernambuco, soube dominar o baixo clero.

  • Começando a gostar

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/03/2005

    Não devo causar surpresa ao afirmar que estou começando a gostar do Severino. Fiz parte da turbamulta que esculhambou a sua eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, os métodos que usou e até mesmo alguns lances de seu passado reacionário.

  • Em torno do FMI

    Diário do Comércio (São Paulo), em 03/03/2005

    Os periodistas da minha geração, bem como os políticos de épocas passadas, lembram-se que Juscelino, a simpatia em pessoa, fechou carranca, que não era de seu hábito, contra o FMI, e rompeu relações com essa instituição, criada por Lord Keynes, em 1944, para enfrentar, com o apoio financeiro dos Estados Unidos, a catástrofe da guerra, que terminaria logo depois. Evidentemente, as esquerdas da época aplaudiram o risonho Juscelino mas o Brasil, pouco tempo depois, reatava relações com o FMI, e viveram muito bem até há pouco.

  • Mário Palmério, o romancista rural

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 02/03/2005

    À semelhança de Graciliano Ramos, com o seu livro São Bernardo, Mário Palmério também estreou na vida literária nem muito cedo, nem muito tarde, nem muito moço, nem velho ainda, mas naquela idade ideal, 40 anos, com o fruto quarentão de uma aventura intelectual: o livro Vila dos Confins, que ''nasceu relatório, cresceu crônica e acabou romance''.

  • Fidelidade a quê?

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/03/2005

    Ninguém discute que a reforma política é uma necessidade urgente para colocar a vida nacional em trilhos mais eficientes e adequados à nossa realidade. Alguns de seus itens são e serão polêmicos por muito tempo. Dois deles me parecem dificultar um consenso: o financiamento das campanhas e a fidelidade partidária.

  • Adolescente no banditismo

    Diário do Comércio (São Paulo), em 02/03/2005

    Faz poucos dias, num dos restaurantes da Vila Madalena, três bandidos, dois jovens e uma jovem, mais moça do que os bandidos masculinos, praticaram o arrastão, passando para o seu poder dinheiro, jóias, celulares e outros bens das vítimas. Na saída, tiveram tanta falta de sorte que passava pelo local um carro da polícia. Atiraram, mas, amadores, não acertaram.

  • Presença de Ascendino

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 01/03/2005

    Pertencente ao grupo dos romancistas brasileiros que, no século XX, mais longe foram no exame dos costumes de uma sociedade que se erguia depois da guerra 1939-45, fixou Ascendino Leite para sempre toda uma época de transformação por que passamos a partir do momento em que soldados brasileiros voltaram da Europa e influíram no fim de uma ditadura que nos vinha desde o começo dos anos 30. Em seus romances de então - "A viúva branca", "O salto mortal", "A prisão" - estava um classe média que tomava consciência de que as respostas aos desafios de cada instante deviam ser diferentes.

  • Canção do exílio

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 01/03/2005

    Cidade exagerada, mas com um charme que nem os problemas que a afligem conseguem destruir, o Rio se dá ao luxo de ter dois aniversários, de comemorar seu nascimento duas vezes a cada ano. Em 20 de janeiro, por causa de são Sebastião, seu padroeiro, dia da batalha final entre portugueses contra os franceses e seus aliados tamoios pela posse da cidade.

  • Pálida revolução

    O Globo (Rio de Janeiro), em 28/02/2005

    Semana passada, Lula desceu de jeans do avião para abraçar Chávez na pompa de uma visita a Caracas. Pôs a nu o perigo do populismo que o venezuelano trouxe à reivindicação pela nova esquerda latino-americana no fechamento do Fórum de Porto Alegre.