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Artigos

  • Sobre o velhinho

    Em um lugar que fica entre a França e a Espanha existe uma cadeia de montanhas. E é exatamente nesta cadeia de montanhas que fica uma aldeia chamada Argeles. E é nesta aldeia que existe uma ladeira que leva até o vale. Todas as tardes, um velho sobe e desce a ladeira. Quando fui para Argeles pela primeira vez, não reparei nisso. Já, da segunda vez, vi que um homem sempre cruzava comigo. E, cada vez que eu ia àquela aldeia, reparava mais e mais detalhes nele – a roupa, a boina, a bengala, os óculos. Hoje em dia, sempre que eu me lembro da cidade, também penso naquele velhinho - embora ele não saiba disto. Uma única vez tive a oportunidade de conversar com ele. Querendo fazer uma brincadeira com aquele senhor, perguntei: “Será que Deus vive nestas lindas montanhas que estão todas a nossa volta?”. “Deus vive”, disse o velhinho para mim, “exatamente nos lugares onde deixam Ele entrar”.

  • O mundo espiritual

    Um discípulo comentou com o rabino Bouhnam de Passiskhe: “O mundo material parece sufocar o espiritual”. E Bouhman explicou: “Sua calça tem dois bolsos. Escreva no direito ‘o mundo foi criado só para mim’ e no esquerdo, ‘não sou nada além de cinzas’. Divida seu dinheiro. Quando encontrar uma situação de miséria, lembre-se de que o mundo existe para você usar sua bondade e o dinheiro do bolso direito. Quando quiser adquirir coisas que não fazem falta, lembre-se do que está escrito no bolso esquerdo. Assim, o mundo material nunca sufocará espiritual”.

  • Muçulmanos em chamas

    O terreno de Maomé está pegando fogo. Uma das grandes religiões do mundo enfrenta crises de origem estrangeira e de origem interna. Temos o caso da Guerra do Iraque, criada pelo presidente americano George W. Bush (que procura sair sem perder o brio, o que é difícil).

  • Além do desastre

    RIO DE JANEIRO - À margem do acidente de anteontem com o avião da TAM, cujas causas seguirão a rotina de sempre e demorarão a serem esclarecidas, faço duas considerações de leigo na matéria, mas usuário freqüente do transporte aéreo. Desde já estão abertas duas vertentes que irão tumultuar a apuração do caso.

  • Sangrando e fedendo

    RIO DE JANEIRO - Não foi a imprensa que diagnosticou tão radicalmente a crise atravessada pelo Senado. Foram alguns de seus membros, que estão sofrendo o constrangimento de serem senadores num momento em que dois deles estão sendo acusados não apenas de falta de decoro mas de improbidade.

  • O coaxar das rãs

    RIO DE JANEIRO - Animal urbano, sempre ouvi falar em coaxar de rãs, mas nunca soube exatamente o que era isso. Até que li, num jornal aqui do Rio, uma referência ao "coaxar de rãs" a propósito das críticas que estão sendo feitas, ao Rio em geral e ao carioca, em particular, por conta do Cristo Redentor, que foi considerado uma das sete maravilhas do mundo.

  • Esperança, iluminação

    Estou viajando de carro pela França com Moebius, um dos mais famosos desenhistas de quadrinhos do mundo e responsável pelas ilustrações de “O alquimista”. Chove, e ele aproveita para desenhar nos vidros embaçados. “Em certas ocasiões”, começa a dizer Moebius, “o pessimismo pode ser uma grande força de transformação. De tanto enxergar o lado escuro da vida, as pessoas acabam no fundo do poço. Mas, no meio da escuridão total, algo de tranqüilizador acontece a elas”. E ele continua: “Já que as pessoas sabem que não podem descer para baixo, só lhes resta uma alternativa: começar a subir de volta. Então os valores mudam, a esperança renasce e o caminho de volta é feito com sabedoria”. Creio que é um processo em que os riscos envolvidos são exatamente grandes. Se vislumbrarmos a luz, é melhor largar tudo e segui-la. Mas Moebius pensa diferente, e eu resolvi registrar sua opinião aqui.

  • A oração da água

    Os monges sufis costumam manter o olhar fixo numa poça d’água, para rezar “a prece do olhar fixo”. Ela se divide em cinco etapas: a) agradecer a Deus por estarmos rezando; b) pedir que Ele nos mostre o melhor caminho a seguir; c) fazer revisão do dia anterior, procurando ver os momentos em que Deus quis se revelar; d) pedir perdão por não tê-lo reconhecido; e) fazer um ato de fé, dizendo que estaremos atentos a Sua presença. O olhar fica fixo na água por cinco minutos. Surgem imagens. O Espírito Santo, então, nos mostra o caminho e nos ajuda a percorrê-lo.