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Artigos

  • Humilde do bem

    Nossa Senhora, com o Menino Jesus nos braços, desceu à Terra para visitar um mosteiro. Os padres fizeram fila para homenageá-la. No fim estava um padre humilde, que não tivera chance de aprender com os sábios da época. Seus pais trabalhavam num circo. Na vez dele, os monges queriam encerrar as homenagens. Querendo mostrar seu amor pela Virgem, tirou umas laranjas do bolso e começou a atirá-las para o ar, fazendo malabarismos que seus pais lhe ensinaram. O Menino Jesus bateu palmas de alegria. E a Virgem Maria deixou ele segurar seu filho.

  • Poderes em desequilíbrio

    As diferentes constituições brasileiras consagraram o princípio que os poderes são independentes, mas harmônicos. O uso ilimitado do instrumento da Medida Provisória parece derrogar essa tradição republicana de equilíbrio dos poderes,impedindo o Congresso Nacional de funcionar em sua plenitude como Casa da representação popular, viga mestra da democracia brasileira.

  • Em prol dos outros

    Um estudante muito curioso pediu a um mestre sufi que lhe revelasse o quinto nome de Deus. “Saber o nome pode me tornar capaz de mudar a história”, disse o estudante, muito cheio de si. Para observar a postura do jovem, o mestre pediu que ele passasse um dia na porta da cidade. O estudante voltou no dia seguinte e contou o que viu. “Um velho quis entrar na cidade para vender um carneiro. O guarda cobrou imposto, mas ele não tinha dinheiro. Então, o guarda roubou o carneiro e expulsou o homem. Se soubesse o nome oculto de Deus, seria capaz de modificar esta situação”, disse o estudante, como se cobrasse algo do mestre. Sem pensar duas vezes, ele respondeu: “Você podia ter impedido a injustiça, mas preferiu sonhar com uma revelação. Que tolice! Pois vou lhe revelar o quinto nome de Deus: ação em favor dos outros. Só assim podemos mudar a história”, afirmou o sábio mestre.

  • Congresso limitado

    “Tão importante como legislar é uma fiscalização vigilante da administração, e ainda mais significativa do que a lei é a instrução e orientação em assuntos políticos que o povo pode receber de um Congresso disposto a discutir às claras os problemas nacionais.” Essas palavras, que conservam enorme atualidade, foram proferidas em 1884 por Woodrow Wilson, então professor de economia política em Princeton e, posteriormente, presidente dos Estados Unidos.

  • A construção de aeroportos

    Não se pode procurar um modelo de aeroporto, pronto e acabado, nas ruas do velho e celebrado Triângulo desta megalópole que não pára de crescer. De todas as obras civis que a engenharia enfrenta, nenhuma é mais complexa do que o aeroporto. Vamos aos casos concretos. Primeiro temos que escolher o local apropriado; confesso que não vejo em São Paulo um terreno adequado a se prestar à um aeroporto de grande circulação, segundo as verbas necessárias para sua construção, num Tesouro apertado de obrigações fatais e inadiáveis. Tudo isso leva tempo, custa dinheiro e as gerações passam.

  • O fim do PT e a ascensão do lulismo

    Talvez julguem que a expressão “fim do PT” seja uma provocação. E talvez venha a redundar nisso, a depender do leitor, mas não é minha intenção. Na verdade, é o resultado de uma constatação tão “neutra” quanto é possível fazer constatações neutras, em matéria deste tipo. E é absolutamente honesta. Lembro, embora não literalmente, uma frase de Bernard Shaw a respeito do cristianismo. “A crucificação de Cristo foi o maior êxito político do Império Romano, porque o cristianismo acabou assim que Cristo expirou.”

  • As razões ocultas

    Na fronteira da França, existe um castelo em ruínas. Resolvo visitá-lo, mas, ao me aproximar, um senhor me diz: “Não podes entrar”. Explico que venho de longe, tento lhe oferecer uma gorjeta – de repente, sem nem saber o porquê, entrar no castelo se tornou importante para mim. “Não podes entrar”, ele repetiu. Resta a mim uma alternativa: seguir adiante e esperar que ele me impeça fisicamente. Vou até a porta, ele me olha, mas nada faz. Em certos momentos, o mundo nos pede para lutar por coisas que não conhecemos, por razões que jamais vamos descobrir.

  • Um olhar revelador

    Um experiente político brasileiro, acostumado a fazer visitas às suas bases eleitorais, dá o seguinte conselho: “Ao entrar numa casa, observe o comportamento das crianças. Se alguma começar a lhe olhar torto, pode ter certeza de que escutou seus pais falando mal de você”. O olhar de uma criança é a melhor maneira de decifrar nossas vidas e o mundo em que vivemos. Mas nos sentimos obrigados a sempre fazer gracinhas para elas. Aquela alma ainda é pura. Não permitimos que Deus nos dê seus recados, porque nos julgamos mais sábio do que um olhar infantil.

  • Machado de Assis em Londres

    Entre os dias 18 e 22 de junho passado, o maior dos escritores brasileiros - cujo humor de estilo britânico tem sido, aliás, sempre recordado - esteve em evidência em Londres. Com a impecável organização da embaixada do Brasil, a Semana Machado de Assis abriu a série de manifestações - especialmente da Academia Brasileira de Letras - a celebrar, até o final de 2008, o centenário de seu falecimento.

  • Os erros e o desastre

    Os erros da TAM têm alcance apenas aqui, mas os erros da Airbus têm um alcance universal, podendo causar novas vítimas, motivo porque é preciso alertar os seus fabricantes franceses, e as nações associadas, sobre a eventualidade de desastres, que afetarão duramente o bom nome da empresa e a grande propaganda que os fabricantes fizeram dessa máquina de notável consistência.