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Artigos

  • Ruth Cardoso

    Tudo isso que Ruth realçou tem a ver com o enraizamento das práticas que dão vida e substância à democracia

  • A fome no mundo

    O Banco Mundial anunciou que mais de 100 milhões de pessoas passam fome em todo o mundo. Ao todo, a fome atinge 854 milhões de pessoas no mundo. Essa estatística foi dada a público pelos tecnocratas de Washington, alarmando ainda mais o mundo, já suficientemente apavorado com sucessivas crises, que estão abalando a civilização e criando problemas para os quais faltam técnicos e soluções viáveis para encará-los em tempo hábil.

  • A Quarta ou a Quinta

    A COMEÇAR pelos fenícios, as potências mundiais sempre foram potências navais. Com o fim da Idade Média, Portugal, Espanha, Holanda, França e Inglaterra dominaram os mares. Portugal foi ultrapassado no final do século 16 pela Holanda, que chegou com seus navios leves e velozes. Os ingleses, com a novidade das fragatas com duas fileiras de canhões, levaram de roldão portugueses, espanhóis e holandeses, e nasceu o formidável Império Britânico. Hoje, 90% do comércio mundial circula pelos mares. Os Estados Unidos distribuíram suas frotas em todos os pontos estratégicos dos oceanos. A Segunda e a Terceira Frotas são responsáveis pela defesa dos interesses americanos nos oceanos Atlântico e Pacífico, respectivamente. A Quinta Frota, que cobre o golfo Pérsico, o mar Vermelho e o mar Arábico, acompanha as tensões do Oriente Médio e já chegou a contar com nada menos do que cinco porta-aviões americanos, em 2003. A Sexta Frota é baseada no Mediterrâneo, e a Sétima, no Japão. A Primeira Frota foi desativada em 1973. E agora os EUA querem reativar a Quarta Frota, que ficará responsável pelo Atlântico Sul. A China, que sempre foi uma potência terrestre, tornou-se hoje uma potência naval. Uma de suas tarefas é proteger suas rotas de comércio, especialmente as do petróleo e de seu fluxo gigantesco de exportação. Patrulha permanentemente os 800 quilômetros do estreito de Malaca, hoje infestado de piratas modernos. O aspecto econômico-comercial certamente também pesou na decisão americana de reativar a Quarta Frota no Atlântico Sul, com a perspectiva de que a região se torne um dos grandes centros produtores de petróleo, devido às recentes descobertas de jazidas. Em 1986, o meu governo propôs à ONU a criação de uma Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul. Esta proposta, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 27 de outubro daquele ano, por meio da Resolução n.º 41/11, torna o Atlântico Sul uma zona de paz, livre de armas nucleares. Esta resolução do Brasil teve 124 votos a favor e um único voto contra, o dos Estados Unidos. Nossa preocupação continua válida. Sou um pacifista e hoje, como ontem, sei que ninguém impedirá navios americanos de navegar em todos os mares internacionais, mas não posso concordar que transitem por aqui com armas nucleares. E todos eles as têm. Essa deve, objetivamente, ser a posição do Brasil: ver cumprida a resolução aprovada pela ONU em 1986. Necessitamos desta clara garantia. No mais, eles não precisam de Quarta. Já têm a Quinta, a Sexta e até o Sábado de Aleluia.

  • Unidos para sempre

    Quando nos aproximamos das homenagens que serão prestadas à memória Machado de Assis, pelo centenário de morte, convém recordar um fato que vai lentamente caindo no esquecimento. No dia 21 de abril de 1998, presente um grande número de acadêmicos, a ABL reparou uma inacreditável injustiça ou mesmo um triste ato de discriminação.

  • Limitação de crédito

    Ao ler a notícia de que os bancos vão limitar os créditos, o leitor comum não sabe que um banco não faz outra coisa se não limitar créditos. Tem muita ilusão o cliente de banco ao supor que o banqueiro vai abrir a carteira de crédito para todos os candidatos que desejem fazer empréstimos, sem limites, quando a regra bancária é ter sempre limites para os empréstimos.

  • A América de Obama, ainda

    Este ano sísmico de 2008 surpreende por acontecimentos absolutamente imprevisíveis, dentro das lógicas de poder delineadas pelas hegemonias políticas, após a amplitude do domínio da superpotência, a civilização do medo e a absoluta remoção de uma cultura da paz como alimentada, ainda, na virada do século. O governo Bush seria a conclusão inapelável deste controle bélico global na assunção de todos os riscos calculados para fazê-lo prevalecer, através, inclusive, da guerra preemptiva.

  • O banqueiro tranqüilo

    RIO DE JANEIRO - Perdoem a insistência: mas na recente embrulhada policial-jurídica, envolvendo duas importantes instituições do Estado (Executivo e Judiciário), o que mais me espantou foi a certeza de Daniel Dantas ao se declarar "tranqüilo" quanto ao Supremo Tribunal Federal, do qual nada temeria.

  • Medicina e indústria: a imprecisa fronteira

    Participei, certa vez, num evento sobre saúde pública realizado nos Estados Unidos, em que várias pesquisas foram apresentadas. Uma delas tinha como tema a dieta láctea no tratamento da hipertensão arterial. Chamava a atenção a insistência do palestrante sobre os benefícios da referida dieta. Terminada a apresentação, ouvi um dos médicos comentar com outro que a veemência era compreensível: o conferencista tinha sido financiado pela poderosa indústria americana do leite. Hoje, isto não seria uma revelação inesperada: os autores de trabalhos na área médica devem declarar prováveis interesses envolvidos em seu trabalho. O que nos remete a um assunto correlato, mas igualmente discutido: a relação entre indústria farmacêutica e médicos.

  • Não adianta, que a maré vem

    De vez em quando, não posso negar, me divirto bastante vendo na televisão cenas de conflitos entre europeus e, por exemplo, africanos, na França ou na Inglaterra. Africanos muitos dos quais têm uma hipócrita cidadania no país que ora os hostiliza e em cujo povo infundem quase terror. Dirão vocês que não há nada de divertido em testemunhar mais um exemplo da estupidez e do atraso humanos e, claro, sou obrigado a concordar. Mas é que desenvolvi um ângulo especial para enxergar essas coisas e fico curtindo o que chamo de revertério da colonização.

  • Machado de Assis ou Lima Barreto?

    Semana passada foi inaugurada na sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio, uma exposição absolutamente imperdível: mostra-nos a vida e a obra de Machado de Assis. O local e o “timing” não podia ser mais adequados. A ABL é a casa de Machado – o escritor foi um de seus fundadores e o primeiro presidente – e este ano, como todo mundo sabe, assinala o centenário de seu falecimento. Embora seja hoje reconhecido, inclusive no exterior, como o grande escritor brasileiro, Machado permanece, sob certos aspectos, uma figura intrigante. De sua infância, particularmente, sabe-se pouco; mas o que se sabe é suficiente para despertar em nós uma comovida admiração. Descendente de escravos, filho de pais pobres, Machado nasceu no morro do Livramento, uma criança fraca, doente (sofria de epilepsia, enfermidade para a qual não havia à época tratamento eficaz). Perdeu a mãe ainda criança, mal freqüentou escola, se é que isto aconteceu, e muito cedo estava trabalhando. Além disso era mulato, numa época em que havia escravatura e na qual, por conseguinte, o preconceito era violento; e, por último, gaguejava. Que este menino tenha superado tudo isso para tornar-se um grande escritor é uma verdadeira lição. Dá, sim, para superar obstáculos, desde que os nossos sonhos nos sustentem.

  • Presença do piano

    Mestra internacional do piano, com toda uma vida dedicada à música, em recitais que deram fama a seu nome, nos mais importantes centros musicais dos Estados Unidos, da França, da Inglaterra, da Alemanha, da Áustria e da Suíça, com toda essa experiência resolveu Maria Augusta de Oliveira Morgenroth colocar agora num livro uma seleção das aulas de piano que tem dado e as "máster classes" ligadas a essas aulas, isto é, ao mergulho no íntimo do compositor e de sua obra, na penetração mesma das intenções da música e da importância do intérprete, no caso a pianista, "sentir" exatamente o que está tocando.

  • Reabilitação com o poder

    O missionário nomeado para acomodar as partes contrárias em conflito já foi escolhido. Seu nome é Luiz Eduardo Greenhalgh. Ele tem que harmonizar valores contrários e dar-lhes posse do bom acolhimento. Segundo a Folha de S. Paulo de ontem, a Polícia Federal acusa o Banco Opportunity de driblar a fiscalização. O Globo faz por menos, informa apenas que a relação de Daniel Dantas com o governo preocupa Lula. Já O Estado de S. Paulo informa: Dantas fez lobby para negócios ilícitos no Planalto, afirma PF.

  • Refresco de memória

    RIO DE JANEIRO - Até agora, a mais espetacular operação da Polícia Federal atirou contra o banqueiro Daniel Dantas. Mas atingiu também o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, que está levando as sobras com o levantamento de sua polêmica passagem no judiciário nacional.

  • Reabilitação com o poder

    O missionário nomeado para acomodar as partes contrárias em conflito já foi escolhido. Seu nome é Luiz Eduardo Greenhalgh. Ele tem que harmonizar valores contrários e dar-lhes posse do bom acolhimento. Segundo a Folha de S. Paulo de ontem, a Polícia Federal acusa o Banco Opportunity de driblar a fiscalização. O Globo faz por menos, informa apenas que a relação de Daniel Dantas com o governo preocupa Lula. Já O Estado de S. Paulo informa: Dantas fez lobby para negócios ilícitos no Planalto, afirma PF.