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Artigos

  • Saúde e Justiça

    Se existe área em que a desproporção entre recursos disponíveis e necessidades a serem atendidas chega a ser desesperadora, esta área é a saúde pública. Todos que ali trabalham ou trabalharam sabem: qualquer que seja o país, qualquer que seja a região simplesmente não dá para prover medicamentos, ou leitos hospitalares, ou próteses, para todos que disso necessitam. E assim chega-se à difícil situação: é preciso decidir o que será feito primeiro.

  • Mestre Vitalino, trancado vivo

    Vitalino Pereira dos Santos, nosso Vitalino, é um dos maiores escultores em barro do Brasil. Nasceu, faz um século, no lugarejo Ribeira dos Campos, perto de Caruaru. Em seu depoimento a René Ribeiro, da Fundação Joaquim Nabuco, diz “Eu, além de analfabeto, criei-me trancado vivo, (...) cismado que só saguim criado no meio do mato.” Seu pai era agricultor e a mãe, além de trabalhar em casa, ajudava nas lides da roça e fazia louça de barro na entressafra.

  • O Galo e o Cata-Vento

    O livro de poesia de Mauro Mota - "O Galo e o Cata-Vento" -, que reli recentemente, insiste em caracterizar, cada vez mais, do meu ponto de vista, a pujante riqueza do seu talento de poeta completo. Poeta que não foge ao "engajamento na aventura humana", concorde com Marcel Arland de que tom grave e consciente também vinca à poesia; concorde, é certo, mas sem perder a armosfera de farta inspiração e os lhames de disciplina formal. É o poeta de A Tecelã e do Boletim Sentimental da Guerra no Recife. Poemas de participação.

  • A oposição condenada à mudança

    O que fará o "povo de Lula" diante do novo eleitoral, e a inviabilidade objetiva da continuação do Presidente? O sentimento espontâneo é o dessa dificuldade de transpor-se o apoio à figura do Chefe de Estado, na mecânica madura de uma vida partidária e a transferência para uma fidelidade às legendas do que fosse o aponte pessoal de um sucessor. Continua a impulsão originária deste eleitorado do Presidente, onde pesa a estrita identificação simbólica por sobre qualquer jogo de facções políticas.

  • A pedra angular

    Conheci e fui amigo de Takeo Fukuda, que foi primeiro-ministro do Japão por muitos anos e fundador do Inter- Action Council, do qual faço parte. Muitas vezes estivemos juntos em reuniões em várias partes do mundo para discutir os problemas do presente e do futuro da humanidade. Em nenhuma delas Fukuda deixou de aproveitar toda e qualquer discussão para inserir a tese pela qual tinha verdadeira obsessão: o controle demográfico. Lembrei-me dele, de suas advertências, nesta crise mundial. Não crescer economicamente significa a eclosão de dificuldades e problemas que vão do desemprego à fome. Já no caso da população é o crescimento que nos dá a previsão de obstáculos insolúveis no futuro.

  • Motivos para pânico

    Como sabemos, existem muitas frases comumente repetidas a cujo uso nos acostumamos tanto que nem observamos nelas patentes absurdos ou disparates. Das mais escutadas nos noticiários, nos últimos dias, têm sido ´não há razão para pânico´ e ´não há motivo para pânico´, ambas aludindo à famosa gripe suína de que tanto se fala. Todo mundo as ouve e creio que a maioria concorda sem pensar e sem notar que que se trata de assertivas tão asnáticas quanto, por exemplo, a antiga exigência de que o postulante a certos benefícios públicos estivesse ´vivo e sadio´, como se um defunto pudesse estar sadio. Ou a que apareceu num comercial da Petrobras em homenagem aos seus trabalhadores, que não sei se ainda está sendo veiculado. Nele, os trabalhadores ´encaram de frente´ grandes desafios, como se alguém pudesse encarar alguma coisa senão de frente mesmo, a não ser que o cruel destino lhe haja posto a cara no traseiro.

  • O Brasil e a Direção-Geral da Unesco

    Na condução da sua política externa, o Brasil sempre atribuiu importância à diplomacia multilateral. Um dos objetivos do multilateralismo é conter, por meio de suas regras, práticas unilaterais na vida internacional. Também integra o escopo da diplomacia multilateral ir além do dualismo das relações bilaterais, nas quais o confronto das posições pode extremar-se e a presença de terceiros logra, frequentemente, contribuir para a conciliação de interesses divergentes.

  • O homem do dedo verde

    Foi com muita tristeza que recebemos a notícia da morte do escritor Maurice Druon, ex-secretário perpétuo da Academia Francesa. Foi nessa honrosa condição que ele esteve no Rio de Janeiro, em 1998, para participar de um projeto de maior aproximação dos povos latinos. Numa sessão memorável da Academia Brasileira de Letras, que então presidíamos, estiveram presentes os presidentes do Brasil, da França, do México e de Portugal.

  • Uma lição de coragem

    O jovem médico estava na sala de espera do bloco cirúrgico, aguardando o resultado da operação que ali se realizava. De repente, a porta se abriu e apareceu o cirurgião. Sua expressão antecipava más notícias, o que logo se confirmou com o soturno anúncio: estava tudo tomado pelo câncer, praticamente não havia mais nada a fazer. De pé, o doutorzinho sentiu-se tão mal, que desabou sobre uma cadeira. Não era de admirar. A paciente era sua mãe.

  • A crise e a testosterona

    Leio num jornal europeu que a crise econômica que varre o mundo, provocando a queda da atividade industrial, gerando desemprego e afetando todos os setores do cotidiano dos cidadãos, também está invadindo outras áreas, impensáveis num mundo que não fosse dominado pela sociedade da comunicação.

  • O inusitado sequestro

    A partir de julho, uma nova companhia aérea dos EUA vai oferecer voos confortáveis para animais de estimação. A Pet Airways, cujo autoproclamado objetivo é "oferecer uma solução segura e confortável para o transporte aéreo de animais domésticos", vai inaugurar seus serviços com um Beechcraft 1900 totalmente transformado. O avião poderá transportar 50 cachorros e gatos. Os assentos foram substituídos por prateleiras com compartimentos especiais. A bordo um assistente faz ronda a cada 15 minutos para ver se tudo está bem. Segundo estudos feito nos EUA, onde existe um verdadeiro culto aos animais de estimação, cerca de 76 milhões de cães de gatos viajam por ano, dos quais 2 milhões em avião. Folha Online

  • Os partidos reféns do PAC

    O impacto da candidatura Dilma venceu, de vez, o passo da aceitação definitiva da sua dimensão nacional. Nesta altura não há um pós-Lula, mas um pós-Dilma, na eventualidade de o impredimento da doença se sobrepor ao que agora é um fato consumado diante da opinião pública. Seus desdobramentos, de qualquer forma, não alterarão o rumo da opção profunda, por onde vai o povo de Lula.

  • A melhor defesa da mulher

    Autor do livro “A educação nacional”, José Veríssimo discutiu intensamente, no Jornal do Brasil, a reforma da educação pública, a partir das ideias positivistas de Benjamin Constant, a quem ele atribui o máximo de liberalismo.

  • O acordo não veio para confundir

    Não seria lógico que se pretendesse unanimidade, na adoção do Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa. Há resistências dentro e fora do país, algumas respeitosas, outras despropositadas. Como exemplo do que não constroi, podemos citar a TV Câmara, que, em lugar de esclarecer, como parece ser a sua obrigação, adota o clássico pensamento de Abelardo Chacrinha e faz a maldade: " O Acordo veio mais para confundir!". Esta é pelo menos a reiterada opinião do apresentador Paulo José Cunha.