
Pressão tecnológica
– Já estava achando que você não vinha mais, fiquei preocupado – disse eu, olhando para o relógio. – Se eu tivesse celular, teria telefonado para sua casa.
– Já estava achando que você não vinha mais, fiquei preocupado – disse eu, olhando para o relógio. – Se eu tivesse celular, teria telefonado para sua casa.
Finca a barraca colorida na areia. Nem o sol aberto nem o azul do céu atenuam o mau humor. Desejava ficar na cama, gastar a manhã dominical no sem-fazer-nada. Mas o jato passara perto da janela e o trovão acordara as meninas:
Alguns excelentes escribas em atividade, Ruy Castro, Arthur Xexéo, Joaquim Ferreira dos Santos e outros, já entrados em alguns anos de crônica e de mundo, volta e meia escrevem comoventes rapsódias aos tempos idos, sobretudo aos anos 30, 50 e 60 -datas que ficaram marcadas em suas mentes, corações e carnes. Evocam uma idade de ouro, em que as escolas podiam não ser risonhas e francas, mas o mundo em geral, e em particular o cinema, eram não o paraíso perdido, mas a Babilônia reencontrada de Scott Fitzgerald, aberta aos sonhos e cobiças dos grandes Gatbsy que éramos todos.
Tomei-me de uma grande perplexidade e ao mesmo tempo surpresa ao verificar a defasagem existente no País sobre as ideias políticas que se discutem no mundo inteiro sobre os caminhos e o futuro da democracia.
Há cinco meses não dialogava com Antônio Olinto. E sentia muito a sua falta. Depois de um sério acidente cerebral, o escritor mineiro e conceituado crítico literário perdeu a consciência e viveu em estado vegetativo, com a nossa esperança de que voltasse a falar.
Ouvi dizer – ou li em qualquer canto – que circula ou já foi aprovado, na Comissão de Justiça de uma das Casas do Congresso Nacional, projeto que cuida da pedofilia e de crimes afins, que são muitos e envolvem sedução, suborno, violência e patologias diversas.
O establishment brasileiro encontrou, nestas décadas, formas repetidas de resistir à mudança de fundo em que avança o “país de Lula”. Com razão, em 45, na ditadura Vargas, de par com o processo da melhoria social, trazido pelo populismo. A União Democrática Nacional surgia, então, desse primeiro ímpeto do país “bem” frente à nação que começava a usufruir de novas redistribuições de renda, logradas pelo avanço do salário mínimo e pelas múltiplas conquistas sindicais saídas do Estado Novo.
A frase é de Pablo Picasso: "Deus é, sobretudo, um artista. Ele inventou a girafa, o elefante, a formiga. Na verdade, Ele nunca procurou seguir um estilo -simplesmente foi fazendo tudo aquilo que tinha vontade de fazer". Nossa vontade de andar que cria nosso caminho -entretanto, quando começamos a jornada em direção ao sonho, sentimos muito medo, como se fossemos obrigados a fazer tudo certinho. Afinal, se vivemos vidas diferentes, quem foi que inventou o padrão do "tudo certinho?" Se Deus fez a girafa, o elefante e a formiga, e nós procuramos viver à Sua imagem e semelhança, por que temos que seguir um modelo?
No apartamento do editor Roberto Feith, durante um jantar, Marcelo Rubens Paiva me revela que esteve em Nova Iorque, onde visitou o museu dedicado ao Titanic – aos restos do Titanic, bem entendido. Sucessivas expedições, das quais já resultaram filmes e documentários, foram feitas ao fundo do mar, tantos mil metros abaixo da superfície. Para trazer, entre outras coisas, colherinhas de prata e pires que naufragaram em companhia de mil e tantos mortos.
A ideia de uma ponte aérea entre os aeroportos de Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá (RJ) não é má, embora não seja boa. Desafogaria o terminal de Congonhas, que está no limite de saturação, e aliviaria o Santos Dumont, que não está nas mesmas condições, mas começa a criar caso com o barulho que perturba quem vive ou trabalha em suas imediações.
Enganam-se os apressados ou levianos, se pensarem que em Itaparica nós não acompanhamos de perto os acontecimentos nacionais. Foi-se o tempo em que as notícias chegavam com um certo atraso, como ocorreu, para citar somente um caso, logo depois da Independência. D. Pedro deu o brado retumbante em 1822, mas se esqueceram de avisar à portuguesada do Recôncavo e, em 1823, tivemos de sair no braço para garantir os raios fúlgidos, nunca nos deram moleza. Agora é diferente, agora a gente vai de internet e não é possível mais contar nos dedos o número de estabelecimentos especializados de que já dispomos. Ouço até dizer que o multimilionário Gugu Galo Ruço está à frente de um empreendimento revolucionário, a AxeWeb, mas ele não revela detalhes, apenas ri – o que não quer dizer nada, pois desde tempos imemoriais que se sabe que rico ri à-toa.
Quando, de carro, ele se aproximava do prédio em que Carmen morava, a cabeça começava a doer O estresse psicológico e o esforço físico de manter uma relação extraconjugal podem dar origem à "cefaleia dos amantes", segundo o neurologista italiano Lorenzo Pinessi. "Esse tipo de cefaleia afeta sobretudo os homens, com uma intensidade proporcional à excitação", explicou o médico, que é presidente da Sociedade Italiana para o Estudo da Cefaleia. "Neles, o estresse psicológico devido à relação extraconjugal desencadeia fortes cefaleias, que podem durar até três horas", declarou o pesquisador italiano. Equilíbrio Online
Até que ponto o Brasil, em nome da democracia, se meteu num problema interno de país soberano como Honduras? Há reclamações gerais e merecidas quando os Estados Unidos, em nome da mesma democracia, invadem países soberanos como o Iraque. O fim justifica o meio?
A pretexto da comemoração dos 60 anos de criação do "Correio das Artes", suplemento literário do jornal "A União", um dos três diários mais antigos em circulação no país, estivemos em João Pessoa, a bonita capital da Paraíba. Numa sessão histórica, na espaçosa casa em que morou o acadêmico José Américo de Almeida, hoje transformada em museu, ouvimos de autoridades do Estado o que se está fazendo pela cultura - e não é pouco.
Exauriram-se nestes idos de setembro as possibilidades constitucionais para um terceiro mandato presidencial. Não existe dúvida quanto à propensão nacional para acolhê-lo, quer através de emenda da Carta ou, sobretudo, diante de um plebiscito. É o que refletem as últimas pesquisas do voto espontâneo em Lula, por mais de um terço dos consultados, em distância arrasadora de qualquer outro nome. A decisão contra o Presidente, na sua solidão na grandeza, diante da responsabilidade histórica que o levou ao Planalto.