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Artigos

  • Os jovens e seu estilo de vida

    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem feito um trabalho notável na investigação das condições de vida e de saúde de nossa população. Exemplo disso é a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, realizada em colaboração com o Ministério da Saúde. Foram entrevistados cerca de 60 mil jovens matriculados no último ano do Ensino Fundamental, com idade entre 13 e 15 anos.

  • Do próspero

    E assim é que estamos, como afirmam os manifestos comerciais, no limiar de um ano novo. Não sei qual foi o cretino que por primeiro uniu o adjetivo ‘próspero’ ao conceito de ano novo. De qualquer forma, outros cretinos adotaram a expressão e quando um cidadão chega à idade respeitável dos 50 anos, se ainda não é realmente próspero não é por culpa dos outros: desejos e votos foram formulados ao longo desses trinta e tantos anos. E se a prosperidade ainda não veio, não é o caso de se desesperar. O ano novo está aí dando sopa. E dessa vez vamos.

  • Os tempos da vida

    No colégio, uma de nossas principais (e mais difíceis) tarefas era aprender a conjugar os verbos. Conjugar os verbos já não é mais uma condição para passar de ano; mas agora me parece uma coisa muito simbólica. Conjugar verbos é conjugar a vida. Em primeiro lugar, por causa das pessoas verbais. Começamos, e isso é muito significativo, com a primeira pessoa: “eu”. Um resultado indireto do instinto de preservação que existe em cada indivíduo. Lutamos pela vida; lutamos para nos afirmar. Na sociedade em que vivemos, esse instinto gerou um verdadeiro culto do ego, mas, felizmente para nós, a conjugação dos verbos não se esgota na primeira pessoa. Logo em seguida vem o “tu” (viva o Rio Grande, que preserva esse pronome!) e isso muda por completo o panorama de nossas relações. O relacionamento, diz-nos aquele notável filósofo da convivência, e do pacifismo, Martin Buber, acontece entre o Eu e o Tu, e se faz através do encontro, do diálogo, e da responsabilidade mútua: é uma intersubjetividade, não uma subjetividade exclusiva e frenética.

  • Funciona ou é vigarice?

    A expressão “snake oil”, óleo de cobra, é geralmente usada nos Estados Unidos para designar substâncias supostamente medicamentosas que na verdade não passam de ilusão, de fraude. “Snake Oil Science”, “A ciência do óleo de cobra”, foi o título que o pesquisador norte-americano R. Barker Bausell escolheu para dar a um livro recentemente publicado pela importante editora da Universidade de Oxford. O autor examina aquilo que é conhecido como medicina alternativa, uma enorme variedade de procedimentos e de medicamentos que inclui, a propósito, o próprio óleo de cobra, há muito tempo usado na China para tratamento de reumatismo. Vigarice? Mas o óleo de cobra é rico em ácido eicosapentaenoico, que seria uma substância anti-inflamatória. Surge daí a pergunta básica: como podemos saber que um determinado tratamento funciona e não é vigarice?

  • O intelectual como goleiro

    Albert Camus, cujo cinquentenário de falecimento ocorreu ontem, era um grande escritor, autor de O Estrangeiro e de outras notáveis obras, e um intelectual atuante, conhecido pela coragem e pela independência. Nascido na Argélia, Camus formou-se em filosofia, foi por um breve período membro do Partido Comunista, emigrou para a França, participou na resistência contra a ocupação nazista e viveu aquele extraordinário, e tumultuado, período que se seguiu à II Guerra, marcado pela ascensão da esquerda, e, na França, pelo apogeu do existencialismo. Camus era amigo de Jean-Paul Sartre, mas acabaram rompendo. Sartre aderiu ao comunismo, tornou-se maoísta e justificava os excessos cometidos pelo regime com o argumento de que mais vale sujar as mãos do que ficar em cima do muro: não por acaso, é autor de uma peça chamada Les Mains Sales, As Mãos Sujas, que fala exatamente disso, dos dilemas dos intelectuais. Camus defendia a independência destes; na guerra de independência da Argélia, manifestou-se sobretudo contra o terrorismo usado pelos guerrilheiros. Posição controversa, portanto.

  • A situação da mão-de-obra

    Na abertura do 1º Seminário de Qualificação Profissional para um Novo Tempo, promovido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE/Rio) e o SENAC/Rio, a capacitação da mão-de-obra especializada foi o tema prioritário. Há urgente necessidade de atender à demanda das novas empresas que estão vindo para o Estado do Rio nos próximos anos.

  • A volta do parafuso

    Um programa na TV mostra como se dão os desastres aéreos. Tiran­te as condições atmosféricas, a maior parte dos acidentes se deve a pequenas, pequeninas causas no equipamento ou na manutenção. Vi outro dia um documentário que me fez pensar. Um avião moderno, dispondo de toda a tecnologia mais avançada, caiu no oceano ma­­tando ao todo 280 pessoas, entre passageiros e tripulantes.

  • Bicas d’água

    Entramos afinal num ano eleitoral, e os dois principais candidatos à Presi­dência da República já se preparam para tirar o salto alto e descer à rinha eleitoral com o mesmo equipamento básico de todos os que se habilitam a uma função pública, seja qual for.

  • Uma história de paixão

    Já perfeitamente adaptada à vida do Rio de Janeiro, encontramos a secretária Cláudia Costin, que comanda a educação carioca, passeando na orla de Ipanema, aproveitando o feriado de ano-novo. Embora a regra seja não interromper a caminhada de ninguém, não resisti à tentação de felicitá-la pelo balanço do primeiro ano à frente da Secretaria Municipal de Educação, que lida com 1.064 escolas, 36 mil professores e 750 mil alunos. É a maior rede municipal do Brasil e as ações da SME estão no caminho certo, a partir da incorporação de mais 2.300 professores e o relevo dado às disciplinas de Português e Matemática, com uma cuidadosa revisão a que foram submetidos os seus professores.

  • Perdição ou salvação

    O fim de 2009 foi marcado pela tragédia dos deslizamentos e pela lembrança inusitada das agulhas introduzidas no corpo de crianças, numa prática religiosa que remonta aos festins de magia negra que o Diabo fazia no princípio do mundo. A Bíblia está cheia desses episódios. O mais célebre deles é o da vara de porcos endemoniados que foram jogados no precipício, com sua carne impura para judeus e árabes.

  • Esquerda e tirania utópica

    O futuro alinhamento eleitoral não vai apenas, no voto-opção, ao confronto entre o governo e o tucanato. Encarna as fraturas de repúdio a Lula, nascidas da extrema esquerda brasileira. Paga aí o Planalto, num paradoxo, o preço da sua política de vigências políticas e de manutenção, necessária, das maiorias para o avanço do programa de mudança. E tal para vencer o enfraquecimento do PT e das garantias de que permaneceria o roldão político da vitória de 2002 e a legenda originalmente responsável por esse resultado. O que vemos é a ruptura entre o consenso da militância e as dúvidas que começam a levantar uma intelligentsia do partido no seu seio. Esta se expõe aos radicalismos inevitáveis de uma insatisfação com o teor das mudanças, conforme um ideário rigoroso de esquerda. Acredita num modelo de superação do capitalismo, sem, entretanto, a visão global do processo histórico de agora e, sobretudo, da amplitude real das contradições da crise internacional dos nossos dias.

  • Tapetes Legais

    Mais uma vez se discute a lei da anistia, com posições antagônicas que chegam a ameaçar uma minicrise entre o governo e os comandantes militares. Os argumentos são os mesmos: a anistia foi para os dois lados, mas crimes de morte e tortura não estão incluídos entre os desmandos políticos de 1964 a 1985.

  • Nabuco: um século depois

    Se 2008 e 2009 foram os anos dos Centenários das mortes de Machado e de Euclides, o ano de 2010 está sendo o do centenário da morte de Nabuco. Eles foram três membros efetivos da Academia Brasileira de Letras, que justamente por isto tanto se tem empenhado em homenageá-los.