
As CPIs, às gargalhadas
[2]O que significam para uma virada de página frente à nossa corrupção sistemática, as gargalhadas e os tapinhas nas costas, o tutta buona gente em que terminaram as dez horas da vociferação anunciada de Roberto Jefferson, entre seus hematomas e rangeres de dentes? A catarse pedida por mais uma erupção do óbvio em nossa vida parlamentar? O anticlímax, até antes do tempo, ou já, de fato, a exaustão da farsa periódica, em que o país das clientelas se exorciza de seu fantasma camarada? Modernizou-se a corrupção, ou mudou o Brasil? O erro do PT, agora inescapável, é o de ter-se seduzido pelo imediatismo do sucesso, aceitando a realpolitik apertando o nariz para consolidar as suas maiorias parlamentares. Do corpo a corpo suarento para entrega dos cargos passou à compra segura dos votos no mensalão, à distância, da mala de Marcos Valério.