
O momento da verdade
[2]A mulher viu a arma do bandido, em cima da coluna do patamar. Apontou-a para o marido
A mulher viu a arma do bandido, em cima da coluna do patamar. Apontou-a para o marido
As diferentes constituições brasileiras consagraram o princípio que os poderes são independentes, mas harmônicos. O uso ilimitado do instrumento da Medida Provisória parece derrogar essa tradição republicana de equilíbrio dos poderes,impedindo o Congresso Nacional de funcionar em sua plenitude como Casa da representação popular, viga mestra da democracia brasileira.
Um estudante muito curioso pediu a um mestre sufi que lhe revelasse o quinto nome de Deus. “Saber o nome pode me tornar capaz de mudar a história”, disse o estudante, muito cheio de si. Para observar a postura do jovem, o mestre pediu que ele passasse um dia na porta da cidade. O estudante voltou no dia seguinte e contou o que viu. “Um velho quis entrar na cidade para vender um carneiro. O guarda cobrou imposto, mas ele não tinha dinheiro. Então, o guarda roubou o carneiro e expulsou o homem. Se soubesse o nome oculto de Deus, seria capaz de modificar esta situação”, disse o estudante, como se cobrasse algo do mestre. Sem pensar duas vezes, ele respondeu: “Você podia ter impedido a injustiça, mas preferiu sonhar com uma revelação. Que tolice! Pois vou lhe revelar o quinto nome de Deus: ação em favor dos outros. Só assim podemos mudar a história”, afirmou o sábio mestre.
“Tão importante como legislar é uma fiscalização vigilante da administração, e ainda mais significativa do que a lei é a instrução e orientação em assuntos políticos que o povo pode receber de um Congresso disposto a discutir às claras os problemas nacionais.” Essas palavras, que conservam enorme atualidade, foram proferidas em 1884 por Woodrow Wilson, então professor de economia política em Princeton e, posteriormente, presidente dos Estados Unidos.
Não se pode procurar um modelo de aeroporto, pronto e acabado, nas ruas do velho e celebrado Triângulo desta megalópole que não pára de crescer. De todas as obras civis que a engenharia enfrenta, nenhuma é mais complexa do que o aeroporto. Vamos aos casos concretos. Primeiro temos que escolher o local apropriado; confesso que não vejo em São Paulo um terreno adequado a se prestar à um aeroporto de grande circulação, segundo as verbas necessárias para sua construção, num Tesouro apertado de obrigações fatais e inadiáveis. Tudo isso leva tempo, custa dinheiro e as gerações passam.
Olhando a tevê, ele, como tantos outros, chorou. Ocorreu-lhe escrever uma história que retratasse a agonia humana
Camões usa um trecho da Bíblia para escrever um dos mais belos sonetos de amor da língua portuguesa:
Talvez julguem que a expressão “fim do PT” seja uma provocação. E talvez venha a redundar nisso, a depender do leitor, mas não é minha intenção. Na verdade, é o resultado de uma constatação tão “neutra” quanto é possível fazer constatações neutras, em matéria deste tipo. E é absolutamente honesta. Lembro, embora não literalmente, uma frase de Bernard Shaw a respeito do cristianismo. “A crucificação de Cristo foi o maior êxito político do Império Romano, porque o cristianismo acabou assim que Cristo expirou.”
Na fronteira da França, existe um castelo em ruínas. Resolvo visitá-lo, mas, ao me aproximar, um senhor me diz: “Não podes entrar”. Explico que venho de longe, tento lhe oferecer uma gorjeta – de repente, sem nem saber o porquê, entrar no castelo se tornou importante para mim. “Não podes entrar”, ele repetiu. Resta a mim uma alternativa: seguir adiante e esperar que ele me impeça fisicamente. Vou até a porta, ele me olha, mas nada faz. Em certos momentos, o mundo nos pede para lutar por coisas que não conhecemos, por razões que jamais vamos descobrir.
Um experiente político brasileiro, acostumado a fazer visitas às suas bases eleitorais, dá o seguinte conselho: “Ao entrar numa casa, observe o comportamento das crianças. Se alguma começar a lhe olhar torto, pode ter certeza de que escutou seus pais falando mal de você”. O olhar de uma criança é a melhor maneira de decifrar nossas vidas e o mundo em que vivemos. Mas nos sentimos obrigados a sempre fazer gracinhas para elas. Aquela alma ainda é pura. Não permitimos que Deus nos dê seus recados, porque nos julgamos mais sábio do que um olhar infantil.
Entre os dias 18 e 22 de junho passado, o maior dos escritores brasileiros - cujo humor de estilo britânico tem sido, aliás, sempre recordado - esteve em evidência em Londres. Com a impecável organização da embaixada do Brasil, a Semana Machado de Assis abriu a série de manifestações - especialmente da Academia Brasileira de Letras - a celebrar, até o final de 2008, o centenário de seu falecimento.
Os erros da TAM têm alcance apenas aqui, mas os erros da Airbus têm um alcance universal, podendo causar novas vítimas, motivo porque é preciso alertar os seus fabricantes franceses, e as nações associadas, sobre a eventualidade de desastres, que afetarão duramente o bom nome da empresa e a grande propaganda que os fabricantes fizeram dessa máquina de notável consistência.
RIO DE JANEIRO - Para quem já nasceu cansado, como o cronista, participar do movimento daqueles que se declaram cansados é, além de um esforço suplementar, um esforço inútil. Durante os oitos anos do governo de FHC, quase diariamente eu me declarava cansado -e não adiantou. Antes mesmo da posse de Lula, eu já estava exausto de saber que nada iria mudar, o que acaso mudasse, mudaria para pior.
Tivemo-lo. E, como era de se esperar, em Minas Gerais. Inclusive, por ser eminentemente mineiro e de lá pouco ter saído. Foi Murilo Rubião (1916-1991), grande contista de nossa literatura, hoje não muito presente nas notícias literárias do País. Nascido em Carmo de Minas, viveu a maior parte de seu tempo em Belo Horizonte. Desde seus primeiros textos viu-se que ele ia além da realidade. Surrealista? Sim, mas só até certo ponto. Simbolista? Sim, no caso de ser identificado, em cada passo de sua narrativa, uma segunda linguagem, simbólica, imanente em seus enredos.
RIO DE JANEIRO - Em "La Notte", um dos filmes emblemáticos de Michelangelo Antonioni, o escritor interpretado por Marcello Mastroianni, cobrado pela mulher (Jeanne Moreau), diz que não tem mais idéias, tem memórias. Ingmar Bergman, que morreu horas antes de Antonioni, admitia que toda a sua obra nascia de seu passado, notadamente de sua infância.
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