
Tragédia inacabada
[2]O relatório do Banco Mundial sobre violência na América Latina é de deixar frio nos ossos. E, pior ainda, de nos esquentar a consciência por termos perdido no Brasil a oportunidade de abolir o comércio de armas.
O relatório do Banco Mundial sobre violência na América Latina é de deixar frio nos ossos. E, pior ainda, de nos esquentar a consciência por termos perdido no Brasil a oportunidade de abolir o comércio de armas.
Na Londres do século 19, um imposto facilitou muito a disseminação da tuberculose. Esta afirmação certamente surpreende o leitor, mas ela é explicável. O imposto em questão incidia sobre janelas. Exatamente, sobre janelas (a fúria fiscal não é de hoje). Para ter uma janela era preciso pagar. Resultado: os pobres, que não tinham dinheiro, também não tinham janelas nos tugúrios em que viviam, numa época em que a Revolução Industrial trazia milhares de pessoas para as cidades, em busca de trabalho. Famílias numerosas viviam confinadas, num ambiente sem renovação do ar. O micróbio da tuberculose não poderia pretender melhores condições para se propagar. Tornou-se a “peste branca”, expressão que aludia à “peste negra”, a peste bubônica que, no início da modernidade, devastou a Europa. Era a enfermidade de artistas, de poetas, de escritores: Castro Alves, Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira, entre outros, estavam entre os tísicos famosos no Brasil.
RIO - Seria suprema ingenuidade nossa imaginar que um programa do porte do Bolsa Família passaria incólume, sem críticas da sociedade brasileira, sobretudo a mais ilustrada. Entretanto, no conjunto, os seus resultados são formidáveis, considerando o atendimento de quase 12 milhões de famílias nas várias regiões em que se divide o país.
Idosa encontra bilhete premiado depois de quatro anos. Uma australiana de 73 anos recebeu agora o equivalente a R$ 3,1 milhões como prêmio de um jogo de loteria realizado há pouco mais de quatro anos. A mulher, uma fazendeira, tinha esquecido de conferir o bilhete, comprado em 2004. Apenas recentemente, ela o encontrara em uma gaveta, num envelope cheio de bilhetes antigos. O marido ponderou que os bilhetes provavelmente não tinham validade, mas, mesmo assim, ela resolveu ir a uma casa lotérica para conferir. E aí a surpresa: um dos bilhetes estava premiado com 2 milhões de dólares australianos. Apesar da surpresa, a vencedora não tem planos para o prêmio. "Na minha idade não há muito mais o que fazer, queremos é nos desfazer das coisas", disse ela. "O prêmio teria sido mais útil há alguns anos." Folha Online
Ferreira Gullar, de quem sou amigo há muito tempo, é um grande poeta, e um grande ser humano, uma pessoa de vida difícil e sofrida. Perseguido pela ditadura, passou longo tempo no exílio, e, como se isso não bastasse, tem um filho esquizofrênico vivendo num sítio em Pernambuco; um outro filho, igualmente esquizofrênico, morreu de cirrose. Baseado em sua dolorosa experiência, Gullar escreveu em sua coluna da Folha de S. Paulo três artigos protestando contra a falta de vagas hospitalares para doentes mentais. “Ninguém aguenta uma pessoa delirante ou agressiva dentro de casa”, desabafou. A repercussão foi extraordinária, com centenas de leitores manifestando-se, e muitas entrevistas, incluindo matéria de capa na revista Época do último fim de semana. Ferreira Gullar trouxe à tona um problema real, candente e polêmico.
Eu disse em discuso que o ato encerrava para mim emoções diferentes e roupagem especial. Estavam a protagonizá-lo dois nordestinos dos agrestes pernambucanos. Do agreste meridional, o presidente da República, de Caetés, vizinho de Lajedo onde nasceu o meu pai - o velho Vilaça, filho de um lavrador de fumo. Caetés em língua indígena significa mato verdadeiro, daí também se explicar ser terra de homens verdadeiros. Do agreste setentrional, eu, o homenageado, varzeano do Tracunhaém e do Capibaribe, nascido em Nazaré da Mata, terra da cana-de-açúcar, criado em Lomoeiro, do boi e do algodão.
A gente tem a impressão de que o governo já entrou em campanha eleitoral faz algum tempo, mas ele nega, de forma que deve ser mentira, porque o governo não mente aos cidadãos. Contudo, assim ou assado, mentira ou não, o assunto tem sido bastante discutido, geralmente levando ao debate sobre o terceiro mandato do presidente Lula, que ele, com o ar docemente constrangido e aparentando, não sei se intencionalmente, uma convicção bem menos incisiva que em relação a quase tudo mais, diz que não quer. Na quase impossível hipótese de ele me dizer isso pessoalmente, eu fingiria acreditar por uma questão de educação e respeito ao cargo dele. Mas claro que, como venho dizendo há bastante tempo, não boto fé nessa negativa – para mim está feericamente estampada no semblante dele a vontade de ficar até quando Deus permitir. Acho que nunca vi alguém tão feliz da vida quanto ele, subindo e descendo em aviões e entrando e saindo de castelos e palácios, claro que ele está num barato permanente.
Semiárido e Sertão são expressões aparentemente equivalentes. Mas, se sertão tem um cariz humano e poético bastante conhecido, semiárido encerra conceito mais técnico e refere-se ao ambiente físico em que predomina a escassez de água. A essas duas designações, acrescente-se o termo caatinga – derivado do tupi "ka"a" e "tinga", significando mata branca – e teremos um retrato bastante expressivo do Nordeste brasileiro.
Há muitos anos, em Pinheiro, minha terra natal, perguntei a um missionário italiano, padre Sandro, os caminhos que o haviam trazido àqueles campos. Era querido da população, respondeu-me: “O amor de Deus”.
O sucesso do PAC na multiplicidade de benefícios concretíssimos trazidos às populações mais desmunidas, torna-se o carro-chefe da nossa política de mudança. Só que corre o risco de ser visto como um adereço, ou um aditivo ao eixo único que é o do nosso desenvolvimento que ganha afinal a sua sustentabilidade. Não se pode assimilar, por exemplo, a uma rede de proteção social envolvendo na mesma teia a melhoria do salário mínimo, o avanço de seus benefícios intrínsecos e localizados, o bolsa-família, o seguro de desemprego ou a agricultura familiar.
Uberaba, onde estive há algumas semanas para uma palestra, é uma bela e culta cidade, com magníficos e antigos prédios, situada numa região de tradicional riqueza, o Triângulo Mineiro. Mas há um problema decorrente dessa localização. O problema é que o triângulo tem três vértices e, no caso de Minas, um dos vértices restantes chama-se Uberlândia. Cidade que, ao menos para algumas pessoas com quem falei, incomoda. É bem maior do que Ubaraba e, aparentemente, mais próspera. O que cria uma sub-reptícia rivalidade que não é exceção nem do Brasil nem em outros lugares. Cidades rivais existem por toda parte. Aqui no RS temos vários exemplos: caxias do Sul e Bento Gonçalves, Lajedo e Santa Cruz. E, claro, existe a antiga e paradigmática rivalidade entre Rio e São Paulo.
Mesmo em cadeira de rodas, como passou alguns dos seus últimos anos de vida, o Marechal Waldemar Levy Cardoso tinha uma característica marcante: o sorriso. Comparecia às principais solenidades do Exército, especialmente o “Dia do Soldado”, sempre vestido de forma elegante e cumprimentava os conhecidos e antigos subordinados de uma forma constante, demonstrando a alegria por estar vivendo aqueles momentos, o que aconteceu até chegar aos seus incríveis 108 anos de vida, com inteira lucidez.
Em tempos de relacionamentos fugazes, uma aliança no dedo já não tem os efeitos de antigamente, e a tatuagem surge como alternativa para selar definitivamente a união. O que nem sempre funciona. Não faltam exemplos de tatuados apaixonados que depois tiveram de apagar ou cobrir as declarações; por isso, tatuar nomes de namorados costuma ser tarefa ingrata para os tatuadores. Sérgio Maciel, o Leds, do estúdio Leds Tattoo, conta que tenta demover essa ideia dos clientes. Em seu estúdio, na zona sul de SP, ele oferece o serviço de remoção e clareamento de tatuagens, solicitado por muitos ex-casais arrependidos. O preço para remover nome ou desenho que expresse o tal "amor eterno" é 50% mais alto do que o cobrado pela tatuagem.Cotidiano, 7 de junho de 2009
A campanha da RBS contra o crack inclui mostrar aspectos sombrios da dependência, imagens que certamente impactam as pessoas, como o fazem, aliás, as fotos colocadas nos maços de cigarro. E isto já foi motivo de controvérsia nas campanhas educativas de saúde pública. A controvérsia baseava-se numa expressão cunhada pelo psicólogo norte-americano Leon Festinger: dissonância cognitiva.
Há quase duas semanas, a queda do Airbus da Air France resiste à concorrência dos noticiários, que vão da casa de Berlusconi, na Sardenha, à vitória dos conservadores nas eleições do parlamento europeu, ao pronunciamento histórico de Obama no Cairo, onde estendeu a mão ao reconhecimento da contribuição islâmica à história da humanidade, e a suas palavras em Buchenwald, recordando o que jamais deve ser esquecido: o holocausto, em que milhões de judeus morreram nos campos de concentração.
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