
Da importância da alegria
O lavrador e o sábio - O sábio indiano Narada pediu que Deus lhe mostrasse um homem amado por Ele. O Senhor aconselhou-o a procurar certo lavrador.
O lavrador e o sábio - O sábio indiano Narada pediu que Deus lhe mostrasse um homem amado por Ele. O Senhor aconselhou-o a procurar certo lavrador.
Ainda que já seja um clichê, não deixa de ser exata a imagem de Otavio Mangabeira que compara a democracia a uma planta tenra que precisa ser regada e cuidada sempre, sob o risco de não sobreviver. Os acontecimentos recentes só vêm lhe dar razão. Exigem cuidados redobrados por parte de cada um de nós.
Neste fim de Semana Santa, é triste e preocupante constatar que a violência ampliou seu campo de ação e chegou à política. Ao mesmo tempo em que o ministro Edson Fachin, do STF, revelava que ele e sua família estão sofrendo ameaças, dois ônibus da caravana do ex-presidente Lula no Paraná eram atingidos não mais por ovos e pedras, mas por balas dirigidas, não perdidas. É indispensável que o repúdio geral, inclusive dos opositores do líder petista, se transforme numa investigação que descubra os responsáveis. O alvo não foi atingido, mas a democracia sim.
Num momento em que os fatos parecem confluir para uma grande aliança suprapartidária, não para uma união em torno da busca do diálogo para desarmar literalmente as mãos e os espíritos, mas para um acordão para a manutenção do status quo que garanta a impunidade, a ação fechando o cerco em torno do presidente Michel Temer reanima o ânimo republicano da sociedade, que clama por demonstrações de Justiça.
São de características distintas os atentados políticos que mataram a vereadora do PSOL Marielle Franco; as ameaças ao ministro Edson Facchin e sua família; e os tiros que atingiram ônibus de uma caravana do ex-presidente Lula no Sul do país. Mas são sintomáticos de uma sociedade em degradação moral acelerada.
As mudanças de grande amplitude que caracterizam a sociedade contemporânea vêm causando um impacto de proporções inéditas no campo educacional, particularmente no que concerne à juventude.
Vocês vão entender o título no final. Volto ao tema diante da repercussão da última coluna, que tratava da sessão do STF que julgou o pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula.
A evolução dos processos contra o ex-presidente Lula está demonstrando sua formidável resiliência política, e como acertou na estratégia de manter a disputa jurídica sem abrir mão de sua candidatura presidencial. Ele entende com profundidade o espírito de nosso sistema político-jurídico.
A Academia Brasileira de Letras, nos seus bem vividos 120 anos, caracteriza-se por perdas e ganhos notáveis. Lamentamos o falecimento do crítico literário Eduardo Portella e saudamos a chegada do poeta Antonio Cicero.
A defesa do ex-presidente Lula, disposta a explorar todas as brechas possíveis na legislação penal para levá-lo o mais longe possível no simulacro de candidatura à presidência da República, está sendo autofágica. Está no seu pleno direito, mas é uma demonstração cabal de que quem pode pagar grandes advogados provavelmente jamais será preso no sistema antigo, quando se exigia o trânsito em julgado para alguém ir para a cadeia.
O julgamento do habeas corpus em favor do ex-presidente Lula no dia 4 de abril colocará o Supremo Tribunal Federal (STF) diante de um dilema que obrigará a eventual nova maioria contra a prisão em segunda instância a se pronunciar sobre o mérito do processo, antecipando uma disputa jurídica com o Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
A campanha de difamação contra a vereadora Marielle Franco, que, como um vírus letal, invadiu a internet, além de sórdida, é assustadora. Um novo protagonista se insinuou no tumultuado cenário politico: a notícia falsa. A covardia dos que agem nas sombras aproxima os tiros que a mataram da campanha lançada nas redes para desacreditá-la, assim como as causas que ela defendia.
Houve quem, às vésperas da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) de quinta-feira, sugerisse a ministros favoráveis à prisão após condenação em segunda instância que interrompessem o julgamento do habeas corpus impetrado pela defesa de Lula com um pedido de vista.
Há muito tempo eu não via uma curiosidade tão grande quanto a que cercou a sessão de anteontem do Supremo Tribunal Federal. Parecia expectativa de jogo da seleção. Na saída de casa, ouvi um porteiro perguntando para outro: “Será que ele vai ser preso?”. Ao pegar o táxi na volta da Academia, o motorista estava com o rádio transmitindo de Brasília e sorriu agradecido por eu não pedir que ele abaixasse o volume. Ao contrário, pedi para aumentar.
Almir Ghiaronni, um leitor assíduo desta coluna, envia uma interessante história, e faz a ressalva de que não conhece o autor da mesma. "O sineiro do interior me faz lembrar de várias coisas que aconteceram em minha vida e que na época encarei como derrotas - mas que no decorrer dos anos se transformaram em verdadeiras bênçãos".