Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos

Artigos

  • A magia de um romance

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 04/05/2004

    Com a força de uma tempestade, abre Nélida Piñon um horizonte novo em sua obra e na própria ficção brasileira de nosso tempo. Com "Vozes do deserto" - romance inteiriço, como talhado em pedra - promove a romancista um ritmo de narrativa diferente em que, por exemplo, não há um só diálogo. Contudo, todos os incidentes da história parecem consistir num só diálogo.

  • Noites de outrora

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 03/05/2004

    Quando não tenho nada o que fazer, o que é mais ou menos freqüente para os meus lados, gosto de mexer em guardados, não mais por curiosidade, que não a tenho, mas por necessidade de compreender o processo que me transformou naquilo que sou, contra a minha vontade e, muitas vezes, contra o meu próprio interesse.

  • A mulher virtuosa

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 03/05/2004

    “Os colares de pérolas reproduzidos no meu primeiro livro são para mostrar a riqueza e a beleza da mulher, de um modo geral.”. Assim a governadora Rosinha Garotinho, que encontra tempo para tudo, resume o que considera mais importante na obra “Que mulher é essa?”, breve em todas as livrarias brasileiras.

  • Vão aproveitando aí

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 02/05/2004

    Claro, já estava por acontecer há muito tempo, só não via quem não queria. E olhem que as novidades mal começaram. Como sempre, asseguram-nos que o alcance delas é cientificamente limitado e, mesmo que não fosse, haverá leis severas para coibir abusos. Tudo conversa fiada, claro, assim como era conversa fiada (embora os americanos não soubessem disso, porque acreditam nos filmes que eles mesmos fazem sobre como são sempre os mocinhos) a noção de que a invasão do Iraque seria uma espécie de passeio, um piquenique animado a fogos de salão. Já tínhamos visto um outro tipo de filme, como observei modestamente na ocasião, continuamos a vê-lo e conviveremos com ele, ai de todos, ainda por muito tempo.

  • O preço do ódio e do perdão

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 02/05/2004

    Descubro em minhas anotações de 1989, algumas notas de uma conversa com J., a quem chamo meu “mestre”. Naquela época, falávamos de um desconhecido místico, chamado Kenan Rifai, sobre o qual pouco se escreveu.

  • Rata japonesa sem pai

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP) e Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ), em 30/04/2004

    Os japoneses são inventores geniais. A eles devemos muitas das comodidades que facilitam a nossa vida, a começar pelos radinhos de pilha de que eles foram pioneiros, que disseminaram mundo afora e que se tornou símbolo de modernidade. Tivemos mesmo um presidente, o Médici, que ligou sua imagem ao rádio no ouvido, durante as partidas de futebol.

  • Língua portuguesa: a filologia de um pioneiro

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ), em 28/04/2004

    A nova coleção da Academia Brasileira de Letras, intitulada Antônio de Morais Silva, destina-se a publicar trabalhos sobre Língua Portuguesa, especialmente na modalidade escrita e na variedade culta ou padrão brasileira, sem desprezar as áreas conexas que os atos lingüísticos envolvem.

  • Aqui e agora

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 28/04/2004

    Não dá para entender. Poucas vezes na história universal, um homem realmente do povo chega ao poder de forma limpa, insofismável, com o apoio explícito da maioria dos cidadãos e com o respeito obsequioso dos que não votaram nele.

  • Nietzsche no século XXI

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 27/04/2004

    Morto há mais de um século, continua Nietzsche sendo ainda motivo de escândalo, no sentido de que ele não nos deixa em paz e, por outro lado, nem nós deixamos sua memória sossegada. Parece que não nos contentamos com o que ele escreveu e exigimos que nos diga mais, que se explique e nos explique. Sentimos que ele nos abriu uma porta, mas não permitiu que entrássemos. Tendo sido ao mesmo tempo filósofo e poeta, diante de sua obra somos levados a querer mais, e só ele nos poderia saciar esta sede.

  • Proposta de paz

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 27/04/2004

    Ainda está meio confuso, mas parece que os Estados Unidos, em sua aliança com Israel, dobraram-se aos argumentos de Ariel Sharon e aprovaram a caçada aos líderes palestinos, quase todos englobados como terroristas. Nem Arafat escapará dessa limpeza de terreno, que não ficará mais limpo pelo fato de fulano ou sicrano terem sido eliminados.

  • Construir a nação

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 27/04/2004

    Não dou opinião por ter ou não ter uma posição de opção política do que se passa no Brasil de meus dias. O futuro é incerto, sempre - mas por observar, como jornalista, que é, exatamente, a profissão obrigatoriamente de observadores, que a nação está se enfraquecendo nas suas bases e as colunas sobre as quais se sustenta poderão ruir, ao peso das contradições, das crises sem solução, à gestão anárquica dos negócios públicos e, sobretudo, à corrupção que medra como tiririca.

  • Um projeto inteligente

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 26/04/2004

    Há razões de inquietação sobre o futuro da educação brasileira. Ora é a alegada falta de dinheiro, ora é a sua má aplicação como se fosse um carma que se abateu sobre a principal das nossas prioridades. A incompetência é uma característica do setor, com as naturais exceções, o que dá como conseqüência a baixa qualidade dos serviços prestados à população. A revista “Veja” fez um ranking recente sobre o ensino superior, com dados baseados no falecido “provão”. Salvo as universidades públicas, de um modo geral, os resultados foram desastrosos. Revela-se a formação de uma geração muito pouco comprometida com a busca do conhecimento - e mais interessada no discutível diploma que, na verdade, hoje garante muito pouco em matéria de emprego.

  • E onde fica a incompetência?

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 25/04/2004

    Às vezes a gente tem a impressão de que o Brasil é o país mais explicado do mundo. Talvez seja mesmo, até porque se trata de um hábito nacional buscar entender como uma terra tão extensa e rica parece hoje sem esperanças a tantos de nós. A colonização portuguesa, no momento um pouco esquecida, já serviu de explicação principal durante muito tempo. E não relacionada a fatores históricos pouco levados em consideração, ou mesmo ignorados, mas a noções que, de tão primárias, somente denunciam o preconceito ou a desinformação de quem as perfilha. Portugal, um país minúsculo e de população pequena, chegou, durante muito tempo, a ser uma das potências mundiais mais importantes e, no entanto, seu povo seria congenitamente incapaz. Desde pequeno, ouço como teria sido tão melhor se houvéssemos sido colonizados pelos holandeses, pelos ingleses, pelos franceses e assim por diante. Aí, sim, seria sangue bom, herança genética superior, que nos teria assegurado o desenvolvimento que jamais tivemos e talvez jamais venhamos a ter.

  • Variações sobre a fé

    O Estado de São Paulo (São Paulo), em 24/04/2004

    O que caracteriza o pensamento filosófico da Idade Média, que termina com o advento do Humanismo e do Renascimento nos séculos 14 e 15, é a convicção de que a mente humana é capaz de resolver, graças à razão, os problemas que superam os limites da experiência.Já no Mundo Moderno prevalece a idéia, que veio cada vez mais se consolidando desde Bacon a Kant e os pensadores contemporâneos, de que a razão humana não tem capacidade para indagar de questões situadas no plano metaempírico, como, por exemplo, a existência ou não de Deus, a imortalidade da alma ou seu destino ultraterreno.