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Artigos

  • A triste experiência eleitoral

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 26/10/2002

    A esta altura do processo eleitoral, tão cheio de surpresas e de incorrigíveis enganos, que nos conduzem a um preocupante quatriênio presidencial, torna-se escancaradamente evidente o erro em que incorremos, deixando de dar caráter prioritário à reforma política, reclamada pelos maiores politicólogos e constitucionalistas do País.

  • Curumim é um ser livre

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 26/10/2002

    Diz que índio não educa filho. Aliás, não é propriamente isso: o que se conta é que índio não disciplina as crianças, não as castiga. Curumim é um bicho livre, faz o quer, com muito poucas restrições. Os pais são os mais condescendentes do mundo e muito carinhosos. Apenas quando uma criança, por acaso, faz qualquer coisa que irrite ou incomode pai ou mãe, o pai encolerizado passa a mão no primeiro objeto contundente que tiver próximo e o atira contra o filho. Uma pedra, um pau, uma mão de pilão, e até mesmo um facão. Se não pegar, muito bem, se pegar, azar do menino.

  • Impaciência, mais que medo

    Jornal do Commercio (RJ), em 25/10/2002

    O segundo turno nas eleições presidenciais assumiu claramente o sentido de plebiscito. Está-se pró ou contra o governo, numa distância de votos que dá a Lula capital único de legitimidade política para enfrentar a turbulência da globalização transformada em mercado hegemônico e sem volta. Toda imprensa mundial reconhece o impacto deste pleito como a cunha inesperada no alinhamento das periferias aos receituários internacionais para ainda serem punidos até pelo excesso de ortodoxia que só fez exasperar as contradições do neoliberalismo. Aí está a Argentina, como fantasma nada camarada, a mostrar que é invariável a bula, não obstante esteja o país in extremis, da viabilização econômica. A enorme legitimidade da avalanche do sufrágio permite ao futuro governo nova prospectiva. Dá-lhe o direito, no cenário internacional, de contrapor aos riscos econômicos clássicos, os trunfos da nação gigante que ofereceu, pela mais irrepreensível vitória democrática, um esforço cabal à primeira das exigências da normalização como a vê o Primeiro Mundo, frente à desestabilização pirata em que insista o capital especulativo.

  • A verdade na política

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 23/10/2002

    Teve o chefe do Judiciário paraibano, Desembargador Marcos Antonio Souto Maior, a excelente idéia de, em comemoração aos 111 anos do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, organizar um seminário sobre seis paraibanos ilustres na palavra de seis membros da Academia Brasileira de Letras.

  • Patrulhas nunca mais

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 22/10/2002

    Os xiitas do PT pretendem decretar a morte de Regina Duarte enquanto personagem do mundo artístico. Manifestação explícita do patrulhamento, que começou no período totalitário e que agora ameaça voltar, no melhor estilo da "não-pessoa" que vigorou nos tempos mais duros do stalinismo.

  • Livro, televisão, internet

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 19/10/2002

    É dizer como o outro: já que o homem não vai ao livro, que vá o livro ao homem. Multipliquem-se as feiras de livros pelas praças da cidade, e não só desta, como de todas as cidades do interior. Ah, o interior! As livrarias são poucas, a distribuição das editoras não é boa. Nunca se pisa em cidade do interior sem escutar dos interessados a queixa de que livro de fulano, que está muito falado, não apareceu à venda na terra. Talvez fosse um êxito inesperado a inauguração de feiras de livros por este Brasil afora: o pessoal ver os livros assim de cara como a farinha e os legumes. Poder mexer, palpar, olhar as figuras, se interessar. Seria talvez uma revolução.

  • A universidade brasileira em Cabo Verde

    Jornal do Commercio (RJ), em 18/10/2002

    Em 11 de outubro, foram inauguradas pelo primeiro ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, as novas instalações, onde funcionará, em Mindelo, junto ao Instituto Isidoro da Graça, a Universidade Candido Mendes. No seu Centenário, a instituição dá início a uma política de expansão internacional naquele arquipélago, em meio ao Atlântico. No ato de sábado último, o Governo caboverdiano definiu a envergadura do esforço que o associa cada vez mais ao Brasil e, ao mesmo tempo, define a maturidade com que encarna a implantação do sistema integrado de educação no país. Tanto se inaugurava, junto ao pioneiro Instituto caboverdiano, a Ucam, quanto se acolhia um esforço educacional privado para prover, localmente, a fome da especialização no terceiro grau do ensino. Santos Neves mostrava como a inovação vinha de par com a formal promessa de se instalar a primeira universidade pública, ainda no presente Governo, em primeiro ano de exercício.

  • O dólat e as rosas

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 17/10/2002

    O presidente da República e sua equipe econômica estão reclamando daquilo que chamam de especulação. Entenda-se por especulação a norma existente em qualquer mercado que visa ao lucro maior e mais rápido. É uma das leis irrevogáveis, como a da gravidade e da própria globalização, sob as quais somos obrigadas a viver.

  • E assim era e foi

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 16/10/2002

    Como base primeira e mais forte da memória, costuma a infância povoar, com sua mistura de encanto, mistério e medo, uma boa parte das narrativas que o homem faz para inventar a vida. Ou entendê-la. Quem reler o livro de James Joyce, "Retrato do artista quando jovem", descobrirá (às vezes, a primeira leitura não é suficiente para tanto) o muito que se concentra nos movimentos iniciais do corpo e da mente jovens, em busca do entendimento de si mesmos e do resto do mundo. As palavras do começo da história são claramente infantis e fazem pensar que o livro se destina a crianças (o que não deixa de ser verdade). Ei-las:

  • Pesquisando as pesquisas

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 14/10/2002

    Falaram, falam e continuarão falando horrores das pesquisas. Quem as inventou? Para quê? Em época eleitoral, elas influenciam os indecisos? Em suma: elas são um bem ou mal?

  • A mortalidade pedagógica

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 13/10/2002

    Aqui no Brasil, o país das desigualdades, há um enorme abismo entre ricos e pobres em matéria de educação. Diferença que a quantidade não resolve universalizar como se fosse uma operação mecânica, sem dar qualidade à educação, tem pouco efeito sobre a nossa competitividade.

  • Problemas do novo Código Civil

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 12/10/2002

    Segundo me informam, algumas pessoas entendem que seria melhor a prorrogação da entrada em vigor do novo Código Civil, prevista para 10 de janeiro do próximo ano. Tal pretensão não tem cabimento a esta altura da vacatio legis de todo um ano, destinada à imediata correção de possíveis equívocos que pudessem comprometer a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e também para que esta fosse objeto de estudo pelos operadores do Direito.

  • Ser "alguém"

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 12/10/2002

    Nestas últimas décadas, um dos fatos sociais mais importantes é a saída da mulher do seu casulo doméstico e a sua entrada, quase em massa, nas profissões e atividades dantes reservadas ao homem. Tivemos agora a prova disso com a espetacular vitória das mulheres nas recentes eleições, em muitos casos com maioria esmagadora sobre os seus adversários - homens. E aquelas que ainda não tiveram a sua oportunidade - a sua hora e sua vez, como diria mestre Rosa - ficam num desespero de "aparecer", de "vencer", de "ser alguém".

  • Segundo turno sem morte na praia

    Jornal do Commercio (RJ), em 11/10/2002

    Os 3% em que Lula ficou aquém da barreira da glória no primeiro turno, leva alguns pequenos políticos, amantes do catastrofismo, a passar a contar, do dia para a noite, a desventura, castigando o desmedido do intento perdido por milésimos. É como se o infortúnio de última hora implicasse o castigo duro pela ambição do ganho, numa quase maldição pelo sucesso quasissimamente logrado.

  • O nome dele

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 10/10/2002

    Todos sabem o nome dele. É uma figura exótica por dentro e por fora. Ajudou a eleger deputados com menos de 500 votos mas a culpa não foi dele, e sim da lei eleitoral, que é retrógrada