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Artigos

  • Um erro na Providência

    O CONCEITO e a idéia das Forças Armadas estão ligados indissoluvelmente à existência do Estado. As próprias finalidades deste último legitimam a manutenção de forças organizadas com o propósito de tornar efetiva a soberania e de enfrentar conflitos. Para isso, elas terão de ser capazes de garantir a própria existência do país e de enfrentar ameaças externas. Daí a necessidade de serem modernas, profissionalizadas, com salários dignos e recursos humanos bem preparados.

  • Permanência de Clarice

    A literatura de Clarice Lispector pode ser tida como o grande exemplo da ficção simbolista no Brasil. A linhagem do gênero é larga e longa. Há mais de cem anos que o simbolismo narrativo, tal como o concebemos hoje, começou a se firmar no mundo. Escrevendo sobre Théophile Gautier, dizia Baudelaire que a nova ficção devia ligar-se à poesia, não tomando-lhe emprestado metro e rima, acrescentava, mas aproveitando-se de sua "concisa energia" de linguagem. Num estudo sobre simbolismo em geral,"The literary simbol", enumera Willian York Tindall os motivos pelos quais o romance superou a poesia no século XX.

  • Butterfly

    RIO DE JANEIRO - Em São Paulo, nas comemorações do centenário da imigração japonesa, foi encenada uma das óperas mais populares do repertório lírico, baseada numa peça de David Belasco, roteirizada por Giuseppe Giacosa e Luigi Illica e musicada por Giacomo Puccini.

  • Olhar distante

    ESTOCOLMO, Suécia. Estou aqui na reunião anual de ex-presidentes e chefes de governo para analisar a atual situação do mundo. A ela comparecem experts em todos os temas.

  • A colheita de arroz

    O mestre encarregou o discípulo de cuidar sozinho pela primeira vez do campo de arroz. No primeiro ano, o discípulo não deixou faltar água e a colheita foi boa. No segundo ano, ele pôs fertilizante. Resultado: a colheita foi maior. No terceiro, ele botou mais fertilizante do que ele tinha utilizado no ano anterior. A colheita foi maior ainda, mas o arroz nasceu pequenininho. “Se aumentar a quantidade, não terá arroz ano que vem”, disse o mestre, completando: “Você sempre fortalece alguém quando ajuda um pouco, mas acaba estragando se ajuda muito”.

  • O ritmo da natureza

    Sabemos que não adianta esquecer a promessa, e no dia seguinte cumprir o prometido duas ou mais vezes. Tampouco adianta rezar sete orações num mesmo dia e passar o resto da semana achando que cumprimos nossa tarefa com nosso espírito e nosso Deus. As graças e as orações não são como o trigo, que pode ser armazenado à espera do inverno. O exercício da fé e da sabedoria é um aprendizado contínuo, como uma escada, onde se sobe um degrau de cada vez. Certas coisas na vida precisam acontecer na medida e no ritmo ditados pela natureza e pelo Divino.

  • O dinheiro como estigma

    Judeu e usura são ambas palavras dc cinco letras. Judcu c usura contam com a melancólica vogal “u” em dose dupla. Mas judeu e usura t^m mais em comum do que essas coincidências. Têm, em comum, uma longa história. E têm, em comum, o estigma. A partir de certo momento, judeu e usura passaram a ser automaticamente associados.

  • As bênçãos de Deus

    Passeando por uma plantação, um homem viu um espantalho e falou: “Deve estar cansado de ficar aí, sem nada para fazer”. O espantalho respondeu: “O prazer de afastar o perigo é grande”. O homem concordou: “Eu também tenho agido assim, com bons resultados”. Voltou o espantalho e comentou: “Mas só vive espantando as coisas quem está cheio de palha por dentro”. O homem demorou para entender: aquele que tem carne e sangue precisa aceitar coisas inesperadas. Quem não tem nada por dentro, vive afastando tudo e nem mesmo as bênçãos de Deus chegam perto.

  • Pedido de ajuda

    Um poeta foi pedir ajuda a Anaxímedes: “minha poesia quer conter os céus e a Terra. Mas meu raciocínio não consegue entendê-los”. “Nem deve. Eles foram feitos para que nós pudéssemos senti-los”, disse Anaxímedes. “Então, como poderei escrever sobre estas maravilhas?”, retrucou. “Dentro de você existe todo o Universo”, respondeu o filósofo. “Se você restringi-lo apenas às paredes do seu quarto, jamais poderá escutar a música das esferas. Mas se for capaz de ver o teto de sua casa cheio de estrelas, poderá cantar e contar toda a história da humanidade”.

  • O dinheiro e a vaidade

    O sábio Nasrudin apareceu na corte com um magnífico turbante, pedindo dinheiro para caridade. “quanto custou esta peça extraordinária que enfeita sua cabeça?”, perguntou o soberano. “Quinhentas moedas de ouro”, disse o sábio sufi. O ministro sussurrou na hora: “Só pode ser mentira. Nenhum turbante, por mais maravilhoso que seja, pode custar toda esta fortuna”.

  • Sobre a verdade

    Com a mão fechada, o mestre perguntou a Nasrudin: “O que trago aqui?”. “Como posso saber?”, respondeu Nasrudin, prontamente. “Darei algumas pistas”, disse o mestre, completando: “Tem forma e cheiro de ovo. Seu conteúdo é branco e amarelo. Se o cozinharmos, fica duro”. “Um bolo”, gritou logo Nasrudin, achando que havia acertado a resposta. O mestre abriu a mão: era realmente um ovo.

  • A árvore

    Em Bilbao, no País Basco, uma leitora vem conversar comigo: “Você sempre fala de símbolos. Quero lhe mostrar um símbolo que você nunca viu...”.