
A proverbial sabedoria humana
Sebastião de Souza e Silva nada tinha a fazer em Roma ou em outro lugar qualquer
Sebastião de Souza e Silva nada tinha a fazer em Roma ou em outro lugar qualquer
RIO DE JANEIRO - O grande público ignora, mas está em discussão -aliás, continua em discussão- o acordo ortográfico entre Brasil, Portugal e demais países que falam e escrevem o português, designados eruditamente como "lusófonos". Uma velha questão que motivou diversos acordos -e nenhum deles foi realmente respeitado.
Mais antigo diário em circulação ininterrupta na América Latina ganhou publicação comemorativa recentemente
O Banco Central tem se preocupado excessivamente com a inflação, mas não consegue debelá-la. Daí nos permitir a seguinte reflexão: os economistas estão no poder há muitos e muitos anos e são eles os responsáveis pela inflação ou por seu combate. Tenho o maior respeito pela classe dos economistas, admirador que sou de numerosos expoentes desta classe, e não tenho porque me vexar dessa admiração, mas é preciso justificar que toda a influência dos economistas na economia brasileira não chegou a eliminar a inflação que domina as discussões da cúpula dos bancos centrais, como assinalou um grande jornal paulistano.
Guri nascido e criado no bairro do Bom Fim eu não podia me considerar um gaúcho da gema, daqueles da Fronteira. Eu tinha bombachas, claro (que a gente, por alguma razão, só usava em Capão da Canoa), e algumas vezes andei a cavalo com resultados tão deprimentes que os eqüinos corriam a se jogar no divã do analista mais próximo. Quando O Centauro no Jardim foi publicado nos Estados Unidos, a editora America resolveu preparar material de divulgação e chamou um fotógrafo (não, infelizmente não era o Beto Scliar) para fazer algumas fotos. Ouvindo falar em "centauro" o rapaz teve uma idéia: fotografar-me no Central Park cavalgando. O que eu recusei, claro. Poderia contar com a compaixão, ainda que constrangida, dos cavalos do Rio Grande, mas um eqüino americano certamente me atiraria da sela. Ainda estava rindo da idéia quando o cara me fotografou - e a foto saiu ótima. O clássico caso de escrever direito por linhas tortas.
O Quixote brasileiro: foi assim que Oliveira Lima, em 1916, classificou Lima Barreto. Por que o teria feito? Veria uma ligação maior entre o herói de Cervantes e o inventor de Policarpo Quaresma? Achava Oliveira Lima que os personagens de Lima Barreto representavam com perfeição o homem brasileiro. Como Quixote representava o povo espanhol.
RIO DE JANEIRO - A vida é complicada mesmo. Ninguém precisa seguir o lema do finado Chacrinha, a quem se atribui a frase "eu não vim para explicar, vim para complicar", ou "confundir", o que dá na mesma. A vida se confunde e complica por si mesma, sem necessidade de apelos e palavras de ordem.
Há frases de Machado de Assis que ficaram para sempre na memória dos bons leitores brasileiros. Uma delas é “ao vencedor, as batatas”. A outra, “a confusão é geral”. Parece que, no Governo, há uma acentuada preferência por esta última.
RIO DE JANEIRO - "Diante de dois imbecis desconhecidos, eu me torno mais imbecil do que eles." Li essa frase num velho almanaque no tempo em que havia almanaques, que funcionavam mais ou menos como o Google de hoje. Eles ensinavam o melhor modo de tirar manchas dos brocados, do melhor mês para plantar mandioca e lembravam que Agripina morreu no ano 59 da era cristã.
RIO DE JANEIRO - Não é somente no amor, na política e nos esportes que predominam as rivalidades. Nos setores profissionais, entre médicos, arquitetos, artistas, advogados, especialistas disso ou daquilo, a concorrência muitas vezes é na base do vale-tudo. E os escritores não fazem exceção à regra. Pelo contrário, há rivalidades históricas.
Não ia eu dedicar um comentário total ao Paulinho da Força , acusado de ter desviado dinheiro do BNDES. Não sei de quanto foi o desvio e para que se desviou tanto dinheiro pertencente ao Erário, no qual não se deveria tocar, muito menos um antigo membro da Força Sindical.
O CHAMADO grau de investimento alcançado pelo Brasil tem suscitado as opiniões mais divergentes entre políticos e técnicos. Uns dizem que é o céu, outros, o caminho do inferno. A notícia de que o Brasil passa a ser um país seguro e confiável para quem quiser investir é logo contraditada: isso vai nos tornar mais perdulários. Um articulista de renome chegou a sintetizar: "passamos do risco de calote ao risco de cassino".
A carta era estranha também pelo tipo de queixa contra o tempo que passou para ele
Há frases de Machado de Assis que ficaram para sempre na memória dos bons leitores brasileiros. Uma delas é "ao vencedor, as batatas". A outra, "a confusão é geral". Parece que, no Governo, há uma acentuada preferência por esta última.
Não temos precedentes desta popularidade presidencial, em meio a um segundo mandato, desalentando toda a chance de uma oposição, na expectativa clássica da usura dos governos. Só aumenta, neste momento, a previsão da subida de Lula nesta identidade de um Brasil de fundo com o Chefe da nação. E nos questionários deste suporte maciço, não se salientam programas específicos, mas esta sensação de melhoria geral, no vínculo simbólico ao "Lula lá".