
Vigilância contra as facilidades da escrita poética
João Cabral de Melo Neto alia consciência social a um rigoroso acabamento literário em A Educação pela Pedra
João Cabral de Melo Neto alia consciência social a um rigoroso acabamento literário em A Educação pela Pedra
RIO DE JANEIRO - Apesar do meu pessimismo, do qual até hoje não tive motivos para abrir mão, reconheço que tudo poderia ser pior, não apenas em minha vida pessoal mas na vida geral das nações e dos povos.
Sempre é motivo de alegria comparecer à inauguração de uma escola. Sobretudo quando se trata de um notável empreendimento, como é o caso do Colégio Estadual José Leite Lopes, homenagem merecida a um dos nossos maiores cientistas. A Tijuca, no Rio, passou a ter um estabelecimento exemplar, unindo de forma competente educação, ciência e tecnologia, como afirmou acertadamente a Secretária Tereza Porto, após cortar a fita simbólica ao lado do governador Sérgio Cabral e do patrocinador Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi Futuro.
Nosso DC , com rara felicidade, deu ontem na primeira página a manchete sobre a elevação dos juros: Copom eleva Selic e coloca o Brasil no topo do mundo . O comentário social a essa medida dos administradores da economia brasileira é que o Brasil, sendo um país pobre, tem uma elevada faixa da população que recorre infalivelmente ao crediário, comprando através de prestações os bens de que necessita para viver e tendo que pagar o mais alto juros do mundo. Isso é inconcebível!
A NOTÍCIA dos índios isolados nas nascentes do rio Envira, no Acre, fez a questão indígena voltar aos noticiários.
Ignoro se as peruas grasnam. Parece que os patos é que grasnam. Não sou entendido nisso
Foi impressionante a vitória de Barack Obama, senador negro de 46 anos que conseguiu vencer a disputa pela indicação democrata às eleições presidenciais nos EUA. Note-se que foram apenas as prévias e que o concorrente mais próximo, a senadora Hillary Clinton, resistiu até o último round.
A NOTÍCIA dos índios isolados nas nascentes do rio Envira, no Acre, fez a questão indígena voltar aos noticiários. José Bonifácio, com sua visão de Estado e de grande pensador, afirmava que a Independência não se completara porque não abolira a escravidão nem equacionara a questão indígena. Os dois problemas permanecem, com outras faces. É difícil saber se temos uma política indigenista. A questão foi politizada, os índios são qualificados no restrito grupo de “minorias” e como tal são tratados. Mas o problema é muito mais complexo, com aspectos históricos, científicos, sociais e humanos.
Entra em vigor, em 1º de janeiro de 2009, ao que tudo indica, o novo acordo ortográfico da língua portuguesa. Pelo menos nos quatro países cujos parlamentos o ratificaram: Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e, recentemente, Portugal. É de supor-se que, em função do protocolo regulador da vigência, a adoção dos novos princípios estenda-se a Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste. O objetivo, afinal, é a unificação da escrita em todos os países da comunidade lusófona.
Os meados do ano mostrariam paradoxos frente ao que deveria ser o recado de maio de 68: a consolidação de uma consciência universal pelos direitos humanos. Aí está a manifestação dos "gujeratis" na Índia, pedindo para serem rebaixados de casta, de modo a poderem fazer jus a melhor subsídio no sistema, que os aproxime dos párias. Ou seja, os intocáveis de há milênios, e cuja permanência é a maior bofetada à idéia de igualdade entre os homens, que pede o século XXI. Esquecemo-nos de como a segunda maior população do mundo deu as costas à modernidade, e que transforma o imperativo da justiça social num jogo quase cínico de indenização, por se submeter ao regime de castas, e se conformarem ad eternum com esta mecânica da abjeção social.
RIO DE JANEIRO - Palestra numa faculdade de comunicação aqui no Rio. Lembrei que a imprensa no Brasil teve dois momentos fundamentais na história do país, duas causas pelas quais valia a pena lutar: a Abolição e a República. Bem mais tarde, tivemos outra causa em que a imprensa, dentro dos limites de uma censura atroz, combateu o regime totalitário de 64.
Os veículos de comunicação usaram a palavra atropelou para qualificarem a ação do governo na venda da Varig. A acusação feita à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi comprovada por documentos sobre os dias crepusculares da empresa, depois de uma trajetória brilhante pelos quatro continentes.
Costumo dizer que neste País, a poesia é das coisas mais vivas e mais avançadas que existem. Volta e meia poeta novo começa a fazer poesia nova e a sair da mesmice dos estilos. Ou grandes poetas de ontem - então de sempre - rompem sua própria rotina e renovam-se. E o surto de mulheres que, a partir de Cecília Meireles, destruiu a antiga apatia poética e atingiu a linha de frente do fazer poesia e inovar o gênero entre nós.
RIO DE JANEIRO - Animal urbano, sempre me encantei com as imagens bucólicas da roça, seus costumes e lendas, sobretudo suas sentenças incorporadas à sabedoria do homem comum.
A expressão é de Kant, mas o educador D. Lourenço de Almeida Prado, homenageado aos 97 anos de idade, 46 dos quais dedicados à direção do Colégio de São Bento, repete até hoje: "O homem só é homem pela educação." E acrescenta enfaticamente que, na sua formação, é fundamental prestigiar os valores humanistas.