
Com balde e pano de chão
[2]Já estou fazendo a minha parte, economizando o bem da natureza que me é mais caro: o “precioso líquido”, como os jornais de antigamente escreviam quando não queriam repetir a palavra água. Não tomo mais aquele banho gostoso, interminável, o chuveiro jorrando e eu de fora me ensaboando. Também não deixo mais a torneira aberta quando faço a barba e escovo os dentes. No meu prédio, a mangueira foi praticamente abolida, substituída pelo balde, o pano de chão e a vassoura. Em todo verão, o Rio lança um modismo. Já tivemos o verão da sunga, da maconha, das dunas da Gal, do topless. O de agora talvez venha a ser o do balde ou do pano de chão ou da vassoura — enfim, alguma novidade bem velha. E, justiça seja feita, a moda pode estar pegando.