
Mérida e a releitura da América Latina
[2]A Academia da Latinidade realizou o seu XVIII Encontro em Mérida, valendo-se da froça simbólica do Yucatán para a busca das identidades culturais profundas da América Latina. Em tempo das hegemonias, e ao mesmo tempo de sua ruptura, mais que nunca as periferias se dão conta de até foi o Ocidente na expropriação da sua subjetividade. O terrorismo do século XXI pode ser a resposta deste rapto da alma coletiva, levando as afirmações errantes, pela violência e o confronto sem volta. O mundo muçulmano foi a primeira-vítima desta toma de consciência tardia e vindicante, que envolve a visão crítica do progresso dos dois últimos séculos, e do seu saldo efetivo de vantagem para as periferias. Mais grave hoje, na banda latino-americana, é ver-se até onde as próprias representações sociais que recebemos com a independência, qual o Estado-nação tradicional quebram-se, hoje, e apontam a novas afirmações identitárias. O mais importante é assinalar o quadro de pseudos antagonismos pelos quais se logra a busca da autenticidade coletiva frente ao turbilhão de pseudos confrontos.