
Tabuleiro de xadrez
[2]O jovem disse ao abade zen: “Tudo o que meu pai me ensinou foi jogar xadrez”. Ele pediu um tabuleiro de xadrez, chamou um monge e mandou-o jogar com o rapaz. Acrescentou: “quem perder morrerá”.
O jovem disse ao abade zen: “Tudo o que meu pai me ensinou foi jogar xadrez”. Ele pediu um tabuleiro de xadrez, chamou um monge e mandou-o jogar com o rapaz. Acrescentou: “quem perder morrerá”.
Nos últimos 20 anos no país, a taxa de violência aumentou de 77%, atingindo hoje a média de 50 mil pessoas por ano. O incremento é dos mais perturbadores e se choca com os demais índices que hoje situam o Brasil em ganho crescente de prosperidade e bem-estar social. Banaliza-se o crime, mas amadurece a mídia em noticiá-lo. Perde o caráter de sensacionalismo e começamos a agendar um alerta, e uma política pública nesta área crítica da mudança. Ao mesmo tempo, a repetição do evento vem anestesiando a sua repercussão e leva a uma retórica do conformismo na civilização de massa dos nossos dias. É o que induz à pergunta, qual é o nível de tolerância com a desordem, e qual é a temperatura mediática, afinal, para enquadrá-lo nas manchetes, reduzi-la a um estereótipo e, para muitos, como acidentes do progresso, e não afronta continuada à nossa humana condição? De toda forma, no mundo mediático a violência já perde toda a condição de impacto direto sobre a opinião pública, tendo-se em vista o seu potencial mercadológico ainda de sensação, ou o migrar para outro registro de interesse coletivo.
Quando passou o homem a escrever em versos? Ou a pensar em verso? Ou a engenhar uma frase mais longa e parar no meio? Houve talvez, nele, a necessidade urgente de respirar antes de ir em frente com o que desejava dizer? A explicação grega, para o fenômeno do verso, é simples e clara. Foram os autores de teatro que impuseram uma pausa, depois de eles atravessarem o proscênio do palco de uma extremidade a outra - ou então os próprios atores hajam resolvido fazer uma pausa a cada travessia do palco, ao mesmo tempo em que diziam o texto, de modo que o resto desse texto ficasse para o retorno à extremidade anterior.
Hoje à noite, na Reitoria da UFRGS, estarei dividindo o palco desta fantástica maratona cultural que é o Fronteiras do Pensamento com a escritora norueguesa Asne Seierstad. Estou grafando o nome dela (que, informaram-me, pronuncia-se "Osne") de forma errada: falta um sinal gráfico, uma espécie de bolinha, em cima do A, e enquanto eu não tiver um teclado norueguês o erro será inevitável. Mas é um alívio, para quem, como nós, tem de lidar com tantos acentos. Já imaginaram se, além da crase e do circunflexo, tivéssemos de colocar também bolinhas sobre as letras? Passaríamos o resto de nossas vidas às voltas com essa tarefa.
Não podemos esquecer que, nem sempre as coisas acontecem como nós queríamos. Existem momentos, por exemplo, em que buscamos por alguma coisa que não está reservada para nós. Ou então esperamos por certos milagres que não se manifestam. Por um lado, ainda bem: se todas as coisas e acontecimentos andassem como nós queremos, não teríamos mais nenhum assunto. Quando estivermos diante de situações desagradáveis que não conseguimos ultrapassar, relaxemos. O Universo continua trabalhando por nós em segredo.
São incontáveis as vezes em que escolas públicas brasileiras precisam cerrar suas portas, como se estivéssemos numa guerra
Poderiam descobrir-se mutuamente, poderiam constatar que haviam sido feitos um para o outro
Diante do espelho reparamos sempre em pequenos detalhes: mudanças na pele, o cabelo despenteado as rugas do rosto, a roupa amassada... É raro olharmos o fundo de nossos olhos. Você já experimentou, na frente de um espelho, esquecer os detalhes citados acima e fazer isto? Perceber o que está dentro de si mesmo esquecendo a estética? A imagem irá contar histórias que você não sabe, a respeito de quem está do outro lado. Depois de um certo tempo, você termina descobrindo que a pessoa que lhe devolve o olhar tem um mistério a ser cumprido.
-Bernd, você toma sua cerveja aí e eu fico aqui quieto. Você não se esqueceu do que aconteceu na Copa? Se não seguram aquele francês, eu hoje no mínimo estaria enterrado no Túmulo do Torcedor Desconhecido.
RIO DE JANEIRO - O pessoal do governo e da base aliada encontrou um argumento para justificar a prorrogação da CPMF por mais alguns anos. Descobriu que nenhum país pode dispensar o reforço de 40 bilhões da moeda local em seu orçamento de cada ano. Convenhamos, é dinheiro pra burro, mas ainda pouco para atender às necessidades nem sempre necessárias de um governo caótico no que se refere às aplicações de verbas.
O rabino Yannai costumava dizer: “Não há nenhuma maneira de explicar a prosperidade dos malvados ou o sofrimento dos justos. Tudo que nos é pedido é que procuremos a justiça. A realidade é mais complexa do que gostaríamos que fosse. Se ficarmos insistindo para que tudo tenha sentido, terminaremos desesperados. A realidade não pode ser arada com a fita dourada do moralismo. A realidade é maior do que nossa visão de certo ou errado. Onde pudermos lutar pela justiça, lutemos. Onde somos confundidos por uma verdade além de nossa compreensão, procuremos fazer o melhor”.
A propósito de democratizar a escolha dos livros didáticos oferecidos a milhões de alunos carentes da rede pública de ensino, o Ministério da Educação, há anos, tomou a deliberação de ouvir os professores que lidam com o material. Nada mais justo.
SE HÁ UM POVO sofrido é o curdo. A história não tem sido generosa com eles. Seu sofrimento é milenar. Agora, uma vez mais, eles estão no meio de um massacre. Pelo que eles lutam há séculos? Por uma nação independente, que se chamaria Curdistão.
Se Rodin tivesse vivido na Renascença, criaria melhor. Mas viveu com o tédio da burguesia
“Qual é a melhor maneira de agir na vida?”, perguntou o discípulo ao mestre durante uma conversa. Sem lhe dar a resposta, o mestre pediu a ele que construísse uma mesa. Quando o móvel estava quase ficando pronto, faltando apenas os pregos de cima para serem afixados, o mestre aproximou-se. O discípulo cravava todos os pregos com três golpes precisos. Um prego, porém, estava mais difícil de entrar na madeira, numa parte onde havia um nó, e o discípulo precisou dar mais um golpe. O quarto golpe acabou enterrando o prego fundo demais e a madeira foi atingida. “Sua mão estava acostumada com três marteladas”, começou a explicar o mestre: “Quando qualquer ação de nossas vidas passa a ser apenas um hábito, ela perde seu sentido e pode terminar causando danos. Cada ação é somente uma ação e só existe um segredo: jamais deixe que o hábito comande seus movimentos”.
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