Caixa 2 do bem
O Globo (Rio de Janeiro), em 15/12/2005
A ida de Eduardo Azeredo à tribuna do Senado para renunciar à presidência do PSDB empatou o jogo da escalada das cassações. Aí está o jorro, democraticíssimo, do valerioduto, comprometendo todos os partidos no caixa 2, na prática universal da corrupção sistêmica, entre tucanos impolutos e petistas acima de qualquer suspeita. E aí está, pois, a proposta do líder Artur Virgílio, de levar-se adiante, como compete ao patriciado político do Brasil, a boa lógica dos “mais iguais”, a partir do país-bem. Vamos à lavagem da corrupção do bem - a que só pestifera o trigo e não o joio, e levemo-la à condescendência, senão ao perdão radical pelo Congresso, já hoje preso, sem retorno, à concupiscência dos acordões. Ingenuidade de Azeredo ou deslumbramento de Delúbio?