
Lula, nem pressa, nem carisma
Os primeiros seis meses de governo sedimentam a marca de 43% de satisfação plena da opinião pública, a que se somam mais 40% no considerar a performance, de razoável para boa. O país pró-Lula não sofre assim, no chão do bom senso popular, da zoeira da intelligentsia ou dos grupos radicais, inconformados com a demora do a que veio o PT, argüindo quer da consistência de uma ação de esquerda, quer do próprio compromisso com a transformação social. O inédito desses dias, em que pretende o partido cassar os seus radicais, tem um recado mais fundo: a legenda penetrou-se da realidade e só quer, a partir das tensões concretas, ponderar toda a contundência do que possa ser uma alternativa ao status quo , à mesmice de um regime apenas sobrevivente à asfixia internacional.