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Artigos

  • O caminho da santidade

    O conceito de santidade ocupa um lugar definido no modo como são julgados os representantes da raça humana que hajam conseguido abandonar o natural egoísmo que nos cerca a todos os que da terra viemos e a ela voltaremos. E o sentimento geral de devoção que é a eles dedicado faz parte da história de cada recanto do mundo habitável. Os santos de cada região são lembrados, reverenciados, suas histórias são contadas e repetidas, de tal modo que uma estatística aponta, para São Francisco de Assis, por exemplo, um número considerável de milhões de livros, orações, lembranças, igrejas que, nas mais variadas partes da terra, lembram sua presença e sua poeticamente santa existência. 

  • Vida e memória em ação

    Romances, poemas, ensaios são feitos com palavras. E estas, as palavras, descansam ou se agitam na memória. Quando se diz que a memória é a base de qualquer história - ou poesia, ou depoimento, ou análise, ou previsão, ou prédica, ou declaração de amor - é porque na palavra repousa tudo o que o tempo colheu e guardou. O passado como que espera na memória pela hora de sua ressurreição. Daí o poder dizer-se que todo livro é um produto da memória, seja qual for sua classificação técnica do ponto de vista literário.

  • Um surrealista brasileiro

    Nesta vida agitada de ler livros e mais livros, principalmente brasileiros, dos que possam elevar nossa literatura a nível mais alto - e a nós mesmos, como leitores, a um plano maior de entendimento - encontramos de vez em quando obras que abrem caminhos.

  • A batalha do bom senso

    Há uma generalizada reclamação, no Brasil, de que as nossas crianças estão chegando à quarta série do ensino fundamental sem os adequados conhecimentos das propriedades de ler, escrever, contar e raciocinar com autonomia. Isso traz reflexos em toda a carreira da aprendizagem. Gostaria de defender uma tese: é possível que isso seja decorrência dos processos adotados de alfabetização em nossas escolas, especialmente as públicas. Há 25 anos que a criatividade tropical inventou o "método Piaget", batizado de construtivismo, quando na origem o autor suíço produziu uma teoria - e não um método.Repetidas vezes temos denunciado o fato, com variada repercussão. Ora recebemos aplausos, ora somos criticados, como aconteceu, na Baixada fluminense, quando a maioria das professoras presentes a uma conferência quase se revoltou contra as nossas idéias. "Que coragem de criticar Piaget" repetiram as simpáticas mestras, quando não era esse o caso. Piaget deve ser sempre elogiado por sua educação pela inteligência, mas daí a virar método de alfabetização é um grande equívoco.Encontramos a professora Zoé Noronha Chagas Freitas, que se debruça há muitos anos sobre educação infantil. Foi uma pioneira na educação artística, ao lado do pintor Augusto Rodrigues. Discípula da genial Helena Antipoff, não concorda com a adoção do método global (construtivista) e confirma que as crianças, nesse caminho, decoram uma frase e repetem até a quarta série, sem conhecer o seu exato significado. É francamente favorável ao método silábico e aponta o que está ocorrendo na França, onde há uma vigorosa virada de perspectivas, depois de ter ocorrido o mesmo na Inglaterra, como pôde verificar.O ministro Gilles de Robien, no início de 2006, como registra a revista Le Figaro número 1318, publicou uma circular, impondo o retorno do bê-á- bá, na aprendizagem da leitura. Não trata da escrita, nem da gramática, da ortografia ou do cálculo. Ele prioriza a "batalha do bom senso", mais oxigênio na educação francesa, com a adoção do método silábico, que concretamente produz resultados apreciáveis a partir de três meses de uso. Voltamos a Helena Antipoff para lembrar o que hoje repete D.Zoé: "Obrigar a criança a aprender a ler só por um método é não aceitar as suas diferenças." Essa volta também está ocorrendo nos Estados Unidos.Retomamos as palavras do ministro Gilles Robien, hoje com grande popularidade entre os pais de alunos franceses: "As pesquisas sobre o funcionamento do cérebro determinaram a minha decisão. Por que a maior parte dos países utiliza o método silábico? Não é impossível aprender a ler com o método global, mas há uma clara preferência pelo silábico. Deixar os alunos irem adiante sem saber ler é condená-los à exclusão."Afirmando que "a nostalgia não é o fermento do meu ideal", o ministro francês (não esqueçamos, é língua latina) está estimulando os professores, no seu ofício apaixonante, a produzir materiais silábicos ou fono-sintéticos, no que já se empenham as grandes editoras do país. Só falta mesmo saber quando o Brasil caminhará nesse sentido, com bom senso, mesmo que preservando o seu estilo descentralizado e mais livre de agir, no que se refere aos fatos da educação.

  • Zorra Total

    Quando ninguém se entende, com quem fica a razão? Em pleno mês de junho de 2006, o presidente Lula decidiu enviar novamente ao Congresso Nacional o projeto de lei da reforma universitária. Sem grandes modificações em relação à castigada versão do MEC e também com uma estranha recomendação: para ser examinada sem pressa, ou seja, com a convicção de que não é para ser votada num ano eleitoral. Vai dormitar em algumas gavetas das comissões da Câmara.De todo modo, cabe um comentário sobre o documento, que não é exatamente um complemento ao chamado "decreto-ponte" há pouco trazido a lume pelo Ministério da Educação. Confirmamos o comentário feito em conferência na Associação Comercial do Rio de Janeiro: ele é inoportuno, cheio de lacunas e perigosamente omisso em relação à autonomia universitária, especialmente das universidades federais. Até hoje não se pôde entender exatamente a razão da sua existência, a não ser que seja para marcar, com tinta forte, que ninguém se entende sobre a matéria, nas diversas instâncias do governo federal. Se o projeto de lei estava pronto para subir ao Congresso, para que um incompreensível decreto-ponte? É estranhíssima essa terapia ocupacional, enquanto os grandes problemas nacionais relativos ao ensino superior permanecem como desafio imbatível.O projeto de lei, na sua quarta versão, cortou as polêmicas cotas para a rede pública. É certo que existe outro projeto tramitando na Câmara dos Deputados a respeito do assunto, mas aí se caracteriza bem a colcha de retalhos em que se transformou a educação brasileira, com tiros em todas as direções. Enquanto isso regrediu, o que nos parece uma barbaridade foi mantido: de todos os recursos financeiros do MEC, nada menos de 75% serão destinados ao ensino superior. Não se fala em aumento de percentuais para a educação como um todo, mas numa nítida despreocupação oficial com a educação básica, que ficaria à mercê de Estados e Municípios combalidos. Onde fica a lógica? Parece mesmo configurar um tempo de zorra total.Mantém-se a lista tríplice nas eleições para reitor, cabendo a escolha final ao presidente da República, no caso das instituições oficiais. Tirar o primeiro lugar, na decisão soberana da comunidade, de nada adianta. O tema continuará escandalosamente politizado, como é hoje, de pouco valendo o que se entende por mérito. Como a confusão é um estilo, o projeto estima novas regulamentações para a oferta de cursos e a abertura de instituições de ensino, nessa babel criada agora pelo decreto-ponte, que só conseguiu um resultado concreto: desmoralizou o Conselho Nacional de Educação, atribuindo-lhe papel secundário naquilo que foi durante tantos anos a razão principal da sua existência.São 58 artigos que estarão em discussão no Congresso, com o propósito caricato de "democratizar, garantir o financiamento, ampliar o acesso e qualificar as universidades brasileiras". Seria uma espécie de marco regulatório do ensino superior com uma incrível novidade: até 30% das nossas instituições poderão pertencer a organizações ou pessoas físicas estrangeiras.Há exigências de mestrado e de doutorado e prevê-se a participação da sociedade civil nos órgãos colegiados, ainda que de forma obscura. Enfim, o texto ensejará muito pano pra manga.

  • Europa sob medida para Bush

    Nunca se vira, até os 2 x 2 contra o Togo, um mal-estar da França com seu time na Copa, numa verdadeira metáfora do clima de pessimismo e incertezas que rondaria, neste momento, o próprio futuro do país no grande horizonte europeu. Claro, o gol de Zidane contra a Espanha abriu nova clareira. Mas a lamentação inicial do povo francês contrastava com a incrível mobilização alemã, que não joga só no próprio chão. Faz destas partidas, inclusive, o símbolo mais exuberante deste país que, de vez, superou a dificuldade, de mais de uma vintena, em absorver o seu Leste, empobrecido durante toda a Guerra Fria. O desencanto francês inicial, passando do jogo à política, deflagrou-se na vindita única do Primeiro Ministro Villepin, apostrofando o líder socialista Xavier de Holande, e acusando-o, sem rebuços, de covardia, senão de desonestidade política.Era como um último desabafo final da frustração continuada em que o governo, desde a queda da lei de facilitação do primeiro emprego, vem tornando sombria a sucessão de Chirac, e, de vez, a truncar toda a esperança do seu atual Chefe do Executivo. Villepin troou na Assembléia, em Paris, meneios da juba, olhar poderoso, todo aplomb do delfim do regime, ainda há um ano, seguro no savoir faire de futuro, mesmo fosse o único pretendente sem ter merecido, como parlamentar, uma prévia sanção dos turnos. . Seu antecessor, Raffarin, não lhe poupa crítica, do quanto os gestos de Narciso, somados à vitalidade da tribuna, deixam-no à exposição dos adversários, e ao jogo demasiadamente ostentatório para ganhar, de fato, a liderança do machucado situacionismo francês.

  • Democracias e eixos do mal

    O meio do ano desarma as perspectivas críticas da estabilidade mundial, avivadas desde o começo do ano pela vitória do Hamas na Palestina, às primeiras declarações de Ahmadinejad de ameaça de confronto nuclear com os Estados Unidos. Mas venham-nos as boas novas inesperadas pela aposta direta no próprio jogo da persuasão e da democracia quanto aos jogos feitos da hegemonia e a fatalidade dos proclamados abates dos "eixos do mal". De saída, pelo tino de estadista do Presidente Abbas, no veio de Arafat, entendendo o quanto à força das eleições só se sobrepõe a da consulta plebiscitária à população. A vitória do Hamas em eleições indiscutíveis e fiscalizadas pelas Nações Unidas trazia ao poder a facção sofrida pela luta anti-Israel e a ganhar votos após o desgaste do partido de El Fatah, mantendo-se no embate crônico com o governo de Jerusalém.À força da mudança seguiu-se o da consolidação, pelas próprias regras do jogo, destas maiorias inesperadas vindas ao poder, e mantendo de saída a nova radicalidade do confronto com Israel. Venceram-se as pressões externas contra o governo, a eliminação dos subsídios a partir dos Estados Unidos,ao risco até da queda da máquina burocrática da Palestina e seus 165 mil funcionários. Demorou, por outro lado, o atendimento da promessa dos países árabes,em pagar a conta deixada em aberto pelo Ocidente. Mas a pertinácia do respeito às instituições sob a inaudita pressão da hegemonia do Salão Oval vem agora, pertinaz, de pagar os seus frutos. À democracia, mais democracia. E dentro de semanas o povo da Faixa de Gaza vai responder ao plebiscito para confirmar, ou não, o propósito radical do governo eleito há um semestre.É embalde, aliás, que, revelando a sua afoiteza de chegada ao poder, o Hamas considere que o seu eleitorado já resolveu a questão, não adianta voltar às urnas. Ao contrário, as primeiras sondagens de opinião mostram que 77% deste mesmo eleitorado vão ao plebiscito com a gana da paz e com a dissuasão de soluções violentas para a desocupação do colonato de Israel ou do reacerto das fronteiras com o vizinho.A democracia mostra o quanto é o único caminho para responder ao nervo de uma tensão social e que esta de fato é vista com senso comum pelo povo muito mais do que com as elites comprometidas com o jogo paroquial de poder. Com o apoio já pressentido Abbas deverá conduzir o seu tino político à conciliação da convivência, de vez, com Israel e adaptação do Hamas à realpolitik e à possível virada de página do mais pertinaz e contundente dos conflitos internacionais de nossos tempos.

  • Edifício Babilônia

    Em sentido figurado, ela passou à história como cidade maldita, antro de fornicaçõesATÉ QUE chegou o dia da mudança -uma batalha que avançou milímetro a milímetro, segundo a segundo, os carregadores que botavam mãos suadas em cima dos estofados, a geladeira que enguiçou na porta e ficou sem sair nem entrar, o parafuso que armava a cama -velha e honesta cama de seus primeiros anos de casado e que agora seria rebaixada para o quarto dos objetos inúteis. Pois o parafuso quebrou dentro da madeira, e a cama teve de ser retirada pela janela, armada como um esquife, espantando a todos os vizinhos e desocupados que se fincaram o dia todo para acompanhar as operações. Ele viu a cama descendo, amarrada como um ovo de páscoa, os homens da mudança comandando aos berros, os trancos, as cautelas, sentiu-se profanado. A mulher, a seu lado, também sentiu coisa igual.- Olha a nossa cama! Nós não devíamos fazer isso com ela!- Fazer o quê? Queria que nós a jogássemos janela abaixo?- Não. Nós podíamos ter ficado com ela. Olha que fomos felizes.- Deixa disso! Vamos botar de lado as superstições. Além do mais, ela continuará conosco. Quando pudermos, vamos ter a nossa casa em Teresópolis ou em Miguel Pereira, ela vai servir outra vez.- "Felizmente não tinham piano" -foi a hipótese que a vizinhança levantou em clamor unânime. Explicaram que com piano a coisa era mais complicada ainda, e ele ouviu pacientemente os cuidados e as cautelas que costumam acompanhar a operação de mudar um piano de uma casa para outra.

  • Os caçadores de rolinha

    Vejo, por cima dos telhados, a cruz. Aponta para o céu. Que que há lá em cima para tanta coisa apontar assim? Ignoro o que esteja acima da cruz. Sei o que está abaixo: a igreja, o altar iluminado, as velas, os convidados, as flores, o órgão. E eu. Ainda não estou lá, mas é como se lá estivesse, inarredável, desde o início dos séculos, eterno.

  • Trivial variado

    O Brasil elimina Gana e classifica-se para as quartas-de-final. Lula diz que tudo o que há de bom no Brasil é obra dele, que o governo anterior não fez nada. FHC se defende dizendo que Lula só fez corrupção. A Varig continua sem solução, e Enéas raspou a barba e não aconteceu nada de importante no país e no mundo.

  • Deus e as coisas

    Sou um padre e acabei de descobrir que não sei o que é amar a Deus sobre todas as coisasA TARDE em que padre Mateus invadiu o seu quarto, olhos excitados. Como se tivesse febre ou tentação da carne. Padre Lucas assustou-se com aquele rosto congestionado, as mãos crispadas.- Que foi, padre?- Padre Lucas, o senhor sabe o que é amar a Deus sobre todas as coisas?- Como?!- Amar a Deus sobre todas as coisas. O senhor sabe o que é isso?- Meu filho, isso é o primeiro mandamento da lei de Deus. Qualquer garoto do catecismo sabe isso!O coadjutor olhou-o sério:- Padre, pense bem em minha pergunta: o senhor sabe o que é amar sobre todas as coisas? O que significa "sobre todas as coisas"?- Bem, eu sou um simples padre, sem instrução, já faz muito tempo que não abro um livro e já estou longe de meus estudos. Aliás, fui aluno medíocre, estudei porcamente a filosofia e, quanto à teologia, aprendi e procurei guardar o necessário para não fazer feio. Depois, vieram os compromissos, a paróquia, as necessidades materiais do culto -não tive tempo nem vontade para me ocupar com esses problemas. Mas acredito que sua dúvida é infundada, o mandamento é claro, bem enunciado, qualquer criança entende isso. Já dei milhões de aulas de catecismo e, quanto a este mandamento, nunca uma criança me interrogou.- Mas eu não sou criança. Sou um padre. E acabei de descobrir que não sei o que é amar a Deus sobre todas as coisas. Os demais mandamentos são óbvios, simples, envolvem terceiros, configuram um comportamento social ao mesmo tempo que um comportamento religioso: não furtar, não matar, não pecar contra a castidade, honrar pai e mãe, não levantar falso testemunho são mandamentos explícitos, simples, basta o enunciado para compreender a sua finalidade. Mas o primeiro mandamento, que venho repetindo desde o catecismo, maquinalmente, da boca para fora: amar a Deus! O que é que é amar a Deus! E o resto? O "sobre todas as coisas"?Padre Lucas olhou o coadjutor com ódio. Tanto trabalho para realizar, tantas ocupações e preocupações, e vinha aquele rapaz, mal saído da adolescência, levantar um problema inútil e ridículo!- Padre Mateus, recebi o senhor em minha casa como auxiliar. E não como aluno. Se existem tantas dúvidas em sua consciência, fale com o cardeal, peça para voltar ao seminário, estudar mais teologia, aprofundar-se nos livros e mestres. Sou um simples padre, um humilde vigário, minha função, minha obrigação, é lutar contra o Demônio, impedir que ele me roube as almas que me foram confiadas. É assim que eu entendo a minha missão de sacerdote e de homem. Deus destinou-me a isso e para isso aqui estou, com minhas fraquezas e limitações. O resto não me interessa.- Padre -o coadjutor era teimoso e insistia-, o senhor já absolveu algum penitente do pecado de não ter amado a Deus sobre todas as coisas?- Todo o pecador contra qualquer mandamento da lei divina ou natural é um violador deste mandamento. Não há necessidade de ninguém se ajoelhar aos meus pés e confessar: "Pequei, padre, pela falta de amor a Deus!". É uma decorrência, uma dedução. O pecado, em si mesmo, é um ato consciente e voluntário do desamor a Deus.Lucas quis encerrar a questão:- Escute, padre. Não estou aqui para ensinar o rosário a ninguém, muito menos a um sacerdote mais culto que eu. Se o senhor tem tantas dúvidas, o remédio é reavaliar a sua vocação. Qualquer ordem religiosa teria prazer em receber um padre já ordenado. Não somos contemplativos, padre. Vivemos em contato com o mundo, com a miséria dos homens, com as ciladas do Demônio, com os perigos, com as necessidades. A santificação de nossa alma é quase secundária. Somos destinados a salvar às vezes com grave risco de nossa própria salvação. Isso fica por conta de Deus. Ele acertará as contas conosco e levará tudo isso em consideração. Faço o que posso, cumpro os meus deveres, dou este duro danado para manter a minha igreja. Já estou nisso há 30 e tantos anos. É tarde para mudar de vida e de estilo. Mas o senhor é moço, se acha que o seu lugar é uma ordem contemplativa, ainda há tempo. De minha parte, não colocarei embaraço nenhum. O senhor é livre.- Obrigado, padre Lucas, mas o senhor não me entendeu. No fundo, admiro o senhor. Mas ninguém poderá me ajudar.- Deus pode ajudar, meu filho.- Padre, ouça bem: ninguém pode me ajudar. Sobre todas as coisas, isso: ninguém pode ajudar realmente a ninguém.

  • A nossa terra

    Por mais que a NASA anuncie vôos pilotados para a Lua em futuro próximo, sou de opinião que devemos ter amor por nossa Terra, a única que possuímos para nela viver e cumprir o fadário da nossa peregrinação terrestre, no qual encontramos em percurso vales de lágrimas e jardim de delícias. Mas todos enfrentamos as desventuras com coragem e pedimos sempre a Deus que nos livre dos males, essa profissão exercida pelo diabo.

  • O forasteiro

    De repente, apareceu em Cabo Frio um personagem novo -não exatamente novo, mas inesperado. E não se tratava apenas de uma pessoa nova e inesperada, mas de um ofício igualmente novo e inesperado.

  • Cadê o azul?

    Não se trata de fobia ao verde e amarelo, mas sinto falta do azul. Deve ser culpa daquele verso de Castro Alves, "auriverde pendão da minha terra", que um concurso por aí promoveu a verso mais bonito da literatura brasileira. Houve também o movimento verde-amarelo, de literatos que mais tarde tomaram rumos diferentes, alguns deles se tornando comunistas -e outros, integralistas.