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Artigos

  • Tropa de choque

    RIO DE JANEIRO - Ninguém escondeu, nem mesmo o próprio presidente da República: o novo ministério, que é o velho ministério recauchutado, não é uma equipe executiva para levar o governo a algum desempenho específico. Evidente que os ministros despacharão, assinarão processos, farão declarações disso e daquilo, mas o critério que os escolheu, além de ser político (o que é natural), é sobretudo tático.

  • Ministério e coalizão sem volta

    A oposição continua a atacar o governo pela demora da composição do Ministério e está a perder a leitura da proposta de Lula - e a sagacidade de suas entrelinhas. Vamos creditá-la à intuição do presidente, aberta à prática pura do que lhe cobra a direção do país. Despegou-se da marca partidária, ou de todos os pruridos de ortodoxia, no que é, hoje, a busca da mudança nacional.

  • Sem recursos fica difícil

    A educação é um direito de todos (Constituição de 1988), depois de ter sido direito de poucos, na primeira Constituição brasileira (1824), a que assegurava a instrução primária gratuita a todos os cidadãos, que não deixou de ser uma bela obra de ficção, distanciando a lei da sociedade.

  • Quantidade e qualidade

    “Vamos deixar claro uma coisa: tamanho não é documento. Sobretudo: tamanho de obra não é documento. Cervantes não precisaria ter produzido nada mais do que o Dom Quixote: é uma definitiva obra-prima”

  • Tempo de sangue

    RIO DE JANEIRO - Havia um jornal no Rio cuja especialidade era cobrir assuntos policiais -numa época em que a violência não havia atingido os níveis de hoje. Era mais barato do que os concorrentes e vendia bem. O sujeito roubava uma galinha num quintal de Marechal Hermes e tinha foto na primeira página, era apontado à execração pública. Mas o que predominava eram os crimes de sangue, sobretudo os adultérios e pecados afins.

  • Hora do crescimento: ZPE

    VISITEI A CHINA pela primeira vez em 1967. Era o tempo do obscurantismo da Revolução Cultural, de triste memória. Voltei a visitá-la em 1988, já presidente da República. A última viagem foi em 94. Vi nesse espaço de 30 anos as transformações que ocorreram e acompanho a explosão recente.

  • Acho que já começou

    Tenho presenciado discussões acaloradas sobre se este ano já começou. A opinião mais corrente é que nem começou nem vai começar, mesmo depois da Semana Santa, diferentemente do que por costume acontece. Segundo os mais radicais, não vai começar nunca. Eles acham que o presidente, chateado com alguns problemas, resolveu pular este ano. Não deve ser difícil, creio que uma Medida Provisória quebra esse galho, como, aliás, quebra todos os galhos. Basta botar lá que 2007, devido aos baixos índices de crescimento previstos, à falta de infra-estrutura e, basicamente, à falta de saber o que fazer, não vai existir. Passa-se diretamente a 2008, com determinações expressas de que ele se comportará de maneira bem melhor.

  • O centauro dos pampas

    RIO DE JANEIRO - No último domingo, a Folha divulgou o resultado de uma enquete para saber qual teria sido o maior brasileiro da história. Deu Getúlio Vargas em primeiro lugar, seguido por JK e Machado de Assis. Apesar de convidado a integrar a turma de votantes, um problema no computador me impediu de votar. Mas teria votado em Vargas e se tivesse direito a mais de um voto, também votaria em JK e Machado.

  • A mulher de hoje

    A posição inferior a que a mulher foi sujeita ao longo dos tempos impediu que ela pudesse participar inteiramente da comunidade, em que tinha um papel específico de amante e de mãe que não deveria ultrapassar. Do ponto de vista literário, por exemplo, o mundo antigo, com exceção de Safo, mostrou-se omisso no permitir destaque feminino em poesia ou prosa. Claro que houve, ainda, figuras que entraram na história, não só a de Joana D'Arc, como também, na literatura medieval, a holandesa Béatrice de Nazareth e Heloísa, além de outra Beatriz, de Antuérpia, que deixou vários poemas de amor.

  • Opinião: "DEMs": provectos e espertos

    Não se subestime o a que vem o PFL metamorfoseado em DEMs, ou seja, o partido dos democratas na denominação anti-rugas, para a mais venerável legenda do status quo brasileiro. Tem quase o nome de pílula rejuvenescedora neste período de maiorias maciças do governo, e de coalizões que não acabaram ainda de lançar a sua tarrafa. Nem se subestime, por outro lado, a sua força já nas próximas eleições municipais - já que a sigla está no poder nas duas megalópoles do país. Sobretudo, num Rio de Janeiro que irá às urnas sacramentado pelo sucesso do Pan, e a que, afinal, não faltou a Cesar Maia a decisiva cobertura federal.

  • Fiéis e infiéis

    A fidelidade partidária parece que desta vez emplaca. Está sendo saudada como a panacéia para acabar com um dos males da política nacional, o troca-troca de partidos de acordo com os interesses pessoais de cada eleito.

  • Democracia e Corte de Contas

    Nunca será demasiado insistir em que a democracia somente prospera no pluralismo. Eleição, periodicidade de mandatos, mediação e liberdade de imprensa, independência dos poderes, garantia dos direitos políticos e sociais são algumas das suas características fundamentais. Claros deveres de cidadania também têm sua essencialidade. Não só direitos, mas direitos e deveres. Nada mais forte, como expressão democrática, que a repartição do poder. Poder político, social, econômico.

  • A FAB e João Paulo 2º

    O TEMA religioso se impõe na Quaresma. Não sei qual é o santo protetor dos controladores de vôo, senão pediríamos a todos invocá-lo nesta hora, em que tantos e tão acumulados erros foram cometidos. Louvemos a beata FAB brasileira, que cumpre exemplarmente seu dever em meio a tantas dificuldades, a começar pelo pioneirismo do Correio Aéreo Nacional, passando pelo heroísmo do "Senta a Pua", da Segunda Guerra Mundial, até o tremendo desafio de zelar pelo espaço aéreo de um país de tão grande dimensão, cobrindo as deficiências com a coragem, o patriotismo e o sacrifício de seus homens.