
Livros: caros e raros
Eles, os livros, são valiosos instrumentos para ajudar a vencer as desigualdades que ainda permeiam a nossa nação
Eles, os livros, são valiosos instrumentos para ajudar a vencer as desigualdades que ainda permeiam a nossa nação
Mojud era um funcionário de uma repartição pública em uma pequena cidade do interior. Não tinha qualquer perspectiva de um emprego melhor, e seu país atravessava uma grande crise econômica, e Mojud já estava resignado em passar o resto de sua vida trabalhando oito horas por dia, e tentando divertir-se durante as noites e os finais de semana, vendo televisão.
Quando ainda estamos com cheiro de carnaval, me seduz o nome da música do Noel Rosa, título deste artigo. É um dos casos em que mais se aplica àquele fardo da política brasileira de, em momento de calmaria, surgir um anjo negro, chamado por um conterrâneo meu, Gomes de Castro, de "gênio perverso", fazendo das suas.
Não pode existir tranqüilidade, quando se aborda a questão da qualidade do ensino médio. Até porque os indicadores mostram que tem havido um acentuado decréscimo. Nos exames do Enem, relativos a 2006, as provas aplicadas ficaram abaixo das médias do ano anterior, confirmando uma tendência da década. A prova objetiva de 2006 alcançou a média de 36,9 pontos e 52,8 na redação. As provas de português na 3a série do ensino médio desceram de 266,7 para 253,6, embora não seja possível comparar os números de Enem e do Saeb, por utilizarem metodologias distintas.
Não há unanimidade como a da educação no se elegerem as prioridades de um programa de mudança, como pede qualquer ideário de desenvolvimento. Da mesma forma, a sua abordagem, em termos de políticas públicas, passou por sucessivas e distintas tônicas. Da luta contra o analfabetismo à expansão compulsória do ensino secundário e ao esforço do investimento público na sua aceleração. A meta do terceiro grau chega tarde, mas, na ênfase que assume no governo Lula, ao postular o acesso a todos os níveis de educação dos estratos desmunidos do país.
É uma velha questão esta da queda dos juros. Vê-se que não tem sido possível ao governo reduzir a taxa de juros em função do Plano Real, ainda subsistente, embora as autoridades do sistema monetário e as autoridades superiores, como o presidente da República e seus principais assessores, querem baixar e não conseguem.
É um privilégio para um país contar, como o Brasil, entre os seus quase duzentos milhões de pessoas, com um poeta da força de Nauro Machado, que vive inteiramente para a poesia e, através dela, para o entendimento das palavras e para o exercício de seu ritual permanente. Acompanho, há pelo menos meio século, os seus livros, ao longo de quarenta volumes de versos.
RIO DE JANEIRO - A presidente do Supremo Tribunal Federal foi assaltada numa vinda ao Rio. Não se tratava de um desafio ao Poder Judiciário, como alguns chegaram a pensar. Era apenas um episódio comum da comum violência a que estamos habituados.
Num país como o Brasil, marcado por amplas e lamentáveis incúrias de parte do poder público, nada é comparável ao absoluto abandono a que está sujeita a Amazônia. O que está ocorrendo nessa área, que representa 59% do território, é simplesmente inacreditável.
RIO DE JANEIRO - Amigo meu foi com a namorada passar o Carnaval em Búzios. Pegou um congestionamento de 25 quilômetros na estrada da Manilha e foi assaltado por dois bandidos, que nem usavam capuzes para não chamar a atenção dos outros carros engarrafados.
Vamos imaginar o que foi na idade da pedra lascada o domínio do fogo, ou a descoberta de novas terras, a aventura de navegar contra o vento, entender o funcionamento da natureza, com a terra a girar a uma fantástica velocidade em torno de seu luzeiro maior - como diz a Bíblia - o sol.
Dona Rosália telefona e, bastante emocionada, comunica o falecimento do seu marido, meu querido amigo Antônio José Chediak. Foi uma das pessoas mais notáveis que conhecemos ao longo da vida. Como professor, político e administrador. Bom mineiro, manteve as características de suavidade no trato de todas as questões nacionais, ele que foi um dos melhores amigos do ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira.
À entrada da reta final das eleições francesas equilibram-se as opções entre Nicolas Sarkozy e Ségolène Royal. A queda anterior da candidata à Presidência - companheira da safra de mulheres pretendentes, de Hillary Clinton e Madame Kirchner - veio menos da sua alegada imaturidade política que da busca de um denominador comum para o que seja hoje o socialismo na Europa após a globalização e a hegemonia. O tom foi finalmente encontrado e permite hoje que todas as lideranças ainda céticas quanto à candidata se somassem no último esforço. Aí estão os chamados elefantes do PIS numa só manada, de Strauss-Kahn a Laurent Fabius e a Lionel Jospin, o último reticente ainda ressabiado com a catástrofe inesperada do último pleito.
“Se perguntássemos a qualquer pessoa quais são as cidades mais violentas do país, a resposta seria inevitável: Rio de Janeiro e São Paulo. Pois não são: o Rio de Janeiro está em 107º lugar na lista. E São Paulo, em 182º”
Estou de acordo em número, gênero e grau com o editorial do jornal O Estado de S. Paulo sobre o Faroeste Brasileiro , um bom título para a destruição de nossa riqueza florestal: a Amazônia. Vamos à realidade: o falso desenvolvimento da Amazônia vai acarretar dentro de muito pouco tempo a destruição da maior reserva florestal do mundo, para o abastecimento de marcenarias, carvoarias e até mesmo para a plantação da maconha.