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Artigos

  • A disputa

    Um Guerreiro da Luz percebe que um anjo e um demôni disputam sua amizade. Ele segura a espada, e ambos querem ser seu aliado. O demônio diz ao Guerreiro: “Você vai fraquejar. Não vai saber o momento exato de lutar. Você está com medo”. E o anjo diz, em seguida: “Você vai fraquejar. Não vai saber o momento exato de lutar. Você está com medo”.

  • O caminho de Buda

    Buda caminhou pelo mundo inteiro, buscando um caminho espiritual que pudesse seguir. Tentou várias disciplinas e nada encontrou. Um dia, sentado debaixo de uma árvore, entendeu o Universo. Mais tarde, procurou ensinar a seus discípulos como tinha chegado à iluminação. Dentre as maneiras com que procurou dividir seu conhecimento, destaca-se uma frase: “Quando respirarem profundamente, saibam que respiram profundamente. Quando respirarem superficialmente, saibam que respiram superficialmente”. Eis a iluminação: basta prestar atenção às pequenas coisas.

  • O lado sombrio

    Os antigos mestres costumavam criar personagens para ajudar seus discípulos a lidarem com o lado mais sombrio da personalidade. Muitas das histórias relacionadas com a criação desses personagens se transformaram em contos de fadas.

  • Experiência humana

    Já citei trechos belíssimos de textos do poeta alemão Rainer Maria Rilke. Era uma passagem na qual o poeta nos contava como um simples verso pode sintetizar a experiência humana. O texto do alemão termina assim: “Para escrever um simples verso, não basta lembrar do passado. É preciso saber esquecer, e ter paciência para esperar até que estas lembranças retornem. Porque um verso não é feito de memórias. Ele transforma-se em nosso sangue, e se confunde com a existência. Só então chega o momento quando nasce a primeira palavra e ela traz consigo o poema”.

  • O símbolo de Jesus

    A imaginação é mesmo um dos maiores poderes do homem, e eu me permito imaginar sem me preocupar com as possíveis fronteiras que possam existir. Imagino o momento em que Ele olhou fixamente para a mesa, pensando no melhor símbolo de sua breve passagem pela Terra. Havia, entre outras coisas, as romãs da Galiléia e as tâmaras do Egito. Deve ter estendido Sua mão para consagrar uma delas quando lembrou-se de que a mensagem que trazia era para todos os homens que habitavam a Terra. E talvez romãs e tâmaras não existissem em todo o mundo.

  • Poesia, palavra feminina

    Desde pelo menos Cecília Meireles soubemos que a mulher brasileira atingira o mais alto domínio da palavra posta em poesia. E outros nomes a seguiram: Marly de Oliveira, no final dos anos 50 do século passado, estreou com sua poesia nova, de que o livro de 1961, "Explicação de Narciso", foi a mais clara evidência de que a poesia feminina passara a representar o próprio país. Em seguida, tivemos, como temos ainda, Stella Leonardos e Astrid Cabral, entre muitas outras.

  • Bafio perigoso

    RIO DE JANEIRO - Manchete de ontem de um jornal: "A Copa é nossa". Tudo bem, é isso mesmo, a Copa do Mundo de 2014 será aqui mesmo. Temos vontade e tempo para preparar o torneio, dinheiro há de se arranjar, afinal, um evento mundial de tamanho porte é um desafio para obras de infra-estrutura que transcendem o esporte e já se tornaram dramaticamente necessárias.

  • Futebol quase sempre

    JÁ QUE O assunto é a Copa e a escolha do Brasil para realizá-la em 2014, vou entrar na onda. O anúncio da decisão da Fifa teve ares de feito nacional, com direito à presença do presidente da República, ministros, governadores dos maiores Estados da federação, além de uma comitiva menos votada de parlamentares, cartolas e sem-ingresso. Romário substituiu Pelé e deixou um enigma no ar: se vai ser ou não candidato a vice-prefeito do Rio de Janeiro, deixando a bola pelo bolo eleitoral.

  • Megabibliotecas da Colômbia

    Nas comemorações dos 110 anos da Academia Brasileira de Letras, o presidente Lula parecia à vontade e muito feliz. Depois de ler um discurso curto e formal, entregou-se ao prazer do improviso, com todos os seus riscos. Foi extremamente feliz, entendeu onde se encontrava, e citou as virtudes do livro para a cultura de um povo. Deu notícias de que o governo vai distribuir 110 milhões de livros didáticos para o ensino fundamental (alunos carentes) e tocou num ponto nevrálgico da vida brasileira: a ausência de bibliotecas públicas em mais de mil municípios: “Pois ainda no meu período de governo vou acabar com isso. Em cada cidade, não importa a região, haverá pelo menos uma biblioteca pública.” É a tarefa maior, em que hoje se empenha a Biblioteca Nacional, segundo a sua diretora-executiva, Célia Portella.

  • Diante do computador

    Escrever um livro é uma das atividades mais solitárias do mundo. Uma vez cada dois anos, vou para frente do computador, olho para o mar desconhecido de minha alma, vejo que ali existem algumas ilhas – idéias que se desenvolveram, e estão prontas para serem exploradas. Então pego meu barco - chamado Palavra - e resolvo navegar para aquela que está mais próxima. No caminho, defronto-me com correntezas, ventos, tempestades, mas continuo remando, exausto, agora já consciente que a ilha que pretendia chegar já não está mais em meu horizonte.

  • De um diário chileno

    Quando as pessoas do povo têm a coragem de reclamar o que de direito, senão de fato, lhes pertence é sinal de que a democracia está vigente

  • A derrota e o guerreiro

    O guerreiro da luz sabe perder. Ele não trata a derrota com indiferença. O guerreiro despreza a atitude da raposa de La Fontaine, que dizia sobre as uvas fora de seu alcance: “Estão verdes”. Um guereiro da luz aceita a derrota como uma derrota – e não tenta transformá-la em vitória. Amarga a dor dos ferimentos, a indiferença dos amigos, a solidão da perda.

  • Oração e poesia

    "A tradição dos monges cristãos do deserto fala do ato de orar:"Vá para um lugar silencioso e deixe sua alma se ajoelhar. Não pense em nada, apenas se entregue. Transforme seu desejo no desejo de Deus. Se você fizer isso por duas semanas, cinco minutos por dia que seja, o amor supremo se manifesta”.

  • Tempo, tempo

    Existe um exercício de meditação que consiste em acrescentar, durante dez minutos por dia pelo menos, um motivo para cada uma de nossas ações cotidianas. Um exemplo: "Eu agora leio o jornal porque quero me informar. Eu pensei agora em tal pessoa, porque tal assunto que li me levou a isto. Eu andei até a porta, porque vou sair de casa para trabalhar". E daí por diante. Buda chama isto de "atenção consciente". Quando nos vemos repetindo a mais comum das rotinas, nos damos conta, através de detalhes, da riqueza que cerca nossa vida. Compreendemos cada passo, cada atitude, cada gesto. No fim de uma semana, estamos mais conscientes de nossas distrações e de nossos passos. E isto nos deixa mais fortes.