
Ação afirmativa e democracia madura
[2]O começo da diferença do presente governo põe em causa a oportunidade da discussão das ações afirmativas. Remetem a uma condição típica da contemporaneidade quando o peso dos aparelhos coletivos e seus controles via de regra coíbem a expansão de novos avanços sociais. À inércia do já conquistado opõe-se à consagração de exigências subseqüentes de um fruir coletivo a que responde, basicamente, a idéia da realização universal da democracia.O que estaria em causa pois é a crise da visão tradicional da representação, pela qual um imaginário coletivo suporia sempre a flexibilidade desse duto, ou a ajustagem inevitável à pulsão de novas demandas de mudança. Um sentimento de maior justiça se deslocaria do liminar da sociedade à superestrutura das suas organizações de poder e da moção da máquina pública. A dita ação afirmativa porta a cunha da ruptura, em que a pressão social desborda um statu quo de melhoria coletiva, definida sempre em melhor repartição dos direitos humanos, individuais ou sociais, e novo grau de realização concreta de um estado generalizado de bem-estar.