
A face insólita da violência
[2]O revólver era perfeito, enganaria qualquer um. Confiante, ele foi em frente. Imobilizou seus guardas
O revólver era perfeito, enganaria qualquer um. Confiante, ele foi em frente. Imobilizou seus guardas
CADA VEZ mais o Brasil está a exigir de nossa diplomacia. Ela sempre desempenhou suas tarefas com extraordinária competência. A ela devemos uma parcela da unidade nacional, ao construir fronteiras pacíficas com dez países, como o fez Rio Branco.
RIO DE JANEIRO - "Não resta a menor dúvida de que o Brasil..." -as primeiras palavras saíram fáceis, mas o texto embatucou. Dono do jornal e principal editorialista, arrancou a lauda da máquina de escrever, amassou-a e jogou-a na cesta. Suspirou, botou nova folha na velha Remington que herdara do pai junto com o jornal, a rotativa e um sítio em Campo Grande onde criava galinhas.
RIO DE JANEIRO - Gostei, mas gostei mesmo, da foto em que Lula aparece em "look" caipira, puxando o cordão na festa junina da Granja do Torto, segurando o estandarte com as imagens de são Pedro e santo Antônio. Ao contrário de outras autoridades, ele fica perfeito com as calças remendadas, o chapéu de palha, a cara esbaforida. É o homem comum brasileiro, o mesmo que se identifica com ele e o aprova no governo, apesar de sua progressiva omissão nas questões mais urgentes da vida nacional.
“Como o senhor entrou na vida espiritual?”, perguntou um dos discípulos do sufi Shamse Tabrizi. “Minha mãe dizia que eu não era bastante louco para ser internado num hospício nem bastante concentrado para entrar num mosteiro. Resolvi dedicar-me ao sufismo”. “E como explicou isso a sua mãe?” “Com uma fábula: puseram um patinho para que uma gata tomasse conta. Ele seguia sua mãe adotiva por toda parte. Um dia, foram ao lago. O patinho entrou na água e disse: “Vou continuar no meu ambiente, mesmo que minha mãe não saiba o que significa um lago”.
Uma rosa queria a companhia das abelhas, mas nenhuma delas vinha até ela fazer uma visita. Mas a flor ainda era capaz de sonhar com aquilo. E resistiria até o outro dia, quando abria de novo suas pétalas para esperar alguma abelhinha. “Você não está cansada?”, perguntou alguém à flor. “Talvez, mas preciso continuar lutando”, respondeu ela. “Por quê?”, prosseguiu o alguém, com curiosidade. “Para não murchar”, explicou a rosa. Nos momentos difíceis, seja mais aberto. Às vezes, a esperança de vitória consiste em permanecer na luta, mesmo perdendo.
“Minha dança, minha bebida e meu canto são o colchão onde minha alma repousará quando voltar ao mundo dos espíritos”, diz um sábio indonésio. Quem ler os evangelhos irá reparar que quase todos os ensinamentos de Jesus aconteceram em duas circunstâncias: enquanto ele estava viajando ou quando ele estava em torno de uma mesa. Nada de templos. Nada de lugares escondidos. Nada de práticas sofisticadas e difíceis. Coisa simples. Andando. E comendo. Algo que fazemos todos os dias – e, por isso mesmo, não damos nenhum valor. Pensamos que as coisas sagradas são tarefas para os gigantes da fé. Achamos que aquilo que a gente faz é pobre demais para ser aceito com pureza e alegria por Deus. Deus é amor. Mas, além disso, Deus é humor.
Certa manhã, eu caminhava com um amigo pelo deserto do Mojave. De repente, vimos algo que brilhava intensamente. Mudamos o nosso caminho para ver de perto o que emitia tal brilho. Andamos quase uma hora e vimos que o brilho vinha de uma simples garrafa de cerveja. Na volta, eu só conseguia pensar quantas vezes deixamos de seguir o nosso caminho atraídos pelo falso brilho do caminho ao lado. Ao mesmo tempo, eu pensava também que, se eu não me preocupasse e não fosse até lá, como saberia que era apenas um brilho falso, que não significava nada?
Zaki escutou o Xá discutir com os amigos sobre a mais bela melodia da Terra. Não chegaram a nenhuma conclusão. Dias depois, Zaki convidou o Xá e seus amigos para jantar. No salão, a melhor orquestra do mundo tocou lindas canções, mas não havia comida. Quando todos já estavam mortos de fome, Zaki serviu um banquete. “Que bela canção é o tilintar de pratos e colheres.”, comentou o Xá. “Estou respondendo sua pergunta sobre a mais bela melodia.”, disse Zaki: “Pode ser a voz da amada, o tilintar de pratos... Mas será sempre o som que nosso coração precisa ouvir.”
São milhares os professores que faltam para compor o quadro de ensino no Brasil. Já citamos a Coréia do Sul, um pequeno país, mas que serviu de exemplo, por ter se concentrado na educação e em pouco tempo impressionou o mundo com suas realizações tecnológicas, com o avanço de seu progresso e sua elevação diante das grandes potências mundiais. A prova disso está agora num anúncio, repetido em vários jornais do Ocidente, sobre o automóvel Hyundai, apresentado como o primeiro fabricado com novas técnicas, novo empuxo e nova apresentação, de fazer inveja à antiga industrialização dos veículos nos EUA e na Europa.
RIO DE JANEIRO - Leio nos jornais que Macaé, norte do Estado do Rio, está afundando. É coisa pouca ainda, alguns centímetros por século, mas de forma inapelável. Nada a ver, por ora, com a elevação do nível dos oceanos devida às calotas polares derretidas pelo calor do meio ambiente poluído. É a cidade que afunda por conta própria, mais ou menos como Veneza.
Não sei, mas, na minha opinião, estão querendo nos dizer alguma coisa, ensinar-nos novos comportamentos ou amestrar-nos mais adequadamente, para prosseguirmos no florescer de nossa exuberante vocação de otários, acomodados, explorados, esnobados, individualistas ou excluídos da locupletação geral - que é às vezes o que suspeito que a maioria sente, Deus me perdoe. Refiro-me às operações da Polícia Federal, em que nos mostram gente presa, algemada e encarcerada, para pouco depois vermos todo mundo solto e nada mais acontecer, até porque aprendemos a consumir escândalos. A produção é farta e então ninguém quer assistir ao mesmo episódio muito tempo. Como tudo mais hoje em dia, consome-se o escândalo do momento com cada vez maior velocidade e é necessária uma novidade a cada instante.
Raspou e deixou crescer a barba inúmeras vezes, amou e foi traído, pulou janelas e empregos
Não conseguia esquecer o seqüestrador, homem bonito, másculo, decidido. Tinha se apaixonado por ele
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