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Artigos

  • Tempo de maratona

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 28/07/2004

    Não sei se merecem ser eleitos, mas devem estar merecendo alguma coisa, ou aqui mesmo, neste mundo de Deus, ou no próprio reino de Deus, que tem fama de ser melhor do que o primeiro. Li as andanças dos candidatos no último domingo, dia do Senhor, e todos, pelo menos os do Rio e de São Paulo, cumpriram a maratona eleitoral que incluiu visitas a igrejas de diferentes credos, cada qual vendendo o seu peixe e comprando a benevolência dos eleitores.

  • A narração em versos

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 27/07/2004

    O homem começou a falar em verso, não em prosa. Suas frases iniciais eram curtas, cadenciadas, muitas vezes repetindo sons e criando, com isto, a rima. Até hoje, grande parte de pensamentos adota o verso. Provérbios e anexins condensam filosofias e deles já se fizeram dicionários. A fala em prosa viria mais tarde quando conjuntos de palavras foram levadas a explicar tudo e o homem precisou de uma lógica para lidar com o dia-a-dia.

  • A educação está pior

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 26/07/2004

    Há uma história popular que é bem elucidada. Quando, numa cidade do interior, foi feita empiricamente uma pesquisa sobre a popularidade do seu prefeito, um sábio local manifestou a sua opinião: aqui a população está bem dividida. Metade acha que ele é um prefeito medíocre, a outra metade acha que ele é um medíocre prefeito.

  • Idéias gerais

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 26/07/2004

    Não tenho paciência bastante para acompanhar os lances de nossa vida pública, que pessoalmente considero sacais, mas por dever de ofício sou obrigado a tomar conhecimento de alguns deles. Mau observador, desinformado como sempre, volta e meia me espanto com o nosso esforçado presidente, a quem admiro de longa data, desejando-lhe tudo de bom, da mesma forma como ele deseja tudo de bom para todos nós.

  • Sexo plural e participativo

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 25/07/2004

    Sei que vocês pensam que fico pegando no pé do governo, mas não fico. Aliás, às vezes fico, têm razão. Agora mesmo estou pegando. Mas tenho minhas razões, ou desculpas, como queiram, pois não desejo melindrar leitores petistas, dos light aos religiosos (estes eu sei que andam com uma raiva de mim danada e alguns, se me encontrarem, me darão as costas ou me cumprimentarão gelidamente). Em primeiro lugar, dar penada sobre o governo é minha obrigação. E, de certa forma, de todo cidadão, mas ser jornalista me leva a cumpri-la escrevendo aqui. Cada um se manifesta como pode e, claro, não uso este espaço para defender interesses pessoais, apesar de alguns que acato me afetarem também, o que não dá para evitar, pois sou apenas um entre milhões e minha vida é mais ou menos como a de muita gente. Ao pegar no pé do governo, tenho certeza de que estou - e me dizem muito isto na rua - veiculando o que inúmeros outros também pensam, pelo menos em linhas gerais.

  • Mercosul, uma vez mais

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 22/07/2004

    A conversão do Mercosul, pensado como mercado comum, em uma área de livre comércio cujo objetivo principal passou a ser a tarifa zero, transformação acordada pelos presidentes Menem e Collor, construiu uma mentalidade, na Argentina e aqui, de que a união do Cone Sul é apenas um objetivo de comércio.

  • Banditismo em expansão

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 20/07/2004

    Quem conhece, ainda que superficialmente, as atividades dos pescadores para abastecer o comércio de frutos do mar, sabe que duríssima é a vida desses pescadores. Sobre enfrentarem o perigo do mar, ainda que saibam se defender e nadar bem, os pescadores nem sempre têm sorte colhendo a safra dos frutos do mar, a serem oferecidos no mercado. Todos perdem dias e dias no mar, sem recompensa para os prejuízos sofridos. É duríssima a vida do mar.

  • O senhor do futuro

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 20/07/2004

    Com a morte de Agenor Miranda Rocha, no último fim de semana, aos 96 anos de sua idade, perdeu o Brasil o seu "oluwô" (profeta) e perdeu a cultura afro-brasileira a sua grande figura. Nascido em Angola, filho de diplomata português e mãe angolana, aos seis anos veio para o Brasil, tornando-se entre nós o conhecedor e intérprete por excelência de um pensamento religioso africano que se expandiu por muitas regiões do País.

  • Ankito na Baixada

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 19/07/2004

    Insisto num ponto sem qualquer arrependimento: não somos muito chegados a cultuar os mitos nacionais. Se não são totalmente esquecidos, porque aí seria demais, a névoa do tempo se encarrega de torná-los distantes, inclusive para as homenagens devidas. Ocorre isso de modo geral e - fenômeno inquietante - com grande incidência nos tempos modernos.

  • O Estado em ação

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 18/07/2004

    A vida às vezes traz boas surpresas. Como digo a vocês volta e meia, parece que sou o único a ler essas coisas, sabe Deus lá por quê, de maneira que me apresso a repartir as boas novas. O Estado brasileiro não pára, meus caros amigos, desta feita através do Poder Legislativo. Ao contrário do que alegam os negativistas, derrotistas e - por que não dizer? - fracassomaníacos, tem gente pensando em nossos problemas e, o que é melhor, apresentando soluções criativas de inestimável alcance. Peço desculpas, a vocês e a ele, por haver esquecido o nome do deputado autor do projeto de que vou falar, pois não sei onde meti o jornal onde vi a notícia. Mas estou certo de que ele não faz questão de publicidade, e o que interessa é o bem público que todos queremos.

  • Do mistério dos reencontros

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 18/07/2004

    Vinicius de Moraes diz em uma de suas músicas: "a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida". No final do ano passado recebi um correio eletrônico de um importante e famoso jornalista brasileiro; perguntei se podia reproduzir suas palavras nesta coluna, ele me deu permissão, mas concordamos em manter seu anonimato. Por causa disso, os lugares onde trabalhou - ou trabalha - estão suprimidos.

  • O sofá das infidelidades

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 16/07/2004

    A cada eleição, todas as forças imaginativas se conjugam para evitar deslealdades partidárias. No pleito passado, o próprio Tribunal Superior Eleitoral tomou a frente e quis meter uma camisa-de-força nos partidos. O resultado foi uma balbúrdia sem tamanho: tornou caótico o quadro partidário, a não ser nos acordos escondidos, muitos deles bem cabeludos. É que o problema é bem mais profundo.

  • O mercado eleitoral

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 15/07/2004

    Mais alguns dias e teremos o grande espetáculo da propaganda eleitoral dos candidatos a prefeito e vereador. Mais uma vez será a "finest hour" dos marqueteiros de todos tamanhos, feitios e intenções. Os candidatos e, pior do que os candidatos, os programas e idéias, serão vendidos como os refrigerantes, as cervejas, os eletrodomésticos. Quem anunciar mais e melhor terá maiores chances de se eleger.