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Artigos

  • Delenda Lula

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 30/06/2002

    Mais uma vez, os defensores do Governo na mídia e fora dela estão se esbofando para deletar a suspeita que ronda há tempos a vida nacional: a Polícia Federal está a serviço da nação ou do esquema interessado na eleição de Serra?

  • A ausência de oportunidades

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 30/06/2002

    Tornou-se comum a crítica à qualidade da educação. Não sem uma certa razão. Entretanto, não é necessária nenhuma percepção especial para concluir que o ensino médio brasileiro passa por um processo de explosão quantitativa. É possível estimar para os próximos três anos a meta de 10 milhões de alunos. Como o ensino superior está longe de acompanhar esse crescimento, também não é difícil supor que haverá uma imensa crise na sociedade brasileira, pela ausência de oportunidades de formação e emprego.

  • É bom não esquecer...

    Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 29/06/2002

    Um estranho que observasse, do lado de fora, o planeta Terra, diria talvez que a sua história, monotonamente, sempre se caracterizou pela luta dos oprimidos contra o opressor e a tentativa de revanche dos dominadores contra os rebelados. Desde a rebelião dos Anjos contra o Senhor, passando pela desobediência de Adão e Eva, chegando até os séculos 19, 20 e 21 (que já está se revelando ser um dos mais ferrenhos).

  • Ainda há um jeito de viver

    Correio Braziliense (Brasília - DF) em, em 24/06/2002

    Antigamente até que se achava bonita a palavra megalópole e todas as suas implicações. Hoje é o grande vilão do mundo moderno. O que foi a Londres imperial, a gigantesca Nova York, poderosa expressão de uma grandeza emergente, tornou-se agora sinônimo de conflito e retrocesso. As megalópoles - tais como as cidades do México, São Paulo, Pequim, Calcutá, são sintomas, não de força e riqueza de um país, mas de miséria e injustiça social. Pois que todas essas grandes metrópoles, passando algumas dos doze milhões de habitantes ou chegando perigosamente aos vinte milhões, representam uma maioria que é vítima da miséria torçal, do desemprego, do subemprego e mais gradações da extrema pobreza.

  • Vida dura

    Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 23/06/2002

    Pode não parecer, mas a vida do jornalista é muito dura. Não me refiro a casos como o do Tim Lopes, que, como tudo mais o que de criminoso se faz no Brasil, nunca vai ser satisfatoriamente apurado. Lá se foi mais um herói, movido por vocação e ideal, porque por fama e por dinheiro ele não era. Jornalistas como ele morrem aos montes, em toda parte do mundo, vítimas de quem quer que contrarie interesses poderosos. Acontece aqui, acontece no Oriente e até no chamado Primeiro Mundo, só que com métodos mais sofisticados, como carros-bombas e semelhantes. Ninguém liga, como ninguém praticamente ligou à passeata em memória do Tim Lopes, um bando de gatos-pingados passeando comoventemente pela orla do Leblon. E nisso mesmo vai ficar, posso apostar.

  • O Brasil não cairá

    Diário do Commercio (São Paulo - SP) em, em 19/06/2002

    Escrevi, mais de uma vez, que o Brasil está no mesmo mundo de todos os demais países em crise, mas tem resistido, e continuará resistindo, de sorte a não jogar seu povo numa crise terrível como a que devasta a Argentina. Tenho escrito, também, sobre a Argentina, país que admiro sem conhecer, um dos poucos, deste mundo. Mas também a Argentina se safará de sua crise atual e voltará a ser a grande nação da América que já foi, podendo ser um sustentáculo da Alca, a ser criada.

  • Eles me pegaram novamente

    Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 16/06/2002

    Não se pode facilitar. Atualmente, vinha adotando, com notável êxito, a técnica já divulgada aqui mesmo e fornecida por um deles num momento de fraqueza, seguindo a qual, quando um médico dizia "quero ver você", eu lhe mandava uma foto minha recente, com uma gentil dedicatória e anunciando que tinha mais à disposição, sempre que se fizesse necessário ver-me. Funcionava às mil maravilhas e já até previa uma velhice feliz, quando a escada interveio. Muito ancho com minhas imunidades, esqueci a escada, essa traiçoeira construção que liga meu escritório à sala de visitas e comecei a não dar bola para ela.

  • O bem amado das pulgas

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 15/06/2002

    Até que era asseado, tomava banho todos os dias, mas tinha o sangue que ele considerava "doce", daí que era perseguido desde a remota infância por pulgas - das quais se julgava alvo preferencial e inimigo irreconciliável.

  • Nossos livros lá fora

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 04/06/2002

    A carreira de "Macunaíma" na Europa mostra tanto o lado positivo quanto o negativo de uma literatura como a nossa, transportada para o exterior. Claro que, para todos os efeitos, somos "exóticos". Para os franceses, viemos de "là-bas". O exotismo se acentua quando o comentarista é anglo-saxônico. "The Times", comentando "Macunaíma", elogia o livro , chamando-o de "brilliant, genuine, exotic".

  • O ano Drummond

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 29/05/2002

    Pouco sabemos da influência de Carlos Drummond de Andrade sobre a poesia latino-americana como um todo. Essa influência tornou-se mais visível a partir de 1956, quando a poesia de Drummond começou a estar presente em quase todos os jovens poetas da Argentina, do Chile, do Peru, do México, revertendo-se a situação anterior em que os brasileiros imitavam Neruda, Borges e outros poetas do continente.

  • Entre abogados nos vemos

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ) em, em 26/05/2002

    Não sei se já contei aqui que sou advogado. Advogado, não, formado em direito, porque nunca exerci a profissão, não compareci à formatura e demorei muito em ir buscar o diploma, que por sinal desapareceu num dos muitos triângulos das Bermudas que toda casa tem e onde, ao se guardar um objeto, ele esvanece para sempre. Achar esse diploma, por sinal, é invariavelmente a tarefa urgente da próxima segunda-feira, porque pretendo inscrever-me na OAB uma hora dessas. Não precisa ninguém ficar alarmado, pois meu fito não é exercer a profissão, mas simplesmente pegar uma celazinha especial, no dia em que algum juiz crítico literário achar que fui longe demais, cometi um solecismo hediondo e mereço cana sem fiança. Nunca se sabe quando se vai precisar de uma boa carteirinha da OAB.

  • A importância da primeira infância

    O Fluminense (Niterói - RJ) em, em 19/05/2002

    Como educador, não posso deixar de valorizar a conceituação cientificamente consagrada. Os primeiros seis anos de vida são decisivos na formação da personalidade do ser humano. Somos o que virá depois. Partindo desse princípio freudiano, não muito conhecido das nossas autoridades, devemos dar uma atenção toda especial à educação infantil. O cérebro de uma criança ganha o seu peso normal exatamente nessa fase, quando bilhões de neurônios disputam espaços em nossas cabeças.

  • A palavra de Rui

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 16/05/2002

    No prefácio da Queda do Império, escrito em 1921, disse Rui Barbosa, com o peso de sua experiência e sua formidável erudição: "O mal grandíssimo e irremediável das instituições republicanas consiste em deixar exposto à ilimitada concorrência das ambições menos dignas, o primeiro lugar do Estado e, desta sorte, o condenar a ser ocupado em regra, pela mediocridade". Palavras sábias, contra as quais não há o que opor, pois são a expressão da realidade, sobretudo neste país.

  • Educação na Nova Inglaterra

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ) em, em 30/04/2002

    As economias são distintas. As populações também. Uma é rica e poderosa. A outra está à procura do seu melhor caminho, sem deixar de ser emergente. É claro que, em tais circunstâncias, qualquer comparação peca pela base. Referimo-nos à educação comparada de nível médio dos Estados Unidos e do Brasil.