
O irresistível apelo do mar
[2]“Lá pelas tantas os médicos descobriram virtudes terapêuticas na água do mar. A prancha de surfe fez o resto. E aí a grande migração teve início”
“Lá pelas tantas os médicos descobriram virtudes terapêuticas na água do mar. A prancha de surfe fez o resto. E aí a grande migração teve início”
O assassinato de Benazir Bhutto marcou neste fim de ano uma nova face do terrorismo, típico da “civilização do medo” em que entramos no novo século. Na tragédia emergem interrogações inéditas quanto a esta conduta extrema, sua previsibilidade, sua autoria e o que se pode esperar deste universo hoje tão remoto a qualquer cultura da paz.
O que está adiante depende de nossa história. Freud se deu conta disso quando determinou que os sonhos são extremamente reveladores dos conflitos pessoais
RIO DE JANEIRO - Impossível não comentar o primeiro escândalo do ano. Não tenho condições para analisar o pacote baixado na última quarta-feira, aumentando impostos para cobrir a arrecadação da CPMF, que não foi prorrogada. Nada entendo de economia e de tributação, dou de barato que as medidas tomadas são necessárias e em proporção adequada.
Já escrevi, aqui e em não sei mais lá em quantas publicações, a respeito do Sete de Janeiro, mas receio que bem poucos lembrem qualquer coisa da verdadeira data magna da independência brasileira. Meu avô, o coronel Ubaldo Osório, historiador, patriota e orador cívico, nunca se resignou com tal injustiça e quem o ouvia desdenhar do Sete de Setembro logo se contaminava com sua indignação. Amanhã, é claro, devia ser feriado nacional, pois é a data em que os itaparicanos expulsaram definitivamente o opressor lusitano e a ilha se tornou, no longínquo 1823, quiçá o primeiro solo realmente brasileiro. Bem sei que outras cidades, notadamente no recôncavo baiano, reivindicam a mesma glória, mas advirto aos que assim pensam, em qualquer parte do orbe terrestre, que o fantasma de meu avô, com o sobrolho cerrado e as bochechas panejando de cólera, virá assombrá-los, tão certo quanto o domingo vem depois do sábado.
No alto da pequena cidade de Tarifa existe um velho forte construído pelos mouros. Lembro-me de ter sentado ali com minha mulher, Christina, em 1982, olhando pela primeira vez um continente do outro lado do estreito: a África. Naquele momento, não podia sonhar que este momento de preguiça no final de uma tarde iria inspirar uma cena no meu livro mais famoso, “O Alquimista”.Tampouco podia sonhar que a história a seguir, escutada no carro, serviria como um excelente exemplo para todos nós que estamos em busca do equilíbrio entre o rigor e a compaixão.
Os sistemas eleitoral, partidário e de governo são esferas de ação independentes. A experiência empírica comprova, não só em nosso caso, mas nos de outros países que adotam o sistema proporcional, as conseqüências que o professor Maurice Duverger procurou demonstrar no seu livro pioneiro Os partidos políticos: esse sistema favorece a proliferação do espectro partidário, enquanto o sistema majoritário privilegia a sua contenção.
Há pelo menos duas pessoas interessantes na vida de Alexander Graham Bell, o inventor do telefone. Uma é o imperador Dom Pedro II, que tomou conhecimento do invento de Bell na Exposição Internacional de Filadélfia, em 1876, e ficou simplesmente maravilhado ouvindo Shakespeare pelo aparelho: "Meu Deus, isto fala!". A segunda pessoa foi a noiva do inventor, Mabel Hubbard, que era grande companheira e incentivadora. Mabel tinha um déficit auditivo, o que levou o dedicado Graham Bell a confeccionar um aparelho para ajudá-la a ouvir melhor. Tinha o tamanho de um tijolo e funcionava à base de duas grandes baterias. Ou seja, carregar aquilo era um transtorno quase tão grande como o déficit auditivo. E o pior é que não resolvia o problema.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu o número do prejuízo causado pela perda da CPMF: foram mais de 1 bilhão e 600 mil reais destinados à saúde pública, mas ficamos sabendo pela mesma fonte oficial que não se viu progresso digno de nota na área da saúde realizado com a verba da CPMF.
O sexo tem o poder de crepitar eletricamente com energia intensa e de provocar uma elevação de consciência. Mas não basta simplesmente ficar ligado. Os animais são capazes de ficar estimulados fisicamente sem nenhuma premeditação. O sexo desconectado, fora de sintonia, é incompleto. Reduz a intimidade física às suas possibilidades mais limitadas, tornando-a vazia e, com bastante freqüência, previsível ou até mesmo aborrecida. Como uma má reprodução de uma obra de arte, replica os movimentos, mas falta-lhe a visão e a inspiração que elevam o original à grandeza.
Uma lenda conta que judeus rezavam numa sinagoga, quando escutaram uma voz de criança dizendo: “A, B, C, D”. Quando olharam para trás, viram um menino que continuava repetindo. O rabino se aproximou do garoto: “Por que você está fazendo isto?”, perguntou. “Não sei os versos sagrados. Tenho a esperança de que, recitando o alfabeto, Deus pegue estas letras e forme as palavras corretas”, respondeu o menino. “Obrigado por me lembrar de que Deus escuta o que vem de nosso coração e não as palavras que saem de nossa boca”, disse o rabino ao garoto.
Um dos mais importantes livros de todos os tempos - "Dom Quixote", de Cervantes - pode agora ser lido pelas crianças propriamente ditas e pelas crianças que somos todos. Reescreveu-o Arnaldo Niskier de tal maneira que leva a história de Miguel de Cervantes Saavedra a um prazer tanto de leitura como de releitura das aventuras do ilustre personagem que aparece na companhia de outros - Sancho Pança, Dulcinéia e toda a população da Espanha - em suas andanças por sua terra, no decorrer das quais encontra amigos e adversários e entra em luta, inclusive, com um moinho de vento, numa história que mostra as enormes diferenças entre uma pessoa e outra, mas que também revela que, bem lá no fundo , elas se parecem muito.
RIO DE JANEIRO - Em artigo que escrevi para a Ilustrada, na última sexta-feira, relembrei o pouco que sabia sobre a Operação Condor, que voltou ao noticiário por conta do pedido de extradição de alguns brasileiros feito por juiz italiano.
Sonhar não é tão simples como parece. Pelo contrário, pode ser perigoso. Quando sonhamos, colocamos em marcha energias poderosas. Quando sonhamos, também fazemos uma escolha do preço a pagar. Seguir um sonho tem sempre um preço. Pode exigir que abandonemos nossos hábitos, pode nos obrigar a passar dificuldades e nos levar a decepções. Mas, por mais alto que seja este preço, nunca é tão alto como o que é pago por quem não viveu sua “lenda pessoal”. Porque estes um dia vão olhar para trás e irão escutar seu coração dizer: “Desperdicei minha vida”.
Salim e Fahid viajavam para a Pérsia. Ao cruzarem um rio, Salim foi pego na correnteza e foi salvo pelo amigo. Agradecido, pediu que gravassem numa rocha: “Aqui, Fahid salvou a vida de seu amigo”.
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