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Artigos

  • Cem anos sem Machado

    “Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto. [...] A vantagem dos míopes é enxergar onde as grandes vistas não pegam.”

  • A carne assassina

    RIO DE JANEIRO - Não, não me refiro àquele inimigo da alma: a Carne, que, junto com o Diabo e o Mundo, renunciamos no momento em que somos batizados. O padre pergunta ao recém-nascido se ele renuncia ao Diabo, ao Mundo e à Carne. Como o batizando ainda não fala, fala o padrinho, que renuncia ao Diabo, ao Mundo e à Carne em nome da criança. O padrinho funciona como uma espécie de laranja.

  • Infelizes para sempre

    Estamos em plena fase de comemoração dos 400 anos do escritor e orador Antônio Vieira, religioso que foi uma das figuras mais importantes da nossa literatura. Numa das suas expressões mais felizes, o padre Vieira condenou a excessiva importação de termos estrangeiros (isso na época em que viveu), chegando a proclamar:

  • A parte de cada um

    Um homem em busca da sabedoria resolveu ir para as montanhas, pois lhe disseram que a cada dois anos Deus aparecia ali. Durante o primeiro ano, comeu tudo o que a terra lhe oferecia. No final, a comida acabou e ele teve que retornar a cidade. “Deus é injusto!”, exclamou. “Não viu que fiquei aqui durante todo este tempo procurando ouvir sua voz? Agora tenho fome e volto sem escutá-lo”. Neste momento, um anjo apareceu. “Deus gostaria muito de conversar com você”, disse o anjo. “Durante um ano, lhe deu alimento. Ele esperava que você cuidasse de sua alimentação no próximo ano. Entretanto, o que foi que você plantou? Se um homem não é capaz de produzir frutos no lugar em que vive, não está preparado para conversar com Deus”.

  • Os três livros

    Certa vez, o monge Tetsugen fez uma grande viagem pelo mundo para arrecadar dinheiro. Ele queria muito editar um livro em japonês com os versículos sagrados. Assim que conseguiu a quantia desejada, o Rio Uji transbordou. Olhando para os desabrigados, Tetsugen gastou todo o dinheiro arrecadado com o povo. E recomeçou a busca. Quando voltava, topou com uma grave epidemia de cólera, o que o fez novamente usar o dinheiro. Vinte anos depois, editou sete mil exemplares do livro. Dizem que Tetsugen fez três edições, sendo duas invisíveis.

  • Sem medo de viver

    O homem moderno quis, com o passar dos anos, eliminar todas as incertezas e dúvidas de sua vida. Agindo desta maneira, ele acabou deixando que sua alma morresse de fome, já que o espírito do ser humano se alimenta de mistérios. Não tenha medo de ser tachado como louco e faça hoje ou agora mesmo, se possível, alguma coisa que não combine inteiramente com a lógica de tudo o que você aprendeu ao longo da sua vida. Esta pequena coisa, por menor que seja, pode abrir as para você as portas para uma grande aventura, tanto humana quanto espiritual.

  • Ingrid e Gloria

    POBRES MULHERES estas -Gloria, Ingrid, Consuelo e Clara-, cujos destinos foram atravessados pela crueldade do terrorismo. Passaram anos na selva, presas entre seus algozes, deixando um rastro de saudades e de amarguras que vão desde a viuvez no exílio aos maridos assassinados, filhos seqüestrados e famílias com o cotidiano das incertezas sobre a vida, o estado de saúde e o tratamento dos guerrilheiros com os seqüestrados. Inserir esses fatos como parte de um estilo normal do jogo político é atribuir valores a um simples exercício do terrorismo. É, no mínimo, uma velada solidariedade com esse modo de tortura.

  • O futuro de Cuba

    Não obstante Rául Castro tenha sido substituto de seu irmão na presidência de Cuba várias vezes, não tem ele os predicados que se exigem de uma pessoa como Fidel Castro para governar Cuba e pô-la no caminho certo nos seus negócios políticos e econômicos. Quem conhece a situação de Cuba na pré-chegada de Fidel Castro no governo sabe que a economia cubana era excelente pelo açúcar exportado, e que Cuba tinha prioridade dos fornecimentos europeus e americanos, nunca contestados.

  • McCain, o óbvio e o inconfessável

    Nesse novo tobogã de sustos da pré-campanha presidencial americana, a hora, agora, é do tranco no que parecia a trajetória tranqüila de McCain a indicação presidencial. O ataque vem fundado em ampla reportagem do “New York Times” numa cobrança exaustiva ao senador candidato. Não é um pasquim, nem um lance furtivo de internet, mas do maior jornal do país preparado para a diatribe.

  • Os ciganos e a Deusa Mãe

    Uma vez por ano, ciganos de diversas partes do mundo se dirigem até Saintes-Maries-de-la-Mer, no sul da França, para homenagear Santa Sarah. Segundo a tradição, Sarah era uma cigana que vivia em uma pequena cidade à beira-mar quando a tia de Jesus, Maria Salomé, chegou ali com outros refugiados para escapar das perseguições romanas. Sarah ajudou-os, e terminou convertendo-se ao cristianismo.

  • Só faltam uns retoques

    Na semana retrasada, já tive a oportunidade de observar penitentemente que vamos muito bem. Na semana passada, sedento de assuntos que servissem para um pau-mandado da conspiração da grande imprensa ou para um mercenário dos sórdidos interesses da Zelite ou qualquer dessas outras condições das quais de vez em quando me acusam, procurei avidamente de que falar mal e, suprema humilhação, não encontrei praticamente nada. Pelo contrário, a julgar pelas notícias que ouço e leio, pelos comerciais do governo e pelo que o presidente diz, acho que devo concluir que o famoso primeiro mundo está cada vez mais próximo e que, assim como quem não quer nada, praticamente chegamos lá e nem notamos.