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Artigos

  • É hoje só

    RIO DE JANEIRO - É hoje só, amanhã não tem mais. No Rio antigo, em toda terça-feira de Carnaval, um sujeito que se chamava Novidades passava pelas ruas gritando este aviso de duplo apelo: que hoje se fizesse tudo e amanhã nada mais se fizesse. Era a forma vernácula do poeta Horácio, "carpe diem quam minimum crédula postero". Aproveite o dia de hoje e crê o mínimo no dia seguinte.

  • Depois do Carnaval

    Em busca de tema para esta crônica, entrei no noticiário da Folha Online e digitei as palavras "Depois do Carnaval". Fiquei espantado com a quantidade de notícias sobre coisas que só vão acontecer depois do Carnaval. Lista dos 150 proprietários que mais devastaram a Floresta Amazônica? Depois do Carnaval. Decisão sobre a comercialização de milho transgênico? Depois do Carnaval. Abertura do ambulatório do Hospital de Clínicas de SP? Depois do Carnaval. Ou seja: o ano só começa mesmo depois do Carnaval. O que tem certa lógica, quando se considera a tradição carnavalesca do Brasil. Mas constata-se também que, quando é necessário e urgente, as coisas acontecem: o caso das medidas que agora regulam o uso de cartões de crédito por membros do governo, uma prática que ameaçava transformar a administração pública em festejo de Momo. Será que o Carnaval às vezes não serve de pretexto para empurrar coisas com a barriga (às vezes cheia de tapioca)? Respostas depois do Carnaval.

  • O futuro da política

    A reforma política que interessa ao país transcende o universo de normas jurídicas, disposições legais e atos normativos que regulam os pleitos do segundo maior colégio eleitoral do mundo ocidental. Ela deve ser bem mais abrangente. Refiro-me, em especial, às instituições políticas, ao relacionamento entre os poderes do Estado, à organização federativa e, sobretudo, às práticas que constituem a nossa cultura política — velha de 500 anos — desde que aqui aportaram as estruturas do poder colonial, sob o qual vivemos por mais de três desses cinco séculos.

  • Poemas de amor

    Escrever sobre o amor é fácil. Escrever sobre o amor é difícil. Em geral, a linguagem do amor é o verso, ritmado, com ou sem rimas, o que a torna, ainda mais, difícil. Contudo, há milênios que o homem vem pegando, em momentos de amor, a palavra de cada dia para mostrar o que sente.

  • A farra dos cartões

    Deixei passar alguns dias para falar sobre o escândalo dos cartões corporativos usados em demasia por alguns membros do governo federal. Os cartões de crédito foram adotados para facilitar a vida dos portadores, que ficam de posse de títulos facilmente manuseáveis e com o qual pagam os mais diversos tipos de compras.

  • O inesperado réquiem do tucanato

    O começo de 2008 tem os anticlímaxes de uma volta ao marco zero, pela correção de rumos da iniciativa governamental no momento do arranque do PAC. Só vão se agravar as culpabilizações recíprocas pela perda da CPMF, na retroavaliação do lance.

  • A Amazônia é um santuário

    Disse o presidente da República que a Amazônia não é um "santuário da humanidade". Acontece que foi considerada pelo mundo como sendo um santuário ambiental que deve ser preservado _ apesar da pressão do preço da carne e da soja, e da madeira e da terra devastada.

  • Panfleto a favor

    RIO DE JANEIRO - Durante os dois governos de FHC, surgiram uns espécimes estranhos, sobretudo na mídia, que se transformaram em panfletários a favor de tudo o que acontecia naqueles tempos não muito diferentes dos atuais. A diferença é simples: eram escondidos -ou blindados, como hoje se diz.

  • Interrompendo a "civilização do medo"

    O problema hoje do conflito das civilizações vai muito para além das visões normais de uma ética da mudança, com suas correções voluntaristas de rumo, reconhecimento de equívocos, ou de preservação de idéias feitas e estereótipos. Faz-se mister encontrar, desde logo, uma plataforma mínima de entendimento quando um universo de desconfianças mergulha na “civilização do medo” ou de uma guerra de religiões.

  • Guga e Obama

    TINHA ME programado para escrever nesta minha "Sexta-feira, Folha" sobre as eleições americanas. Os surpreendentes Estados Unidos, onde, quando as flores murcham, como ocorre com a imagem do governo Bush, nascem, em meio a uma visão sombria, novas fronteiras de idéias, onde se fala em esperança e mudança, um novo tempo Kennedy. Surge um furacão: um candidato negro, filho de muçulmano, de sobrenome Obama e, como se não bastasse, ajunta o nome hebraico de Barack, do profeta Baruc. Para fortalecer a imagem de um país de oportunidades, tem o contraponto de uma mulher brilhante que é Hillary Clinton e de um velho simpático, McCain, que esconde no gingado do falar o conservadorismo republicano. Isso faz anestesiar um pouco o debate sobre o desastre da Guerra do Iraque e a recessão que se aproxima.

  • A Amazônia é um santuário

    Disse o presidente da República que a Amazônia não é um "santuário da humanidade". Acontece que foi considerada pelo mundo como sendo um santuário ambiental que deve ser preservado _ apesar da pressão do preço da carne e da soja, e da madeira e da terra devastada.