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Artigos

  • Drogas, direção: desastre

    Estudante de medicina, eu fazia estágio num ambulatório da previdência social em São Leopoldo. Um dia, prestes a largar o plantão e com uma incômoda dor de cabeça, pedi a um médico que me desse um analgésico, o que ele fez. Era um produto para mim desconhecido, e, por timidez, deixei de perguntar o que era. Simplesmente, tomei o medicamento. Um erro, como logo descobriria.

  • Viroses da vida

    Há os maldosos que dizem que eu deveria sempre encerrar esta coluna com a frase 'desculpem qualquer coisa'. Assistir-lhes-á, talvez, razão, como essa mesóclise aí poderá corroborar. Mas começar com 'desculpem qualquer coisa' nunca me havia ocorrido até hoje, como está acontecendo agora. Bem verdade que posso gabar-me em mais uma vez ingressar na Galeria dos Heróis Desconhecidos do Jornalismo, informando que, no momento, me encontro acometido de crudelíssima virose e obrigado a violentar o corpo mole, a mente rateante e a vontade de cair na cama para não deixar de cumprir o dever profissional. Mas o leitor não tem nada com isso e, virose ou não virose, é seu direito encontrar no mesmo lugar a coluna que espera, nem que seja para amassá-la como todo domingo, ou novamente declarar no boteco que não vai perder tempo em ler porcaria. O dever do jornalista é multifacetado e até essas pequenas alegrias ele deve, quando pode, proporcionar sem ver a quem, em mundo tão eivado de tragédias e assombrações.

  • O embrião da bicicleta

    RIO DE JANEIRO - Na crônica anterior, não manifestei opinião pessoal sobre as pesquisas com células-tronco. Limitei-me a estranhar que, ao descobrirem que o Estado é laico, a maioria dos analistas condena a Igreja Católica, proibindo-a de ter opinião sobre o assunto. Desde 1891 que a igreja é separada do Estado, mas a separação não a impede de manifestar o que pensa e aconselha aos seus adeptos.

  • O futuro da política - parte III

    O federalismo é outra das re- levantes questões abertas da agenda político-institucional. O Brasil independente viveu 67 anos, a partir de 1822, como Estado unitário. O Ato Adicional de 1834, ao extinguir os Conselhos Gerais de Províncias e criar as Assembléias Legislativas Provinciais, instituiu o que o historiador Pedro Calmon designou de "semifederalismo". Nos 118 anos seguintes, experimentamos todas as modalidades de organização federativa. Desde o modelo de viés norte-americano adotado em 1891 com a primeira Constituição Republicana à volta do unitarismo do Império, restaurado durante o Estado Novo, até chegarmos ao chamado federalismo "compartilhado", ou "solidário", que começou a ser aplicado com a Carta de setembro de 1946. Só aí teve início a discriminação, ainda que imperfeita, de rendas em nosso sistema tributário, partilhando as receitas públicas entre a União, os Estados e os municípios, o que levou à criação de novos municípios.

  • A salvação pela poesia

    Entre os desesperados de nosso tempo, houve um que foi salvo pela poesia. Seu nome? Paul Claudel. Que era desesperado, não há a menor dúvida. Mas diferente de outros, diferente de Bernanos, de Graham Greene, de Kafka, de Francis Thompson, de Huysmans. A base da ação dramática de romancistas como Bernanos e Greene é a certeza da condenação pelo pecado. Foi o critico francês Jean Roy quem chamou de "cristianismo da danação" a obra desses dois escritores.

  • Um dia de terror na Terra

    O nosso Diário do Comércio de sexta-feira última, dia 7, deu a seguinte manchete: DIA DE TERROR com as seguintes submanchetes: Jerusalém 8 morrem. E Gaza comemora. Bagdá Mais 55 mortos. É a rotina sangrenta. Colômbia Jorra petróleo na vingança das Farc.

  • Direito e dever

    RIO DE JANEIRO - Como freqüentemente acontece com qualquer tipo de debate, a questão sobre as pesquisas com células-tronco está futebolizada -uma versão plebéia do velho e desgastado maniqueísmo, que demoniza a opinião contrária, atribuindo-a aos baixos instintos da humanidade, responsáveis por tudo o que acontece de ruim na história.

  • O Japão e os Lima

    A Academia Brasileira de Letras numa de suas sessões ordinárias do ano passado, sem alardes como é do estilo da Casa mesmo ao tratar temas relevantes, exaltou o eficiente contributo dos japoneses à cultura brasileira.

  • Cem anos sem Machado

    “Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto. [...] A vantagem dos míopes é enxergar onde as grandes vistas não pegam”. O excerto é de autoria de Machado de Assis em crônica intitulada A semana, publicada na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, logo no início da primeira década de 1900.

  • E o dólar derreteu...

    Usemos a palavra já adotada nas manchetes dos jornais, o "derretimento do dólar" é a seqüela, uma delas, da crise americana que se expande pelo mundo, deixando atônitos os magnatas da moeda americana no Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos.

  • Atualidade dos sermões

    Estamos comemorando os 400 anos de nascimento do padre Antônio Vieira, figura emblemática da cultura luso-brasileira. Entre suas obras há um destaque especial para os Sermões, numerosos, que fizeram sucesso nas prédicas realizadas aqui e no exterior. Integram a personalidade corajosa do grande religioso, filósofo, político e orador, além de primoroso latinista.

  • Província e metrópole

    RIO DE JANEIRO - Um historiador nordestino continua criticando o Rio por estar dando destaque às comemorações do bicentenário da chegada da corte de dom João ao Brasil. Segundo o mestre do nosso setentrião, que neste particular é acompanhado por mestres de outros Estados, inclusive de São Paulo, a badalação sobre a vinda de fugitivos de Napoleão é apenas uma jogada de marketing, destinada a encobrir as mazelas de uma cidade que deveria estar preocupada em combater a violência urbana, que envergonha não apenas a cidade mas o país inteiro.